sábado, 7 de setembro de 2024

Narrativa Afrocondescendente

 


 


  Felisberto: “No tráfico de negros para o Brasil houve a participação de africanos, mas os europeus, a começar pelos portugueses, já no século XV, estavam fazendo expedições de captura de pessoas.

  Depois, conforme o tráfico foi se tornando muito lucrativo, é que eles firmaram acordo com alguns africanos e fizeram feitorias pela costa africana.

  Quem mais lucrou com o tráfico e com o trabalho escravo foram os europeus.

  A riqueza das potências europeias foram construídas com tráfico e trabalho escravo.

  Lembre-se de quando eu falei do excedente do tráfico e do trabalho escravo sendo usado para promover a industrialização, que por sua vez, produziu o neocolonialismo.

  Quem é que ganhou com isso?

  Quem são as famílias ricas?

  Quais são as potências econômicas do mundo?   

   Fique esperto (William), pois te fizeram defender aqueles que te oprimem.”

 

 

 

    Até por volta de 2015, quando eu comentava a participação dos africanos no tráfico de escravos, era xingado de todas as formas.

  No mínimo mandavam eu "estudar" e parar de escrever besteiras.

  Como era eu falando uma coisa e meia dúzia falando o contrário, uma frase que me escreviam muito era:


  "Você não cansa de ser humilhado?"

   (Quase sempre acompanhada de muitos "kkkks")


   O que eu escrevia era bem embasado, então eram os outros que tinham que mudar, não eu.


  O tempo passou, com a maior circulação de informações na Internet, é raro alguém (que gosta desse tipo de tema) ainda não ter ciência que os próprios africanos capturavam outros africanos e os vendiam como escravos.


  Essa meditação é para passar para o próximo nível do debate.


  "Felisberto" é um nome fictício para eu não expor o comentarista.

   Mas os do tipo dele fazem a "Defesa Chiquinha".

   Lembram do icônico seriado Chaves?

   Quando a Chiquinha para defender o Seu Madruga acabava o "rebaixando" ainda mais.


  Quando eu leio a "narrativa afrocondescendente" de certos comentaristas, eu por ser negro, me sinto igual o Seu Madruga com as defesas da Chiquinha. 😏


  Vejamos:


  Tribos africanas mais fortes, invadiam outras pelo puro prazer da conquista.

  Até ai "normal", essa é a história da humanidade.

  Alexandre, Gengiskan, Júlio Cesar ... faziam o mesmo.

  Esses caras pilhavam as cidades, ocupavam e passavam a cobrar impostos, mas faziam bem feitorias também.

   Os africanos não, a especialização deles era capturar escravos para revender, basicamente só isso lhes interessava.

  Já percebemos (sem generalizações) um tipo de cultura bem mais "problemática".


  O Felisberto diz que os Europeus enriqueceram muito mais com o tráfico, que os africanos.

  Caraca!

  Africanos no geral eram péssimos negociantes!?

  Eram péssimos administradores?

  O que fizeram com toda grana que entrou por séculos na África!?


  Felisberto diz que europeus enriqueceram graças a África.

  Gente, o trafico de escravos começou a se intensificar a partir de 1500.

  Espanha e Portugal eram ricas bem antes disso, construíam navios que atravessavam os oceanos.

  Holanda, França, Inglaterra ... rapidamente chegaram no mesmo nível.


  E os africanos?

  Antes de 1500 que tecnologias tinham desenvolvido?

  Pensem comigo.

  Em contato muito próximo com as embarcações portuguesas, com a grana abundante do tráfico ... africanos poderiam ter desenvolvido seus próprios navios e cortado os europeus como "atravessadores".

  Tirando os egípcios, nenhum outro poderoso povo africano pensou nisso!?


  Olhando "holisticamente" com isenção, as narrativas do Felisberto nos levam a uma dedução "desconfortável"...

  Saindo ali do norte do continente africano, historicamente não vemos bom nível de inteligência descendo para o sul.

  Pelo menos se comparados com povos do hemisfério norte.


  Eu "quero acreditar" que infelizmente os africanos optaram culturalmente pelo vitimismo e isso impactou as sociedades que conseguiram desenvolver.


 Mas se as narrativas "afrocondescendentes" estiverem certas, a lógica me diz que realmente há povos com cérebros melhores que outros. 


  Por favor, não estou dizendo individualmente, mas no denominador comum de uma comunidade.

  Por exemplo, dizem que a média do QI brasileiro é 85, outros povos é 100.

  Sabemos todas a limitações desse tipo de medição, mas não deixa de ser uma referência. 



Raça Negra - Link



 

 

Comentarista: Creio que (A Inglaterra) representa boa parte das monarquias europeias que contribuíram pra isso.

 Mas, falando da coroa da monarquia britânica, existem e existiram vários.

  Pelo que sei, a coroa que essa rainha usou em 1553 (século XVI) não existe mais, devido a um negócio chamado Revolução Gloriosa, onde o rei teve a cabeça cortada.

  A mais antiga que coroa da realeza britânica que ainda existe, é do século XVII.

  Como é bem sabido, ela e as demais, são feitas com joias oriundas da África e da Ásia.

  Inclusive isso foi algo comentado por algumas pessoas na última coroação.

