sábado, 20 de fevereiro de 2021

Propriedade Intelectual



  Imagine uma invenção revolucionária.   
  Pensei em algo que vejo muito em filmes futuristas e até onde sei estamos longe de conseguir.

  Carros ou plataformas que flutuam a poucos centímetros do solo.

  Dependendo do custo e eficiência do sistema seria o fim da gigantesca indústria de pneus, por exemplo.
  Algo que anulasse controladamente a força da gravidade provavelmente envolveria entendimentos que nos levariam a um novo patamar científico.

  Estou escrevendo isso porque vejo pessoas defendendo com entusiasmo quebra de patentes, principalmente de remédios.

  Isso pode parecer bom, "eu" acho péssimo.

  Meu raciocínio é o seguinte.

  O que era "fácil" já foi descoberto/inventado.

  Aquela descoberta revolucionária que acontece na dedicação de uma pessoa em ambiente modesto ... não digo que ficou impossível, mas é muito difícil.
  Isso já vem ocorrendo desde 1900.
  As invenções vão sendo patenteadas por empresas não por indivíduos.
  Claro que estou falando daquelas que mudam paradigmas.

  Exemplo.
  Quem inventou a lâmpada elétrica?

 


  "Outros vinte e um inventores construíram lâmpadas incandescentes antes de Thomas Edison, que foi o primeiro a construir a primeira lâmpada incandescente comercializável em 1879."

 (Wikipédia)

 

  "Thomas Edison desenvolveu interesse pela Ciência, chegando a montar um laboratório em sua própria casa.

  Em 1868, o inventor registrou sua primeira patente, um registrador elétrico com diversas finalidades.

  Em 1870, Edison desenvolveu e vendeu por cerca de 40 mil dólares um aparelho elétrico que indicava as cotações das bolsas de valores.

  Em 1876, Edison criou uma espécie de centro de pesquisas em Menlo Park, onde existiam laboratórios, oficinas e mão de obra especializada.

  Em um período de quatro anos, ele patenteou cerca de 300 invenções, todas com imenso potencial tecnológico.

  Ao longo de sua vida, Thomas Edison registrou a patente de 2.332 invenções e, durante a operação em seu centro de pesquisas, foi apelidado de O feiticeiro de Menlo Park.


[Mundo da Educação]

 

 

 

  Não dá para negar que Edison foi "gênio", um tipo de individuo muito raro.
  Sem duvida "ganancioso".
  O poder econômico garantiu que outras mentes geniais trabalhassem sobre sua supervisão e assim, das mais de 2000 patentes registradas por sua empresa não dá para saber o que teve contribuição direta dele ou de algum "funcionário" anônimo.
  A empresa existe até hoje, a maioria deve conhecer, continua famosa, General Eletric.


  Na mesma época tivemos outro super gênio, Nikola Tesla.
  Porem não era muito "ganancioso", talvez fosse até mais inteligente que Edison, mas não se destacou na mesma medida.



  Para não ficar revirando o passado vamos a algo bem atual.

 
Quem inventou as duas vacinas mais usadas no Brasil contra o Covid 19?

  Se tem o nome de dois  indivíduos que se destacaram eu desconheço.
  Sei o nome das empresas, Sinovac Biotech e AstraZeneca

  São investimentos grandiosos em cérebros e equipamentos.
  Fazer isso só por conta da fraternidade mundial pode acontecer, mas a possibilidade de ganhar muitos contratos (capital) tem se mostrado um incentivo muito mais atraente.

  Quebrar patentes "prematuramente" (não importa o produto) diminui o avanço tecnológico.
  Principalmente na área da saúde isso acaba sendo um tiro no pé.
  O avanço que a "ganância" pode trazer em um ano o "amor fraternal" pode levar décadas ou nunca acontecer.





 


  

 AstraZeneca PLC é um conglomerado farmacêutico anglo-sueco criado em 6 de abril de 1999 pela fusão da companhia sueca Astra AB e da britânica Zeneca Group.



  Os seus produtos são vendidos em mais de 100 países.

  Tem cerca de 63 000 empregados, dos quais 12 000 no setor da investigação e pesquisa.

 (Wikipédia)


 

 

  Pensem em quanto essa empresa economizaria se dispensasse todo seu setor de pesquisa com mais de 10 mil funcionários.
  Não são só recursos humanos os materiais também são enormes.
  Como fazer testes sem insumos?

