sábado, 2 de abril de 2022

Eleitores Complicados

  Em culturas mais evoluídas como a holandesa ou norueguesa os atuais líderes das pesquisas não teriam a menor chance, mas somos latinos, aqui é Brasil ... tudo fica mais complicado.

  Gostei dos últimos acontecimentos.

  Ameaça de desistência do Doria e desistência de Moro.

 

  Após ameaçar desistir da disputa presidencial, Doria reafirma candidatura e deixa governo de SP.
  Adversário que ele derrotou na convenção do PSDB também abre caminho para se candidatar. 
  Eduardo Leite renunciou ao governo do Rio Grande do Sul sem dizer a qual cargo pretende concorrer.
  Globo - 31 Março 2022

  

  Faz algum tempo venho escrevendo sobre o nefasto negacionismo de tanta gente com relação ao resultado das pesquisas.
  Parece que pelo menos Sergio Moro e Doria caíram na real.

  ➽Pesquisas 2022

  Doria estava sofrendo crescente resistência no próprio partido com a novela Eduardo leite.
  A disputa já está difícil, com tantos fatores contra (inclusive "fogo amigo") ... é melhor desistir.
  João Doria visivelmente pegou gosto pela política, mas não é o tipo de pessoa que participa de algo para perder.
  Se a derrota é certa ... melhor voltar a vida boa, sem tanto estresse, que ele já tinha.
  Se a partir de agora o PSDB vai respeitar o resultado das prévias já é um grande problema a menos.
  Doria de certo não espera ajuda da "ala Aécio Neves", se eles não ficarem constantemente querendo o derrubar sabotando a campanha já basta.


  Com Moro a situação é mais complicada  para continuar a corrida presidencial.
  Se ele tivesse alcançado uns 20% não faltaria apoio.

  Muitos culpam o Podemos, mas é um partido pequeno.

 
O esperado era que Sergio Moro alavancasse o Podemos, não o contrário.

  Bolsonaro conseguiu alavancar o PSL, não lembro bem, mas nessa altura das eleições de 2018 ele tinha 15% das intenções de voto.
  Moro começou com 11% e baixou para uma média de 8%.

  Moro tem inimigos poderosos por todos os lados.
  O apoio da população poderia equilibrar as coisas, mas ele não veio.
  Estamos a sete meses das eleições.
  Se ele fosse pouco conhecido (Como Pacheco, por exemplo) ainda haveria aquela expectativa de se apresentar ao eleitorado, porem não há.
  É mais ou menos o caso de Ciro Gomes, quem ainda não o conhece obviamente não se interessa o mínimo por politica, quem ganhar ganhou, "tanto fez como tanto faz".

  As viagens de Moro (e qualquer outro candidato) tem custos.
  Li em uma matéria que pagamentos a fornecedores já estão atrasados.
  Sem crescimento nas pesquisas é natural que o Podemos seja mais criterioso com a liberação de verbas. 
  Se Moro ficar muito endividado terá que recorrer a aquelas "ajudas" que depois custam bem caro.
  E no caso dele (caso aceitasse), com tantos inimigos poderosos, a mínima "irregularidade", ou duvida ética, seria exposta e explorada a exaustão.
  Alias isso já esta ocorrendo, seu emprego em uma empresa estrangeira despertou grande interesse no STF que tem um jeito todo especial de interpretar qualquer lei...


  Sergio Moro parece ainda ter alguma esperança que o novo partido (União Brasil) o indique a presidência.
  Acho muito difícil, quase impossível.

  Meu argumento é que o "balão de ensaio" já foi feito.
  Sergio Moro não consegue tirar votos de Bolsonaro e nem conseguiu um apoio significativo dos "NemLulaNemBolsonaro".

  Tem mais; essa mudança de partido de certo vai deixar "p" da vida muitos de seus eleitores que não entendem a dificuldade da situação.

  Acreditar que o "União Brasil" vai persistir na candidatura Moro Presidente ... só aqueles eleitores mais fanáticos.

  Minha sugestão e torcida é para que sigamos em frente.
  Do jeito que ia, a eleição para Doria e Moro já estava perdida mesmo.

  Ainda podemos ter Moro no Congresso e quem sabe João Doria na Presidência.

  Vamos aguardar o que vai decidir nosso complicado eleitorado e suas intenções de voto.
  










.

Nenhum comentário: