domingo, 30 de setembro de 2018

Segurança nas Eleições

  

  Não basta a eleição ser honesta, tem que parecer honesta.
  

 Eleições 2018

 

 Voto impresso, o retorno ao passado que opõe Bolsonaro e a Procuradoria Geral.

 

  Segundo colocado nas pesquisas, o deputado reclama da possibilidade de fraude sem o voto em papel.

 

“Bolsonaro conseguiu emplacar outro “retrocesso” durante a minirreforma política aprovada em 2015.

  Foi dele o artigo que previa a obrigatoriedade do voto impresso.

  Desde 1996 o Brasil utiliza predominantemente urnas eletrônicas.

  O Tribunal Superior Eleitoral chiou e disse que a adaptação do equipamento para que emitisse um comprovante impresso custaria aos cofres públicos mais de 1,8 bilhão de reais.

  Em época de crise econômica, o Tribunal determinou que nestas eleições apenas 5% dos dispositivos de votação tenham a impressora — aproximadamente 30.000 urnas.

   Mas, nesta segunda-feira, a PGR declarou que o artigo proposto por Bolsonaro e aprovado no Legislativo contraria a Constituição, e pediu que fosse declarado nulo.”


[El País - Fevereiro 2018]


 

  Vamos analisar essa notícia.
  Já no começo lemos:

 “Bolsonaro conseguiu emplacar outro retrocesso”.

   Não resta dúvida que o jornalista já se posicionou contra o voto impresso.

 “Desde 1996 o Brasil utiliza predominantemente urnas eletrônicas.”

  O Brasil é um dos poucos países que fazem isso, logo, esse fato não é garantia de nada.
  Nós estamos certos e a maioria do mundo está errada?
  Pode ser, mas não é uma “maravilha de argumento” me parece mais uma peculiaridade.

  “Comprovante impresso custaria aos cofres públicos mais de 1,8 bilhão de reais.”

  Compare com essa outra notícia.

 “A cúpula do Judiciário se mobiliza para conquistar junto ao governo federal um aumento de 12% para os servidores da área.

 O aumento, se concedido, custaria R$ 12 bilhões ao Tesouro Nacional.”

[Folha de São Paulo]

  

  Nosso judiciário dá como um dos motivos para não adotar o voto impresso o custo em tempos de crise.
  O mesmo judiciário que quer aumentar os custos em 12 Bilhões!!!!

 “determinou que nestas eleições apenas 5% dos dispositivos de votação tenham a impressora.”

  Mas já que o problema é a crise atual, foi proposto começar devagar, apenas 5% das urnas com voto impresso.
  A proposta é tão coerente que foi aceita e esse procedimento foi DETERMINADO.
  Porém, estranhamente, até o que havia sido determinado foi “desdeterminado”!!

  As alegações são de inconstitucionalidade e dificuldades técnicas.
  Vamos analisar isso também:

1 - No impresso haveria apenas a identificação da urna e as opções do eleitor sem identifica-lo em momento algum.
  Em que isso fere a Constituição!?

2 - Foi alegado maior demora na votação.
  É evidente, tem os segundos a mais para o eleitor verificar o que foi impresso no papel. 
  Em nome da transparência é aceitável.

3 -  Foi alegado que seria um item a mais para dar problema mecânico, a impressora.
  Esperamos, exigimos, que essa ocorrência seja exceção e não a regra.
  Se der esse tipo de problema o mesário faz um informe e desabilita a impressora, substituindo por outra, como já acontece quando ocorre algum problema técnico.

4 – Foi alegado que deficientes visuais seriam prejudicados.
 (Sério, pode ler a matéria, é só clicar no link do El País)
  Na urna "pretendida" não tem a situação do eleitor tocar no impresso e deposita-lo na urna, mas vamos supor que fosse assim.
  Um deficiente visual que se desloca até o local de votação, aperta diversos botões na urna eletrônica ... não consegue dobrar esse impresso e colocar na urna física!?
  Tá, ele não vai conseguir conferir o impresso, para esse eleitor em especifico o voto impresso será apenas um contra tempo a mais.
  Mas todos os outros eleitores com boa visão (que são a esmagadora maioria) vão auditar o bom funcionamento da urna, o deficiente terá uma garantia maior que o voto digitado corresponde ao impresso.

  Por que nem os 5% de urnas com voto impresso serão permitidos!?

  Sabemos que as urnas eletrônicas não são invioláveis, nenhum dispositivo eletrônico ou físico é.
  Sabemos que se for realizada uma fraude (sem nenhum comprovante físico) ela não tem como ser auditada.

  Atenção: NÃO estou dizendo que tem havido fraudes.
  Pelo menos naqueles cargos de maior visibilidade (Prefeito, Governador, Presidente) o resultado das eleições tem sido compatível (aqui em SP) com  o que notei nas ruas.

  A impressão do voto é um item a mais de SEGURANÇA.

  Para cargos como deputados e vereadores uma pequena alteração na quantidade de votos faz muita diferença e é difícil perceber.






 

  Ciro Gomes fala da importância de imprimir o voto:
 
► Vídeo
 

  



  

 😒“Mas isso criaria uma eterna recontagem de votos.”

        (Comentarista)

 

  Não sei porquê.

  Não basta um partido ou candidato pedir recontagem dos votos para que isso ocorra automaticamente.

  É preciso apresentar argumentos que justifiquem esse procedimento e quem decide é o Tribunal Superior Eleitoral.

  Pesquise e verá que isso já acontece.

  Um partido pode até pedir a impugnação da chapa adversária.

  Porém, não basta pedir, tem que levar ao judiciário evidências que algo de errado aconteceu.

 

 

  



  

  😒 “O que você sugere é ridículo, depois do resultado eletrônico, quanto tempo levaria para contar o voto impresso, onde ficariam armazenados!”

    (Comentarista)

 

1- A recontagem só ocorreria onde houvesse decisão nesse sentido do TSE.

 

2- O armazenamento poderia ser no máximo por 2 anos.

    Tempo suficiente para averiguar os pedidos aceitos pelo TSE de recontagem.

    Depois disso, os impressos vão para reciclagem, liberando espaço para os impressos da próxima eleição.

 

3 – Os votos impressos não seriam contados 100%, ocorreria uma conferência por “amostragem”.

    Cerca de 3% das urnas de cada Zona Eleitoral seriam sorteadas para verificar se o resultado eletrônico confere com o que foi registrado no papel.

   O esperado é que não tenha discrepância, se houver ... é preciso investigar o que ocorreu naquela Zona específica, não em todas as Zonas.

 

 

  


  

😒 “Como é que a gente sabe que o que digitamos é o mesmo número gravado no disco?”

   [Comentarista]

      

  Não sabemos.

  Aí está a maior segurança de visualizar o impresso.

  Vamos supor que você vote no João, a foto do João aparece na tela, mas eletronicamente o voto vai para Pedro.

  Lembre-se que no caso do voto, você não pode ser identificado como acontece em uma transação bancária por exemplo.

  Logo, um “vírus” bem feito pode fazer essa alteração e mesmo que ocorra alguma suspeita fica quase impossível coletar evidências.

.

  Se você consegue visualizar a impressão, fica tudo bem mais difícil.

  Não dá para alterar o papel depois de impresso.

  Precisaria em algum momento trocar a urna oficial, por outra urna que contivesse os impressos que o hacker programou eletronicamente.

  Veja que fraudar fica muito mais complicado.

  Não basta uma invasão eletrônica, é preciso colocar a mão na massa, digo urna.