  A diretoria dessa empresa pode ter os mais nobres ideais, porém, para manter uma estrutura dessas é preciso muito dinheiro.
  Empresas que mantém setores de pesquisa é no intuito de inovar, lançar novos produtos e com isso conseguir entre outras coisas um diferencial de preço.
  Se tiramos essa possibilidade ... devemos contar apenas com o altruísmo.
    (Um tipo de comportamento encontrado em seres humanos e outros seres vivos, em que as ações voluntárias de um indivíduo beneficiam outros. 
  É sinônimo de filantropia. 
  No sentido comum do termo, é, muitas vezes, percebida como sinônimo de solidariedade.)

  Pense em um médico que gosta muito da profissão justamente pela possibilidade de ser útil ao próximo. 
  Isso necessariamente o obriga a um voto de pobreza!?
  Se paralelo a isso ele buscar ter bom salário e qualidade de vida (para ele e família) ... quem decidiu que essas duas situações são incompatíveis!?

  Vejam o caso das igrejas/religiões.
  Todas elas defendem o amor, a caridade, a fraternidade ... e "paralelo" a isso não abrem mão de  boa arrecadação.

   G
osto de ser útil as pessoas, não faço mais caridade porque sou pobre.
  Se eu ficasse rico tenham certeza que minhas doações aumentariam exponencialmente, mas dividir toda minha riqueza e voltar a ser pobre ... pode esquecer.






   

  A Sinovac Biotech é uma empresa biofarmacêutica que se concentra na pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização de vacinas contra doenças infecciosas.

 A empresa está sediada em Beijing, China.

 


  Polêmica de corrupção e suborno.

 

  Nos últimos anos, a confiança da população chinesa na indústria da vacina do país foi minada por casos de ineficácia dos soros, e até de corrupção.

  Grandes farmacêuticas como a CanSino Biologics, Instituto Wuhan e a própria Sinovac Biotech estão em um processo de reconquista dos créditos com a sociedade chinesa.

  Dois anos atrás, foi revelado que o Instituto Wuhan havia aplicado vacinas ineficazes para tétano e difteria em milhões de bebês ao redor da China.

  A empresa foi multada pelo governo em US$ 1,3 bilhão.

 

  Antes disso, segundo reportagem do The New York Times, uma investigação descobriu que a Sinovac cometeu crimes de corrupção com o governo chinês por mais de 10 anos.   

  Entre 2002 e 2014, o gerente-geral da farmacêutica, Yin Weidong, teria repassado US$ 50 mil como forma de suborno para o vice-diretor da China — responsável pela liberação de insumos farmacêuticos —. Com isso, a aprovação de medicamentos da empresa foi facilitada pelo governo durante esse período.

  Ninguém da empresa ou governo foi punido por esse fato, e conforme dito anteriormente, Yin Weidong é, hoje, o CEO da Sinovac.

  Em ambos os casos, nenhuma acusação criminal formal foi feita contra as empresas.


[Jornal do Campus]

 

 

   
  Quanto a crimes de qualquer tipo devemos ficar atentos a empresas (e pessoas) de qualquer tipo.


  Tenho visto nos jornais funcionários do setor da saúde fingindo que aplicam vacinas.

  Isso é terrível!

  Veja bem que estamos falando de pessoas "comuns", no sentido daquele individuo que faz parte do nosso dia a dia.

  Não daquele cara com imunidade parlamentar, diretor de uma grande empresa, traficante, militar de alta patente ...

  Estamos falando daquele individuo que se for pego vai ter dificuldade até pra contratar um bom advogado, mesmo assim ele se arrisca.

  Vender por fora algumas doses de vacina não vai deixar ninguém milionário, é uma sacanagem inominável, ainda mais se for falsa ... mesmo assim há indivíduos que fazem.

  Enfim.


 Crimes devem ser combatidos e punidos duramente.

 

  Se uma empresa fez investimento em pesquisas de maneira legal/ética não esta cometendo nenhum crime, é justo que tenha o retorno desse investimento, não importa o produto.

  Por um bom tempo deve ter direito a exclusividade da produção ou receber uma porcentagem de quem quer replicar sua inovação.

  Se os governos estão preocupados que subsidiem a compra.

  Tirem verbas de seus exércitos, comprem mais remédios e menos armas.


  Quebrar patentes desrespeitando propriedade intelectual é "bonito" no hoje, mas o "amanhã" sempre vem e as coisas podem ficar "feias".


  As empresas que desenvolvem produtos eficientes contra doenças terão grande lucro?

  "Deus" te ouça.

   Senão ficaremos todos a espera de milagres.


  Mais uma vez:


  O avanço que a "ganância" pode trazer em um ano o "amor fraternal" pode levar décadas ou nunca acontecer.


  A vida poderia ser um coelhinho fofinho, mas esta mais para porco espinho.

  É preciso ter cuidado com tudo, até com os mais "nobres" sentimentos se esses trouxerem resultados práticos pífios.




Industria Farmacêutica








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