sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Funrural


  Quebrado, governo quer perdoar dívida do agronegócio com Funrural.
   Num instante em que o governo corta até despesas prioritárias, voltou às pranchetas do Ministério da Economia o plano de renegociação da dívida do agronegócio com o Fundo de Assistência do Trabalhador Rural, o Funrural.
  Coisa de R$ 11 bilhões.
  O setor pede anistia.
  E o governo (Jair Bolsonaro) não exclui a hipótese de oferecer, além da rolagem, o perdão de uma parte do passivo.



  Essa anistia da dívida foi promessa de campanha de Jair Bolsonaro que agora ele tenta cumprir.

  Do jeito que é apresentado na mídia em geral dá uma raiva danada dos agricultores e da proposta "indecorosa" de Bolsonaro.
  Nos jornais de todo tipo e redes sociais vemos as manchetes:

  “Governo perdoa dívida bilionária do agronegócio.”

  Nos jornais mais “sérios” lá no meio da matéria tem a explicação.
  Mas a maioria só lê a manchete.

  Nas redes sociais só comentam a imagem postada porque afinal é apenas o que tem.
  A maioria dos comentários sobre esse tema são de ódio/indignação.

  Eu pesquisei, vamos ver a queixa dos agricultores.

  Conheçam os FATOS e tirem suas conclusões:

 
  Em 2010 e 2011, duas decisões colegiadas e unanimes (11x0) no STF, afirmaram que o produtor rural pessoa física não deveria pagar mais o Funrural sobre a receita bruta.
  A cobrança foi o considerada absolutamente inconstitucional por quebra do princípio da isonomia tributária.
 Isso porque os urbanos pagavam sobre folha, enquanto os rurais eram submetidos ao pagamento da contribuição sobre a receita.

 Isso fez com que milhões de produtores, acreditando na palavra final do Supremo, deixassem de recolher a contribuição social com base neste entendimento.
  Muitos desses produtores voltaram, inclusive, a pagar o tributo tal como o setor urbano (20% sobre a folha de salários), não havendo, portanto, um não recolhimento generalizado, como afirmam alguns.

 “O produtor rural estava, não somente amparado pelo entendimento anterior do STF de que não havia mais necessidade de recolher o Funrural sobre a receita bruta, mas também, amparado por decisões em ações judiciais coletivas ou individuais, que também o amparava do não recolhimento”

Link


  Agora o STF mudou o entendimento!?
  Estão cobrando tudo que deixou de ser pago no período!?
  Muitos produtores não tem de onde tirar tanto dinheiro.
  E os que tem ... é justo dar esse dinheiro para o Governo?

  Lembrei que algo parecido ocorreu comigo.

   Quando mudei para meu apartamento estranhei não receber o boleto de IPTU.
   Entrei em contato com a prefeitura, foi me dito que por ele estar no nome da empreiteira ela fazia os pagamentos.
   Quem vai brigar para pagar impostos?
   Eu não.
   Por uns 4 anos não recebi nenhuma cobrança.
  Os carnês começaram a chegar e fui pagando normalmente.
  Depois de uns 5 anos pagando o IPTU me veio um carnê com valor astronômico.
  Estavam me cobrando os 4 anos não pagos!!
  Sabem como é difícil brigar com a prefeitura.
  Houve alguma redução, mas acabei pagando, parcelei em 48 vezes.
  Será que todos conseguiram pagar; era justo pagar?

  Isso é o que chamamos de INSEGURANÇA JURÍDICA.

  O jogo tem uma regra, você joga por ela, de um dia para outro muda e o cidadão fica no prejuízo!?

  Convenhamos, o produtor rural não poder ser penalizado pelas ações do nosso STF de “qualidade preocupante”.

  Cobrem a dívida do STF.
  (Foi essa instituição que bagunçou tudo).

  De certo há de se analisar cada caso.
  Mas a dívida referente ao não recolhimento do Funrural sobre a receita ... “EU” perdoaria.
  Nem podemos chamar dívida, foi um não pagamento de algo que segundo o STF não precisava ser pago, era inconstitucional.

  Outra coisa a ser levada em conta.

  Estamos falando em geral da produção de alimentos.
 
  Quando um produtor quebra a oferta diminui, isso faz subir os preços.
  Sim ele pode vender suas terras, mas nada garante que continuará a ser uma propriedade produtora de alimentos.
  Pode virar um condomínio fechado, bairro de casas populares, indústria, comércio ... assentamento do MST.

  E se o produtor conseguir pagar?
  Seus custos irão aumentar, isso tem que ser repassado para o preço final ou ele quebra.
  Alimentos mais caros, inflação ... mais dificuldades para as camadas mais pobres.

  Enfim, agricultura é um setor importantíssimo em qualquer país.

  Sem STF a gente vive, sem comida não.
 (Evidente que não quero o fim do STF, mas é importantíssimo que tenha mais qualidade)

  “Nessa questão” do Funrural eu defendo a anistia da dívida.

  E você?



  "Impasse sobre extinção do passivo do Funrural pode levar à criação de CPI"








STF




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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Passagem de Ônibus


   "A passagem de ônibus em Campinas sobe para R$4,95."
 (Janeiro 2020)

  Vi essa manchete com letras garrafais em vários jornais.
  A principio parece só informação útil, mas um pouco que lemos as reportagens vemos incitação a indignação, a revolta.
  Destacam só as insatisfações com o transporte publico.
  Quem lê se sente terrivelmente lesado se dispondo até a manifestações como estão ocorrendo na França.

