quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Mini Cracolândia

  Nos debates sobre Cracolândia muitos comentaristas criticaram o trabalho da polícia.
  Não tenho como atribuir aos policiais grande responsabilidade pela situação.



  A princípio parece uma ação simples .
  ​Aciona um batalhão da PM​, ​desocupa o local.
  Já vimos isso em várias ocasiões.
  Mas os viciados não desaparecem​, ​ não é uma operação policial que vai acabar com vícios.
  Vícios são tão antigos quanto a humanidade​, ocorre até entre outros animais, não tem como "eliminar".

  Me veio um pensamento paralelo...
  
  Como evitar ter câncer?

  Não tem uma boa resposta sobre isso, excessos de todo tipo podem contribuir para seu surgimento, porém pessoas com comportamentos bem "normais" desenvolvem a doença.
  Tem o componente genético, mas é uma "roleta russa", não é porque a mãe teve câncer que a filha também terá.
  Quando aparece um tumor, a princípio parece fácil resolver, é só extrair e fim da doença...
  ​Sabemos que não é o que acontece​,​ o t​u​mor lança células cancerígenas por todo organismo, a conhecida metástase.
  No caso do corpo humano, o cidadão morre.

  Se olharmos para as "cracolândias"​ (de qualquer grande cidade) podemos comparar com um tumor cancerígeno.
  Simplesmente extrair ... não funciona.
  ​A cidade obviamente não​ tem como ​"​morrer​",​ o problema se espalha para outros pontos que se desenvolvem.
  A​parecem várias mini ​c​racolândia​s​ que se unidas ficam maiores que a original.

  O trabalho policial vira um eterno enxugar gelo.

  Com leis muito favoráveis aos bandidos (e viciados).​
  A polícia faz o que pode​.
  Com nossa "cultura do vitimismo", não dá para fazer muito.

  A maioria tem "dó" dos viciados, isso gera ​tolerância em excesso...

​ Exemplo.​

​ ​ Minhas filhas não têm nenhum tipo de retardo mental.
  Desde sempre estão expostas a campanhas contra as drogas.
  Mesmo que eu ou minha esposa ​nos drogássemos,​ minhas filhas não poderiam dizer desconhecer os efeitos maléficos das drogas.
  Talvez até conhecessem mais intensamente, sofrendo tragédias na própria família.
  Meu pai bebia e fumava, eu optei por não ter vícios​,​ em parte por conta do que via em casa.

  Quero dizer que no caso das drogas não tem vítima inocente​,​ todos sabem dos riscos.
  Em algum momento houve uma escolha​ consciente de experimentar bebidas ou drogas​.
  A pessoa precisa ​arcar com as consequências.

  Ter "dó" de alguém que desenvolve câncer entendo .
  Ter dó de alguém que ESCOLHE se drogar ... é complicado pra mim.

  Se fosse minha filha ficaria mais com "raiva" dela do que alguma pena.
  Ficaria com dó de mim e da minha esposa.
  Tanto amor, tanta dedicação e minha filha faz uma escolha dessas!

  Entretanto, essa é mais uma questão que sou minoria.
  A maioria defende que viciados são vítimas inocentes de algum sistema, devemos tratá-los como bebês indefesos levando até papinha...

  As leis frouxas e a limitação do trabalho policial são escolhas conscientes da nossa sociedade.
  Temos o caos que escolhemos.

  Essa lógica entra em sua mente?

  


    “O melhor é sair da vida como de uma festa, nem sedento nem bêbado."

  [Aristóteles]

 

Acordo Social

 











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