Certa vez um indivíduo reclamou que se sentiu
invisível.
Queria entrar com
um adolescente "excepcional" e eu o deixei falando sozinho.
Evidente que não lembro
de cada pessoa que atendo ou em quais circunstâncias.
De repente alguma
ocorrência mais prioritária chamou minha atenção.
Mas se o indivíduo
realizou a visita pretendida ... o essencial foi feito.
O que é mais
provável que tenha ocorrido?
Em enfermarias
comuns a visita é feita de 2 em 2.
Não tem nada na
norma que permita uma terceira visita "atendendo a pedidos" ou por
alguma deficiência do visitante.
São duas entradas
permitidas ao mesmo tempo (caso já não haja visitantes no leito).
A pessoa com
dificuldades é auxiliada pela que não tem dificuldades.
Simples né?
Acontece que:
Muitos visitantes NÃO querem que crianças,
idosos, cadeirantes ... portadores de necessidades especiais sejam considerados
como visitas.
Sei lá, não são
pessoas!?
Se não contam como
visita porque trazem para visitar!?
(Não falo, mas fico pensando.)
Acredito que a pior
coisa nesse tipo de situação é ficar debatendo com o visitante.
Qualquer coisa que
se diga vai soar ofensivo.
Prefiro ficar em
silêncio.
Já expliquei a
norma, emito as duas etiquetas e pergunto quem vai fazer a visita.
Mas pelo visto, até
ficar em silêncio para evitar bate boca é considerado ofensivo.
E agora quem poderá
me defender...
Uma das reclamações mais bizarras que tive
que responder foi de eu ficar “balançando” muito.
O que poderia ser isso!?
Ficar girando na cadeira, não fico.
Lembrei que um dos meus vários defeitos é
ficar balançando as pernas.
É comum a muitos indivíduos, todo mundo
conhece o tipo.
Evidente que não gosto de fazer isso, é até
motivo de gozação dos colegas.
Se percebo que estou balançando, paro, mas o
problema é que nem percebo.
Já que a moda é criar cotas, vou querer cota
para os “balançadores de perna”.
😆
É
rir para não chorar.
.
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