Se você tivesse
uma padaria em seu bairro e uma lei municipal proibisse mais que uma padaria
por bairro ... ajudaria seu negócio.
E uma lei que
proibisse supermercados e mercadinhos de vender pão?
Sem dúvida o
movimento nas padarias aumentaria bastante.
Acontece que os empresários
do ramo de mercados não se importariam com a lei de uma padaria por bairro, mas
seriam terminantemente contra serem proibidos de vender pão.
Percebam que
sempre há conflito de interesses nos mais diversos ramos de atividade e cada
um quer “puxar a sardinha para seu lado”.
Financiar o vereador ou prefeito que o
favoreça.
Para qualquer
empresa é interessante a reserva de mercado, ter leis que a proteja da
concorrência.
Imagine que por
algum artificio nosso mercado de automóveis fosse aberto apenas para as montadoras
GM e Ford.
Para os brasileiros em geral seria uma grande limitação de escolha,
mas para essas empresas seria ótimo.
Um bom jeito de conseguir
leis que favoreçam seu negócio é cooptando pessoas no governo.
(Municipal,
Estadual ou Federal)
Outra linha de
ação que não exclui a primeira é exaltar
o nacionalismo.
Tipo "O petróleo é nosso" ou criar inúmeros "setores estratégicos".
Não é interessante
para nenhuma empresa o aumento da concorrência.
Você acha que Itaú
e Bradesco ficaram felizes da vida com a entrada do Santander em nosso mercado?
Agora que o Santander
está bem instalado no Brasil você acha que vai apoiar a chegada do exterior de
qualquer outro Banco internacional com grande poder de expansão?
Por isso sou favorável
a proibição do financiamento de campanhas políticas por empresas.
O empresário do
ramo da construção pode fazer doações para quem quiser com seu CPF devidamente
registrado.
Sabemos
exatamente quem está doando e que tipo de interesse defende.
Quando se trata
de uma Empresa tudo fica muito subjetivo.
A Votorantim
financia algum candidato. (só um exemplo)
Essa decisão é
tomada em Conselho e todos concordam?
E os acionistas
que não participam do Conselho?
Vão ter que
engolir a seco recursos do caixa da empresa sendo usados para eleger um
candidato que nem é o que eles preferem?
Sem contar que em
geral os recursos financeiros da empresa são bem maiores que o da pessoa física.
O Presidente da
Votorantim usar 5 milhões da empresa em campanhas politicas é uma coisa, ele
tirar da própria conta corrente é outra.
Quando entendermos essa natureza humana de instintivamente o individuo querer ter uma vantagem sobre os outros, conseguiremos construir uma sociedade mais eficiente.
É importante que um povo desenvolva a CULTURA do "liberalismo econômico" para que não sejam consentidas vantagens indevidas a
algum grupo, uma vez que todos tentam vantagens indevidas.
Isso é complicado explicar.
Vamos brincar com um paralelo.
O cidadão é
convidado para uma festa “suruba”.
Ele é a favor da
liberdade sexual, defende que as pessoas devem exercer sua sexualidade.
Vai na festa e
quer se esbaldar ... desde que lá só tenha a namorada dos outros não a dele.
Se o cidadão for
pai e souber que a filha está numa festa suruba é o fim do mundo.
Tem homens bem
liberais que não se importam nem em compartilhar esposa e filhas?
De certo tem, mas
não é o que predomina na natureza humana.
O empreendedor
quer liberdade para entrar no Mercado, depois que entrou e se estabeleceu quer
ser protegido.
Uma vantagem
indevida raramente é recusada.
Esse querer levar
vantagem não tem a mesma medida para todos.
Vamos a uma
situação bem fácil da maioria visualizar.
O fim do expediente da empresa que você trabalha é às 17
horas.
Se tem controle eletrônico com digitais o pessoal respeita porque é difícil burlar.
Se é um livro ou
cartão que fica próximo a chefia também é difícil burlar.
Mas experimente
um controle fácil de burlar e sem vigilância, encontraremos basicamente 4 tipos de pessoas.
a) Ética baixa:
Alguns
costumeiramente sairão 5 ou 10 minutos mais cedo.
Mais que isso acham
"sacanagem".
b) Ética muito baixa:
Outros sabemos que
não tem limite.
Marcam no livro 17
horas, mas frequentemente saem 1 hora mais cedo.
c) Éticas:
Independente de
qualquer controle ou vigilância saem as 17 horas.
