sexta-feira, 17 de maio de 2013

Educação Elementar

“Se não comer feijão vai ficar doente!”

  Nunca gostei do “terrorismo mental”.
  Já escrevi muito sobre isso, essa é mais uma meditação com essa base.

  Considero terrorismo mental quando alguém dá como certo uma consequência negativa que não passa de suposição.

  “Se não converter vai para o inferno eternamente.”

  Diante de certas ocorrências coletivas ou experiência pessoais supomos que haja outras formas de vida que chamamos de espíritos.
  Mas determinar com certeza que existe um inferno eterno para quem não se converter a determinada doutrina é terrorismo mental.

  É mais eficiente nos atermos a situações terrenas uma vez que tudo sobre vida pós corpo biológico é especulação.
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  Minha esposa me irritava quando queria obrigar nossas filhas a comer algo que não era do gosto delas.

  Sempre saía em defesa das meninas, minha esposa em menor número tinha que ceder 😆

  Igual a qualquer um, eu detesto comer algo que não gosto, só como se estiver com muita fome e não tiver outra opção.
  Algumas coisas nem com muita fome eu como, pimentão é uma delas, é comer e passar mal depois.

  Minha esposa tinha esse PADRÃO da essencialidade do feijão (só um exemplo fácil) para a “boa” alimentação baseada nos livros da boa nutrição infantil e na “tradição brasileira” do caldo de feijão.

  Evidente que conheço o suficiente de nutrição para determinar cientificamente que feijão é um bom alimento.
  O que questiono é sua essencialidade.

  Criança que não come feijão fica doente?
 
  Isso é fato, tem relação direita?

  Claro que não.

  Feijão é uma planta que se adapta bem ao clima brasileiro, sua produção é grande o que o torna “geralmente” um alimento eficiente e barato.
  Nossas crianças gostarem de feijão é ótimo.
  Ficam bem alimentadas e reduzem a despesa com comida.
  Sei, sei minha esposa e outras mães pensam no bem da criança e não na redução de custo.
  Só quis sugerir pra vocês de onde veio a tradição.
  As “tribos” comiam preferencialmente o que era mais abundante na região que viviam.

  Lembro de ter dado a minha esposa um exemplo bem convincente.
  Meu sogro é descendente de italianos, parece que sua mãe quando embarcou para o Brasil já estava gravida.
  Para quem se recusa terminantemente a ir ao médico ele está até bem de saúde, cuida com disposição de uma horta.
 (Texto escrito em 2012)
  É pouco provável que aquela família italiana recém chegada tenha abandonado repentinamente sua tradição alimentar.
  O trigo é bastante abundante no continente europeu, pão e outras massas se tornaram o “arroz e feijão” dos italianos.
  
  Passei cerca de um mês na Itália (a trabalho) posso assegurar que lá os caras não comem feijão com frequência.
  Pelo menos na região de Treviso onde eu fui.
   Não é folclore não, os caras gostam mesmo é de massa, principalmente o macarrão que eles chamam de pasta.
  A mãe do meu sogro sem comer feijão gerou uma criança muito forte,
  Não consta que italianos sejam um povo doente por não comerem feijão.

  Entretanto na minha curta estadia na Itália a falta de feijão foi bem desagradável.

  Como eu “me acostumei” a comer feijão todos os dias, se não como parece que não almocei.

  Na segunda semana na Itália, caraca, que vontade de comer feijão!
  Parecia um drogado sendo afastado do seu vício, eu nem sabia que me importava tanto com feijão. 😆
  Lá pela terceira semana fomos a um restaurante nas montanhas (chique hein?), no cardápio tinha “feijones”, claro que foi o que eu pedi, me foi servido uns feijões gigantescos, dava uns quatro dos nossos, era uma salada.
  Não sei se minha “abstinência” era tão grande que mesmo como salada achei aquilo maravilhoso, sim, tinha gosto do nosso feijão.

  Hoje minha esposa pega mais leve com as meninas, elas comem o que lhes dá prazer, feliz delas que podem escolher.
  Não proponho as meninas nenhum tipo de “educação alimentar” que não seja se comportar bem a mesa, prefiro a “educação elementar” de falar-lhes da importância de comerem diferentes tipos de alimentos.
  Continuam não gostando muito de feijão (comem de vez em quando), mas comem vagem, cenoura, salada de repolho, alface, lasanha, batata frita, frango carne, frutas… só coisas que lhes dão prazer.

  Minhas filhas não tomam muito refrigerante, preferem suco.
  Mas vou aproveitar essa meditação para falar do terrorismo mental contra a “Coca Cola”.
  Dizem que beber refrigerantes “pode” provocar osteoporose na terceira idade.
  Gosto de refrigerantes, Coca Cola não falta em casa.
  Principalmente nos dias quentes me dá muito prazer.
  Não bebo em excesso, não faço nada em excesso, mas se fosse possível contabilizar tudo que já bebi de Coca Cola tenho certeza que seria um número espantoso.
  Nem penso em cortar refrigerante das minhas compras no super mercado.
  Sou pragmático.
  TODOS VAMOS MORRER UM DIA.

  Não me parece lógico trocar um prazer da infância por uma doença a menos na velhice.

  Com bom senso, sem “gulodice”, dá pra comer tudo que gostamos.
  É isso que passei para minhas filhas e de certa forma convenci minha esposa.
  Mulherada, sabem como é, sempre tem aquela preocupação com o excesso de peso e isso já é por si só um incentivo a moderação.

  Minhas filhas tem infância alegre, sem terrorismos mentais, isso é o que me importa.
  Uma coisa que gostam muito é batata frita, eu também.
  Viva a batata frita!
  Viva com PRAZER!










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