sábado, 24 de abril de 2021

Subsídios





  Não sou radicalmente contra subsídios.
  É uma ferramenta administrativa do Estado.
  Porém, é também uma grande intervenção que deve ser evitada ao máximo.

  O efeito mais nefasto é a distorção de preços que complica demais um Capitalismo de boa qualidade.

  Tem aquele subsidio bem identificado, clássico, como acontece com as passagens de ônibus.
  O valor cobrado (diante de tantos descontos e isenções) não cobre o custo da operação.
  Daí o Governo coloca dinheiro dos impostos.

  Tem o "subsidio indireto".    
  Através de alguma lei ou sistema o Governo dá privilégio para algum setor.                       

 

 

  A Vale, sozinha, consome 5% da energia produzida no país.

  Além de obter energia mais barata que suas concorrentes no exterior, a Vale paga até 80% menos que o cidadão comum.

   Essa diferença é fruto do modelo energético brasileiro que garante parte do poder de concorrência internacional da companhia.

  “Sem dúvida, esse baixo preço da energia é um diferencial competitivo para a Vale”, avalia Gilberto Cervinski, do MAB. Para ele, o fato de os consumidores pagarem até 500% a mais pela energia representa uma espécie de subsídio indireto.

  "Todos nós pagamos a conta pela geração e distribuição de energia elétrica, enquanto alguns poucos tiram proveito".


  [Agência Brasil]

 

 

  
  Mas quero falar de outro tipo de subsidio indireto menos "percebido".
  Vou usar o exemplo dos Correios.




  Se os valores cobrados pelos Correios fossem suficientes para cobrir os custos não haveria dividas, óbvio.

  Por um fator ou outro tem ano que os Correios apresentam lucro, mas se isso fosse uma constante ... não haveria dividas, óbvio.

  As Estatais (quando deficitárias) vão empurrando as dividas através de empréstimos ou calote.
  Empréstimos tem juros (óbvio) a divida só faz crescer.
  Calote ferra o fornecedor que vai a falência ou para de fornecer.

  Mas "tudo bem", quando a situação fica insustentável o Governo faz "aporte de dinheiro"... olha o subsidio  aí gente!
  

 

  “Nos exercícios de 2018 e 2019, o Correios contratou operações de crédito de 750 milhões de reais, recebeu aportes do Tesouro (224 milhões de reais), e consumiu aplicações financeiras para a manutenção de suas atividades operacionais."


(Várias fontes)

 

 Texto Anterior (Complementação)


  A distorção sistêmica que isso provoca daria para escrever um livro vou tentar concisão máxima.


  a) Se você usa muito o serviço dos Correios tem alguma vantagem, estou falando de empresas, não do usuário comum que recebe uma coisa ou outra via Sedex.
  No final toda Sociedade paga um custo que seria só da empresa.
  Dai você inteligentemente esta pensando:

  😒 "Mas se o frete fosse maior isso seria repassado para o cliente".

  De quantas compras você já desistiu por o frete estar  caro?
  Eu, de varias.
  Preferi  buscar o produto ou similar na loja física.

  Quero dizer que se não fosse a concorrência "desleal" dos Correios as empresas iriam dar um jeito de melhorar a logística para baratear o frete.
  Chegar ao preço dos Correios acho difícil, mas não criaria rombos enormes para todos pagarmos.
  Pagaria quem usa efetivamente.



b) Tem o que chamamos de ganho de escala.
     Se a empresa tem grande área de abrangência (muitos clientes) consegue reduzir custos.
  No caso do Brasil não adianta nem investir nisso.
  Por mais dinheiro que a empresa tenha não vai competir com o Tesouro Nacional.
  Os Correios tem o caixa "infinito" dos Impostos.
  (Claro que não é infinito, mas muito maior que de 99,5% das empresas.)
  A Estatal não vai a falência a empresa particular vai.



c) 😒 "Ah, mas se os Correios for bem administrado dá lucro."

  Isso vale para qualquer Estatal ... que tenha um produto ou serviço importante e "privilégios" em relação a iniciativa privada.

  Acontece que a tentação de usar a Estatal segundo interesses políticos é muito grande.
  Todos sabemos que levar a empresa a uma boa condição é demorado, mas para enche-la de falhas é rapidíssimo.
  Por mais "consciência politica" que um povo tenha (não é o caso do brasileiro), como o eleito e seu grupo vão agir não é facilmente previsível.
  Tem as promessas, tem os belos discursos, na teoria é uma beleza, na pratica nem sempre.

  Vejam o caso de Wilson Witzel, Governador investigado do Rio de Janeiro.
  Me parecia que o Rio teria um governo "sério".
  Possivelmente diante das opções disponíveis, se eu morasse lá, teria votado nele.
  E deu no que deu...😟 (sinais claro de corrupção)
  Ainda bem que foi descoberto rápido.
  Geralmente as estatais ficam sendo dilapidas por anos até que surja uma denuncia e isso chegue a alguma punição.
  E quando pensamos que vai dar alguma coisa o STF desqualifica tudo que foi feito...

  Enfim.

  Essa meditação é mais uma das que tentam dar um melhor entendimento ao eleitor daqueles papos acadêmicos complexos sobre economia.
  Quando ver tanta "roubalheira" e "incompetência administrativa" se pergunte se você esta sendo "cumplice" com seus votos.

  Privatizações estão longe de ser a solução para todos os problemas, nada é.

  Mas as Estatais devem ser reduzidas ao mínimo possível tendo como prioridade:

  Saúde, escolarização, segurança e fiscalização.

  Fica mais fácil para nós "julgarmos" as ações do governo.

 Olho do Dono





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