 

William:  Que não necessariamente foram “roubadas”, mas possivelmente negociadas.

  Ao contrário das américas, o continente africano era densamente povoado “para época”.

  Veja o caso atual da Nigéria, ela é rica em petróleo, o produto não é “roubado”.

  Se aquele povo é altamente corrupto são eles que tem que se corrigir, não cobrar do mundo a própria ineficiência.

 

 

       


 


Comentarista: Você está partindo da ideia, historicamente imprecisa, de que "governantes africanos vendiam o seu próprio povo", que ignora todo o contexto africano que era tão complexo quanto o da Europa e da Ásia.

 Os documentos sobre as primeiras expedições dos portugueses, mostram eles capturando pessoas pelo litoral, atacando comunidades litorâneas e levando-as prisioneiras.

  Mais tarde, houveram feitorias.

 

 William: Te ensinaram na escola uma narrativa falsa.

  Que africanos se viam como um só povo, só por terem o mesmo tom de pele.


  Na verdade, cada uma das milhares de tribos se viam como um povo à parte.

  Os Ashanti não viam os Mali (só um exemplo) como sendo do seu povo.

  Seria como paulistas atacando, escravizando e comercializando cariocas sem o conceito de sermos o mesmo povo brasileiro.


 

     


 


Comentarista: “Do que você discorda dos historiadores, arqueólogos e antropólogos que estudam sociedades africanas?”

 

William: Um exemplo objetivo.

  Nossa ciência sugere que nós sapiens surgimos no continente africano.

  Logo, ali devem estar as organizações humanas mais antigas.

 

  Diferente das américas que “parecem” ser povos mais recentes.

 

  Do jeito que passam as narrativas, parece que o sapiens surgiu na Europa ou Ásia e esses povos só superaram os africanos por terem milênios de existência há mais.

  É como se europeus fossem “irmãos mais velhos" que se aproveitaram dos “caçulas” africanos!!

 

  Pelo que conhecemos cientificamente do passado, essa narrativa de “bom selvagem africano” explorado por demoníacos europeus civilizados não procede.

   Os africanos fizeram suas opções culturais, se fizeram as apostas erradas ... ASSUMAM.


 

    


 

 

Comentarista: Mas não é de "bom selvagens africanos" explorados por europeus demoníacos que eu falo, mas de burgueses europeus promovendo lobby com os governos dos seus países para invadir territórios da África, Ásia e Oceania, para explorar as pessoas e as terras de lá. Isso procede. Não é questão de direita e esquerda, ou de bem contra o mal, ou mocinhos contra bandidos. São fatos históricos. Os Estados africanos foram desmantelados por europeus. Veja o que o Rei Leopoldo fez. Veja o que os ingleses fizeram no antigo Reino de Benin e na China com a Guerra do Ópio. A riqueza das potenciais foram criadas ao custos de outros povos e mesmo dos trabalhadores dessas potenciais. Pois não podemos esquecer dos operários se acabando nas fábricas, para que os patrões enriquecerem mais ainda. Entenda, história não é feito de achismo. Não é assim que funciona. Para falar algo um historiador precisa de tido uma base. O que você faz é repetir um discurso inventado para tirar a culpa dos responsáveis. E eu te pergunto: Por que defende o discurso de quem te sacaneia? De quem sacaneou os seus ancestrais. Você, por acaso é bilionário? Sua família, por acaso, enriqueceu com tráfico de escravos, trabalho escravo, ou exploração de operários numa fábrica do século XIX? Por que se importa tanto com essa gente que não dá a mínima pra você ou pra mim? Que nos veem apenas como instrumento a ser usado.


William:  Tudo que você escreveu se resume a “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO” que dominou nossos meios acadêmicos, formou jornalista esquerdistas que predominam na mídia tradicional.


  Ainda bem que temos a Internet para mostrar para Geração Z o quão o VITIMISMO é ineficiente.



Pedagogia do Oprimido - Link


 

 

       

   

  


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2 comentários:

  1. Com todo o respeito devido a sua pessoa, mas você reclama que as pessoas dizem pra você estudar, mas não entende que é porque você da margem prá isso. Se você debruçar-se, sobre sobre a bibliografia academica produzida por historiadores, arqueologos e antropólogos, você veria que as afirmações que você faz aqui tem por base um censo comum construído durante o processo de colonialismo do século XIX, para legitimar a colonização. E verá que esses discursos não se sustentam frente a um bom estudo acadêmico. De onde tirou que grupos africanos atacavam outros grupos por mero prazer? Boa parte do que disse, mostra que você não possui conhecimento sobre as civilizações do continente africano e sobre a complexidadee riqueza daquelas sociedades. Sério, pare de ficar produzindo censo comum e vá estudar o que foi produzido por acadêmicos da área. Como já foi te dito, não precisa acreditar no que te dizem, pesquise por conta própria. Vá lá no Google acadêmico e veja o quão rica é a produção acadêmica sobre o assunto.

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  2. Se o assunto fosse bíblico, também no final das contas, depois de muitas discussões repetitivas, mais do mesmo, era então surgerido os acadêmicos, os teólogos... Àqueles que através do estudo, estiveram presentes, em tempo real, testemunhando os acontecimentos.
    Quem conta um conto, acrescenta um ponto.

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