domingo, 14 de dezembro de 2025

Classe Média é Natural?

 
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  A pobreza é uma condição natural da humanidade.

  Basta observar como viviam os povos indígenas ou nossos ancestrais: recursos escassos, vida simples, sem acúmulo de riqueza.

  Quando surgiram reis e cortes, a riqueza continuou sendo exceção; a maioria permanecia pobre.

   O capitalismo trouxe avanços e ampliou a classe média, mas a riqueza ainda é privilégio de poucos.

 

  Quem diz que pobreza é apenas uma construção social ignora a realidade que desde o nascimento, já sabemos em que condição social cada criança virá ao mundo.  

  Os pais, ao decidir ter filhos, têm consciência da situação econômica que os espera.

  Se todos possuem apenas o necessário, isso não significa que sejam ricos; significa que vivem dentro de uma limitação natural de recursos.


  (William Robson)


  

Ricardo: Por essa medida, também seria "natural" morrer de infecção ou não ter direitos civis. 

 A sua intenção é claramente despolitizar a discussão.

 A economia é política e determina as condições em que produtividade e inovação acontecem.

William: É natural morrer de infecção, por isso não entendo porque atacam tanto a indústria farmacêutica que tornou acessível antibióticos e tantos outros remédios.
  Ser natural não significa que temos que deixar como esta, mas tem processos que dão certo e outros que não.

  Diante de uma infecção:

 - Podemos deixar que o corpo reaja sozinho e ver no que dá?
    Sim.

 - Podemos orar e confiar em espíritos?
   Sim.

 - Podemos usar alguma erva indicada por nossos avós ou povos indígenas?
   Sim.

  - Podemos fomentar toda uma indústria farmacêutica?
    Sim.

   Empiricamente o que tem dado melhores resultados, sendo que uma coisa não precisa excluir a outra?


Ricardo: Concordo, o ponto não é atacar a indústria.
  É que o enquadramento 'natural vs. artificial' não serve como critério para avaliar políticas. 
  O que importa é se funciona. 
   E muita coisa que funciona (incluindo a própria indústria farmacêutica) dependeu de investimento público em pesquisa básica, regulação, patentes — ou seja, de arranjos políticos.
  Eu posso argumentar que dinheiro não é natural (a rigor não é).
   Ou pedir por uma definição precisa do que significa ser natural e ser artificial.


William: “é que o enquadramento 'natural vs. artificial' não serve como critério para avaliar políticas.”

   Serve para avaliar “narrativas”.
   Se analisamos as narrativas socialistas é como se todos fossemos naturalmente “classe média” e algum sistema perverso nos mantem na pobreza por pura “ganância”.

Ricardo: Se o enquadramento 'natural vs. artificial' não serve para avaliar políticas, por que serviria para avaliar narrativas? 
  Narrativas informam políticas.


William: Quem afirmou que não serve foi você
  Eu preferi não discordar e pegar um ponto que acho mais relevante.
  Mas dependendo do contexto serve sim para avaliar politicas.
  Tipo, dar aumento artificial do salario mínimo (sem ganho real de produtividade) apenas alimenta a inflação.

Ricardo: A crítica à desigualdade costuma ser justamente o oposto — afirma que a distribuição atual é historicamente construída e não natural.

William: Desigualdade social não provoca necessariamente "pobreza".
  A Holanda tem grande desigualdade social e o IDH é alto.
  Na nossa economia atual se você ganha 100 mil e eu 10 mil, a desigualdade é grande, mas minha situação esta longe de ser de "penúria".
  
Ricardo: "Quem defende que seríamos "naturalmente classe média"? 
  Pode me dar um exemplo de alguém que sustente isso?"

William: Foi só uma ilustração dada a limitação de caracteres.
   Mas para dar algum nome aos bois...😉
   Li uma matéria recente em que o DIEESE fala em salario mínimo de 7 mil reais.
   Em uma família que marido e mulher trabalhem são 14 mil reais, a nível de Brasil pagaria IR alíquota máxima.


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  Resumo

  

1. A pobreza é a condição natural da humanidade.     

    Historicamente, povos indígenas, ancestrais e a maioria das sociedades viviam com recursos escassos, vida simples e sem acúmulo significativo de riqueza; a riqueza sempre foi exceção.

 

2. O capitalismo ampliou a classe média, mas não alterou o estado natural.

   Embora tenha trazido avanços e expandido a classe média, a riqueza continua sendo privilégio de poucos, e a limitação de recursos permanece uma realidade natural.

 

3. A pobreza não é mera construção social.

    Desde o nascimento, a condição econômica de uma criança é previsível, e os pais têm consciência da situação limitada ao decidir ter filhos; ignorar isso é negar a realidade natural.

 

4. Viver com o necessário não equivale a ser rico.

    Se todos têm apenas o essencial, isso reflete a limitação natural de recursos, não uma condição de riqueza ou "classe média" universal.

 

5. Crítica às narrativas socialistas.

    Elas sugerem que o ser humano seria "naturalmente classe média" e que a pobreza resulta apenas de um sistema perverso movido por ganância, o que desconsidera a condição natural de escassez.

 

6. Desigualdade social não implica necessariamente pobreza.

   Países como a Holanda têm alta desigualdade, mas elevado IDH e ausência de penúria; diferenças salariais significativas (ex.: 100 mil vs. 10 mil) não condenam alguém à miséria na economia atual.

 

7. O enquadramento "natural vs. artificial" é útil para avaliar narrativas e políticas.

   Exemplos como aumentos artificiais no salário mínimo (sem produtividade correspondente) geram inflação; o "natural" ajuda a identificar distorções em discursos ideológicos.

 

  


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