Porém, como tantos
não respeitam o horário e não da nada, de vez em quando, em caso que ela sente
necessidade, sai mais cedo.
d) Muito éticas:
Independente de
qualquer controle, vigilância ou outras pessoas fazendo o errado, ela faz o
certo.
Se precisa sair mais
cedo pede autorização a chefia e marca o horário correto da saída no livro.
O número de pessoas que
"se dizem" muito éticas é imensamente maior do que as que “são de
fato”.
Basta olhar nas
redes sociais onde todos se dizem super éticos.
Os egoístas,
corruptos, insensíveis são sempre os outros, principalmente políticos e
governantes.
Quando entendermos essa natureza humana de
instintivamente querer ter uma vantagem sobre os outros conseguiremos construir
uma sociedade mais eficiente.
Onde cada um "vigia" o outro e a "si mesmo".
Quando um povo evolui culturalmente o número de pessoas éticas vai aumentando.
A vigilância fica automaticamente mais intensa mesmo sem grande tecnologia.
Explico.
Utilizando nosso exemplo de cartão de ponto...
O horário de saída é as 17 horas.
Em culturas "mais civilizadas" poucos tentarão burlar o horário, quem fizer isso será repreendido pelos companheiros de trabalho que não acham justo cumprirem o horário enquanto o folgado não cumpre.
Caso persista no erro será denunciado a chefia que tomara as devidas providências inclusive a demissão.
Em "culturas selvagens" a ocorrência é diferente.
A pessoa ética vê alguém fazer o errado mas prefere ficar quieta basta ela fazer o correto, não quer ser acusada de "puxa saco ou dedo duro" e ser hostilizada pelo grupo.
A pessoa pouco ética aceita o errado porque ... vai que ela precise fazer o errado de vez em quando...
Como CULTURA é algo que muda muito lentamente podemos acelerar o processo desenvolvendo sistemas de controle e vigilância cada vez mais eficientes.
Para uma cultura pouco desenvolvida como a nossa eu recomendo controles rígidos.
Nosso povo tem que ser obrigado a fazer o que é certo.
Uma simples
câmara com marcação de hora apontada para o livro ponto inibe a ação dos "não
éticos" que deixam de servir de mal exemplo para os "poucos éticos."
Outros exemplos:
Catracas altas
que impeçam passar por baixo ou por cima.
Catracas de saída que liberem só saída é de entrada que liberem só entrada.
Quem trabalha com
público sabe o que estou dizendo.
No Brasil pelo
menos 50% das pessoas não dão a mínima para sinalização se não tiver alguma
punição ou impedimento.
Semáforos que
multam são muito mais respeitados do que os que não tem essa tecnologia.
No Brasil temos
sistemas de controles e vigilância como se tivéssemos uma cultura de suíços!
Vamos encerrar essa longa meditação.
😠 “A guerra pelo poder não conhece fronteiras.”
[Comentarista no Face]
Conhece sim, a fronteira é o poder do outro individuo ou grupo.
Por que ninguém consegue dominar o mundo?
Porque todos querem dominar o mundo.
Podemos administrar nossos conflitos de interesses com diplomacia, bom senso, civilidade ou ... permanecer nos mais diversos níveis de "selvageria cultural".😞
Empresários, empreendedores são humanos, óbvio.
Fazem parte do povo, óbvio.
Compartilham a mesma cultura, óbvio.
Sem controles rígidos (ainda mais em uma cultura pouco
eficiente como a nossa) podendo o cara vai tentar alguma ou muita vantagem.
Se não
conseguimos dominar nosso instinto de conseguir alguma vantagem pessoal podemos ao menos NÃO permitir que outros concretizem essa vantagem.
Não é um
pensamento bonito mas é eficiente:
Devemos vigiar uns aos outros.
Que bom que meu
vizinho não jogue lixo no terreno baldio.
Mas se ele jogar
eu denuncio porque ele também me denunciaria.
De qualquer forma
o terreno fica limpo como deve ficar.
Que bom que meu concorrente não tente corromper alguém do
governo.
Se ele tentar eu
denuncio pois sei que ele também me denunciaria
De qualquer forma
o relacionamento entre Governo e empresários fica ético, transparente.
Essa lógica entra em sua mente?
Porque empresários “capitalistas” financiam
movimentos “socialistas”?
Doações de empresas
para os movimentos de esquerda nos EUA somam três bilhões de dólares; para a
direita, 32 milhões.
Repense