sábado, 23 de abril de 2022

Conan

                                       

 

  😠  “O que destaco é o falecimento intelectual da mídia, do cinema e da literatura.

   Antigamente os recursos eram escassos, mas o talento e a criatividade compensavam.

  Hoje tudo que temos são variações da mesma coisa.

  Roteiros que falam de revoluções, e quando não, são romances de dor de corno.

  Vivemos essa podridão intelectual da mídia...”

  (Comentarista)

 

 

  Por algum tempo (pouco) pensei mais ou menos como esse comentarista.
  Quando meditei melhor sobre o assunto entendi que estava sendo injusto com a "mídia".

  Não é que os filmes de antigamente eram muito melhores que os de hoje, nós individualmente é que mudamos.

                                                   

  Quando envelhecemos enjoamos de quase tudo, quando se é jovem tudo é novidade.

 

   Não precisa nem ter muita idade.

  A partir dos 30 anos (ou antes) as coisas já ficam repetitivas.


  Vejam um exemplo.


  Lembro que quando assisti "Conan, o Bárbaro" achei o filme sensacional.
  Uma das melhores coisas que já havia visto na vida, "poucos filmes da atualidade se comparavam a ele."

  Certa vez zapeando na TV apareceu o titulo, eu tinha tempo disponível, muito animado resolvi assistir novamente, matar a "saudade"; lembrava pouco do filme.
  Caraca, que droga!
  Assisti até o fim só para ver até onde a baboseira iria.

  Evidente que o filme não mudou, quem mudou foi eu.
  Em que mudei?

  Depois de assistir tantos filmes fui ficando mais exigente com o roteiro, antigamente na minha ingenuidade e pouco conhecimento aceitava qualquer coisa...

  Conan ainda criança teve sua aldeia invadida por saqueadores que mataram seu pai e sua mãe na frente dele.
  Conan foi levado como escravo. 
  (Um roteiro que já vimos centenas de vezes, mas para mim era novidade.)

  É colocado em um moinho, fica empurrando a moenda por toda sua adolescência como se fosse um boi.
 (Esse único exercício e péssima alimentação tornou seu corpo monstruosamente forte!?)

  Seu dono aparentemente foi a falência, mas se afeiçoou ao escravo por sua grande resistência.
  O colocou para lutar em torneios.
 (Sem treino nenhum, apenas na base da força, virou um lutador imbatível.)

  Seu dono não queria que Conan passasse a vida toda como escravo, o libertou, a partir daí o roteiro desanda para o surreal.
  O objetivo de Conan passa a ser encontrar os saqueadores que mataram sua família.
  (Aquele roteiro sobre vingança tantas vezes visto, o "vilão" mata a esposa e filho ou pais do "mocinho".)

  Conan vive de roubar.
  Em uma ocasião encontra outro ladrão que vira seu parceiro.
  (Ser ladrão em muitos filmes é tratado de maneira tão romântica que dá vontade de sair por aí roubando e saqueando também.😟 É o "direito dos manos" nos filmes.)

  Eles decidem roubar uma fortificação com um grande tesouro, entram ali facilmente.
 (Sempre tem uma entrada secreta...)

  Durante o roubo se deparam com uma bela guerreira (Sempre tem a moça bonita) que pensam ser da guarda, mas descobrem que ela é ladra também e assim, do nada, decidem roubar juntos a fortificação.
  Segue aquela cena clássica de três guerreiros incríveis matando dezenas de opositores.
  Tão batido, tão infantil, tão tedioso...

  Para não me alongar vou falar alguns trechos mais bizarros.

💣  No filme Conan morre e é ressuscitado!
  Os espíritos cobram seu preço, mais tarde a moça morre.

💣  Tem uma cena que Conan invade o local onde está o vilão, o individuo foge se transmutando em cobra!!

💣  Perto do fim quando você acha que já viu de tudo ...
  Conan está perdendo uma luta, quando o bandido vai dar o golpe final a moça morta aparece e impede dando chance de Conan se recompor.
  A moça veio lá de onde vivem os mortos só para salvar Conan, depois voltou para o além.


  Que tipo de cérebro eu tinha para gostar tanto desse filme?
  O mesmo que tenho hoje só que estou mais experiente, mais crítico, mais "adulto".

  O que acho hoje de filmes como Conan?
  É entretenimento, tem seu público , principalmente entre crianças e adolescentes.
  Eu dispenso, mas não "condeno" a mídia ou quem gosta.

  Tudo é fase.
  Já curti novelas, programas de auditório, campeonatos de futebol.
  Faz tempo que não assisto nada disso.

  Eu cansei da fórmula, mas muitas pessoas não enjoam.
  Quando envelhecemos enjoamos de "quase" tudo.
  Eu, por exemplo, "ainda" não enjoei de escrever.

  Vejo pessoas com mais de 60 anos acompanhando BBB, novelas, programas como Silvio Santos...

  Não acho o que passa na TV um "lixo".
  O que passa na TV já não me atrai só isso.

  Se tem pessoas que querem da mídia essencialmente entretenimento ... devem ser democraticamente respeitadas.

  Há "intelectuais" que defendem uma "mídia" com eternos "telecurso segundo grau", musicas clássicas, debates sérios sobre noticias...
  Acontece que tem o "sonho" e a realidade.
  A TV sem publico não tem anunciantes (dinheiro), se o futebol atrai mais telespectadores que o "Café Filosófico" é natural que a mídia priorize o futebol.

  Daí alguns defendem que toda mídia deve ser estatal ... mas já escrevi sobre os perigos disso ...

  ➽Bolha de Informação


  Para terminar.

  Quando você criticar a qualidade das musicas atuais lembre-se de grandes sucessos do passado não muito distante:

"Na Boquinha da garrafa."☛♫♫♫♫

"A barata da vizinha."☛♫♫♫♫

"Eu quero goza" 😆☛♫♫♫♫



  No geral a humanidade passa por fases mais inspiradas e menos inspiradas.
 Na minha percepção as musicas das décadas de 80 e 90 foram de uma fase muito inspirada.
  Fico a espera de uma nova fase inspirada da humanidade, um "iluminismo das artes".

  Ou será apenas saudosismo da minha juventude?

  "Decifra-me ou te devoro!"

  
  Antes disso teve a:

2 comentários:

NIHIL METILENE disse...

Eu curti o seriado "O incrível Hulk", veja que absurdo! 😀
Teve também o caso de eu gostar muito de Um desenho animado num período e meses depois, não querer nem ver pela frente mais.
Às vezes as preferências se alteram com rapidez.

William Robson Anakin disse...

Com esses filmes de super heróis nós temos que reduzir nosso senso critico ao mínimo e por vezes nem isso é suficiente.