   O que a mídia não destaca nas matérias?

                                           

a)  A partir dos 60 anos, todos são considerados idosos com gratuidade no transporte.
  O número de idosos só faz crescer, cada vez mais gente andando “de graça”.
 
(O serviço é subsidiado pela prefeitura com o dinheiro dos impostos.)
 
b)  Raramente o trabalhador pega só um ônibus para o trabalho, logo é preciso dividir o que você paga por dois.
   (Em um sistema de integração, o segundo trecho já esta incluído no preço da passagem.)
 
c)  O empregador está autorizado a descontar na folha de pagamento o percentual de até 6% sobre o valor do salário básico do empregado pelo vale-transporte fornecido.
  Ou seja, quem ganha menos, paga menos.
  Se você não teve aumento salarial, a passagem também não aumentará pra você.
 
d) Quem pode ter o Bilhete Único Gratuito?
 
  Têm direito ao benefício da gratuidade somente as pessoas residentes em Campinas.
 
- Pessoa acima de 14 anos incapacitada, permanente ou temporariamente, para qualquer tipo de trabalho por deficiência física, sensorial, mental, orgânica ou múltipla;
 
- Criança até 13 anos de idade, incapacitada por deficiência que justifique o benefício;
 
- Acompanhante de pessoa incapacitada, desde que o deficiente não possa se locomover sozinho.
 
e) Em São Paulo capital tem vale para desempregado.
    (Em Campinas ainda está em estudo)

 
  Tem direito ao benefício quem está fora do mercado de trabalho entre 30 dias e 6 meses.
  O Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) oferecem gratuitamente o Bilhete do desempregado.
  Além disso, o usuário deve ter trabalhado pelo menos 6 meses no último emprego com registro em carteira.

 


  Diante de tanta gente andando de graça ou pagando com grande desconto você acha mesmo que a passagem esta cara?

  Então ande de bicicleta ou moto.

  Não atrapalhe a cidade com revoltas infundadas ou manifestações sem sentido.






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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Comércio Local

  
  Gosto de ter coisas boas perto de casa, então privilegio o comércio local.
  Acho que todos deveriam fazer o mesmo.
  Tem algum comércio próximo?
  Contribua para que ele seja lucrativo, enraíze no bairro e continue prestando bom serviço.

  Entretanto ... o comerciante precisa fazer a parte dele.

  Só tomo café da manhã quando estou de folga.
  Gosto do pão fresquinho com margarina.
  (Com ovo, mortadela ou presunto e queijo, também me agradam.)

  A padaria da esquina passou por vários donos.
  O pão começa gostoso, vai piorando, piorando...
  É excelente ter uma padaria bem perto de casa, mas não adianta nada se o produto não agrada.
  Trocou de direção faz cerca de 1 ano.
  O pão estava gostoso, voltei a frequentar o local.
  Você vai pelo pão, mas acaba levando também algum salgado, pão doce, frios ... alguma coisa que deu vontade de comer no momento.

  Não sou ignorante, sei que nem toda fornada sai boa, mas espero uma certa constância.
  Só sei que está ficando difícil uma fornada boa na padaria perto de casa.

  Para não ter “decepção” começo a preferir pegar o carro e ir a uma mais longe, que mantem um padrão de qualidade.

  Essa meditação é pra você "comerciante local".

  Por mais simpático que tente ser com a vizinhança, se o produto não tiver qualidade as pessoas falam bom dia pra você e vão comprar em outro lugar.

  Se em um lugar sou atendido “profissionalmente” (sem excesso de simpatia) e o produto é bom, continuo frequentando indefinidamente.
  Se sou mal atendido ou muito bem atendido e o produto é ruim ... havendo opção vou atrás de outro comércio.

  O atendimento na padaria perto de caso é ótimo, gosto das pessoas.
  Mas se o pão deixa a desejar ...

  E não é barato não.
  Há umas 2 semanas comprei 10 pães, me custaram R$10,28.
  Cada pão custou mais de 1 real!
  (Guardei o valor na memória porque ingenuamente dei uma nota de 10, acreditava que fosse suficiente.)

  Hoje (13/01/2020) estou de folga, com preguiça de pegar o carro,  fui buscar pão na padaria da esquina.
  Pretendia comprar uns 8, em casa somos 4.
  Notei que o pão estava bem mirradinho.
  Apostando em decepção comprei apenas 3.
  Paguei R$2,70 por 3 pães que equivaliam a 2!
  
  Comi 2, o terceiro ... eu não vou comer.
  Não estava péssimo, mas não estava bom a ponto de dar algum prazer em comer.
  (Me provocou a escrever no modo automático esse texto.)
  Para família vou preferir pegar o carro e ir na outra padaria.






  Mais uma vez vemos como é difícil administrar qualquer empresa.
  Só para ficarmos no pão...
  A qualidade depende da farinha/complementos e habilidade do padeiro.
  Cortar custos economizando nesses itens afeta o resultado final.

  Teremos um país muito melhor, mais produtivo, gerando mais empregos ... se valorizarmos o comércio local.
  Isso aumenta a distribuição de renda.

  Consumidor, prestigie o comércio local.

  Comerciante local.
  Mantenha a qualidade e preço aceitável ou feche as portas de uma vez.
 (Fechar é melhor que ficar agonizando lentamente, por vezes acumulando dívidas nos Bancos.)

  Boa sorte (e competência) a todos!



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