“O
homem não é um animal solitário, enquanto perdurar a vida em sociedade, a
realização de si mesmo não pode ser o supremo princípio ético.”
[Bertrand Russel]
Esse é mais um
texto sobre a impossibilidade de sermos felizes.
Devemos
“colecionar” bons momentos, agir de forma que eles aconteçam, sem a ilusão que
vão durar muito ou para sempre.
“O homem não é
um animal solitário.”
Imagine que todas
as pessoas do mundo desapareçam nesse instante, só reste você.
De certo o
sentimento será de pavor.
Em pouquíssimo
tempo sua maior alegria seria encontrar outro ser humano, mesmo aquela pessoa
mais irritante que conhecesse.
Logo, sem conviver
com outras pessoas não tem como sermos felizes.
E convivendo com
pessoas como elas deveriam ser para nos sentirmos “plenamente satisfeitos”?
Vejam meu caso.
Para eu ser feliz
teoricamente minhas filhas tem que ser exatamente como eu quero que elas sejam,
minha esposa tem que ser exatamente como eu quero que ela seja, o trabalho, os
amigos, as notícias, tudo tem que ser como eu idealizo.
No trabalho o
patrão teria que dar a empresa para mim, pois não vejo outra maneira da empresa
ser tudo que eu espero dela.
De posse da
empresa isso não seria suficiente, todos os funcionários devem trabalhar da
exata maneira como eu quero, até as empresas concorrentes não deveriam tentar
me tirar da liderança de mercado... isso atrapalharia minha “felicidade”.
Não vou me estender
sobre isso, pois acredito que todos já entenderam e para quem ainda não
entendeu nenhuma explicação será suficiente.
Teoricamente para
um humano ser feliz todos os outros tem que viver em função dele.
Esses outros
naturalmente serão infelizes porque as necessidade de um único humano está
acima de todos os outros.
Essa é uma
situação extremamente propicia para revoltas e questionamentos.
Reis e imperadores
conseguiam a idolatria de muitos, mas em geral se mantinham pela força, “o
exército era com eles”.
“A realização de si mesmo não
pode ser o supremo princípio ético.”
Por vezes é preciso flexibilizar seus sonhos
para que a solidão não chegue junto com sua “auto realização”.
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