A pobreza é uma condição natural da humanidade.
Basta observar como viviam os povos indígenas ou nossos ancestrais: recursos escassos, vida simples, sem acúmulo de riqueza.
Quando surgiram reis e cortes, a riqueza continuou sendo exceção; a maioria permanecia pobre.
O capitalismo trouxe avanços e ampliou a classe média, mas a riqueza ainda é privilégio de poucos.
Quem diz que pobreza é apenas uma construção social ignora a realidade que desde o nascimento, já sabemos em que condição social cada criança virá ao mundo.
Os pais, ao decidir ter filhos, têm consciência da situação econômica que os espera.
Se todos possuem apenas o necessário, isso não significa que sejam ricos; significa que vivem dentro de uma limitação natural de recursos.
(William Robson)
Ricardo: Por essa medida, também seria "natural" morrer de infecção ou não ter direitos civis.
A sua intenção é claramente despolitizar a discussão.
A economia é política e determina as condições em que produtividade e inovação acontecem.
William: É natural morrer de infecção, por isso não entendo porque atacam tanto a indústria farmacêutica que tornou acessível antibióticos e tantos outros remédios.
Ser natural não significa que temos que deixar como esta, mas tem processos que dão certo e outros que não.
Diante de uma infecção:
- Podemos deixar que o corpo reaja sozinho e ver no que dá?
Sim.
- Podemos orar e confiar em espíritos?
Sim.
- Podemos usar alguma erva indicada por nossos avós ou povos indígenas?
Sim.
Sim.
Empiricamente o que tem dado melhores resultados, sendo que uma coisa não precisa excluir a outra?
Ricardo: Concordo, o ponto não é atacar a indústria.
É que o enquadramento 'natural vs. artificial' não serve como critério para avaliar políticas.
O que importa é se funciona.
E muita coisa que funciona (incluindo a própria indústria farmacêutica) dependeu de investimento público em pesquisa básica, regulação, patentes — ou seja, de arranjos políticos.
Eu posso argumentar que dinheiro não é natural (a rigor não é).
Ou pedir por uma definição precisa do que significa ser natural e ser artificial.
William: “é que o enquadramento 'natural vs. artificial' não serve como critério para avaliar políticas.”
Serve para avaliar “narrativas”.
Se analisamos as narrativas socialistas é como se todos fossemos naturalmente “classe média” e algum sistema perverso nos mantem na pobreza por pura “ganância”.
Ricardo: Se o enquadramento 'natural vs. artificial' não serve para avaliar políticas, por que serviria para avaliar narrativas?
Narrativas informam políticas.
William: Quem afirmou que não serve foi você
Eu preferi não discordar e pegar um ponto que acho mais relevante.
Mas dependendo do contexto serve sim para avaliar politicas.
Tipo, dar aumento artificial do salario mínimo (sem ganho real de produtividade) apenas alimenta a inflação.
Ricardo: A crítica à desigualdade costuma ser justamente o oposto — afirma que a distribuição atual é historicamente construída e não natural.
William: Desigualdade social não provoca necessariamente "pobreza".
A Holanda tem grande desigualdade social e o IDH é alto.
Na nossa economia atual se você ganha 100 mil e eu 10 mil, a desigualdade é grande, mas minha situação esta longe de ser de "penúria".
Ricardo: "Quem defende que seríamos "naturalmente classe média"?
Pode me dar um exemplo de alguém que sustente isso?"
William: Foi só uma ilustração dada a limitação de caracteres.
Mas para dar algum nome aos bois...😉
Li uma matéria recente em que o DIEESE fala em salario mínimo de 7 mil reais. Em uma família que marido e mulher trabalhem são 14 mil reais, a nível de Brasil pagaria IR alíquota máxima.
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Resumo
1. A pobreza é a condição natural da humanidade.
Historicamente, povos indígenas, ancestrais e a maioria das sociedades viviam com recursos escassos, vida simples e sem acúmulo significativo de riqueza; a riqueza sempre foi exceção.
2. O capitalismo ampliou a classe média, mas não alterou o estado natural.
Embora tenha trazido avanços e expandido a classe média, a riqueza continua sendo privilégio de poucos, e a limitação de recursos permanece uma realidade natural.
3. A pobreza não é mera construção social.
Desde o nascimento, a condição econômica de uma criança é previsível, e os pais têm consciência da situação limitada ao decidir ter filhos; ignorar isso é negar a realidade natural.
4. Viver com o necessário não equivale a ser rico.
Se todos têm apenas o essencial, isso reflete a limitação natural de recursos, não uma condição de riqueza ou "classe média" universal.
5. Crítica às narrativas socialistas.
Elas sugerem que o ser humano seria "naturalmente classe média" e que a pobreza resulta apenas de um sistema perverso movido por ganância, o que desconsidera a condição natural de escassez.
6. Desigualdade social não implica necessariamente pobreza.
Países como a Holanda têm alta desigualdade, mas elevado IDH e ausência de penúria; diferenças salariais significativas (ex.: 100 mil vs. 10 mil) não condenam alguém à miséria na economia atual.
7. O enquadramento "natural vs. artificial" é útil para avaliar narrativas e políticas.
Exemplos como aumentos artificiais no salário mínimo (sem produtividade correspondente) geram inflação; o "natural" ajuda a identificar distorções em discursos ideológicos.
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