terça-feira, 24 de dezembro de 2019

É pessoa ou não é!?

  Me perguntaram bastante sobre meus relatórios para Ouvidoria.

  Certa vez um indivíduo reclamou que se sentiu invisível.
  Queria entrar com um adolescente "excepcional" e eu o deixei falando sozinho.

  Evidente que não lembro de cada pessoa que atendo ou em quais circunstâncias.
  De repente alguma ocorrência mais prioritária chamou minha atenção.
  Mas se o indivíduo realizou a visita pretendida ... o essencial foi feito.

  O que é mais provável que tenha ocorrido?

  Em enfermarias comuns a visita é feita de 2 em 2.
  Não tem nada na norma que permita uma terceira visita "atendendo a pedidos" ou por alguma deficiência do visitante.
  São duas entradas permitidas ao mesmo tempo (caso já não haja visitantes no leito).
  A pessoa com dificuldades é auxiliada pela que não tem dificuldades.
  Simples né?

  Acontece que:

  Muitos visitantes NÃO querem que crianças, idosos, cadeirantes ... portadores de necessidades especiais sejam considerados como visitas.

  Sei lá, não são pessoas!?
  Se não contam como visita porque trazem para visitar!?
  (Não falo, mas fico pensando.)

  Acredito que a pior coisa nesse tipo de situação é ficar debatendo com o visitante.
  Qualquer coisa que se diga vai soar ofensivo.
  Prefiro ficar em silêncio.
  Já expliquei a norma, emito as duas etiquetas e pergunto quem vai fazer a visita.
  Mas pelo visto, até ficar em silêncio para evitar bate boca é considerado ofensivo.
  E agora quem poderá me defender...




 
  Uma das reclamações mais bizarras que tive que responder foi de eu ficar “balançando” muito.
  O que poderia ser isso!?
  Ficar girando na cadeira, não fico.
  Lembrei que um dos meus vários defeitos é ficar balançando as pernas.
  É comum a muitos indivíduos, todo mundo conhece o tipo.
  Evidente que não gosto de fazer isso, é até motivo de gozação dos colegas.
  Se percebo que estou balançando, paro, mas o problema é que nem percebo.
  Já que a moda é criar cotas, vou querer cota para os “balançadores de perna”.
  😆
É rir para não chorar.




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