quarta-feira, 12 de março de 2025

Purgatório Brasil





Jonatas: Algo próximo de 0,1% da população é rica, e mais de 90% deles descendem de famílias ricas.

  Os que ficaram ricos, em quase sua totalidade, ou ganharam na loteria, ou são artistas ou esportistas diferenciados, ou seja, ganharam na 'loteria dos talentos', que é totalmente aleatória.

  Sobram alguns, raridade, que inventaram uma tecnologia disruptiva.

 

William: O natural é ser pobre, como você acha que viviam os primeiros humanos? 

  Era trabalhar (coletar, caçar) para comer e só.

  Nossa inteligência foi desenvolvendo produtos, meios de trocas, e hoje mesmo um pobre vive mais confortável que reis.

  Eu não troco tudo que tenho hoje pelo que o Rei D. Pedro tinha.

 

Gabriel: Sim houve avanços mas agora eu lhe pergunto a população evolui de forma a se tornar mais humana globalmente?

  Não preciso nem responder né?

 

William: Caraca!

  No passado havia sacrifícios humanos, veja a história dos Astecas.

  Trabalho infantil sempre foi comum, escravidão era natural.

  O trabalho no campo era de Sol a Sol sem férias, folga ou aposentadoria.

  Preciso dizer mais!?

  Vida antiga vs Vida moderna - Link

 

Gabriel: Hoje existem também sacrifícios, a diferença é que não sacrificamos mais crianças ou seres humanos, mas a nossa própria humanidade.

  Fazemos isso quando nos viciamos em coisas completamente imediatistas só para satisfazermos nossos prazeres eternos, e em nossa busca eterna por satisfação perdemos tudo que de fato nos é sagrado de verdade.

 

William: Você é assim?

  Eu não sou.

  Mas fiquei curioso.

  O que é "sagrado de verdade"?

 


  A partir daí o "Gabriel" entrou no modo embromação.
  A principio pensei que era algum religioso por ter usado a palavra "sagrado", mas não.
  Ele defende que as pessoas devem fazer o que se sentirem bem.
  Isso é complicado porque sabemos de pessoas que se sentem bem fazendo o mal.
  O que não falta em nosso país são ladrões, assassinos, golpista, corruptos ...

  Porém, fiquemos em uma filosofia mais light.
  
  Eu me sinto bem escrevendo, quem dera desde a adolescência pudesse ganhar minha vida como escritor.
  É romântico defender que eu deveria ter focado apenas nesse meu sonho.
  Mas com 11 anos meu pai já não morava com minha mãe, éramos em cinco irmãos, minha irmã menos nova tinha 13 anos.

  Trabalhar desde cedo se fez necessário.
  Comecei trabalhar em uma banca de feira, não  sei como trazer para hoje um parâmetro de quando eu ganhava, vamos dizer que fosse meio salario mínimo.
  Fui explorado?
  Caraca, eu não sabia fazer nada, fui aprendendo aos poucos.
  Aquele dinheiro foi importantíssimo para minha família.
  "Pra mim" me parecia lógico que meu problema foi ter nascido em uma família desestruturada.

  Mas o mundo a minha volta falava que meu problema era o Seu Wagner (o dono da Banca) e mais tarde uma "elite dominante".
  
  Durante minha adolescência me esforcei para entender o ponto de vista das pessoas, apostava que elas estavam certas, eu que era meio  leso.

  Depois de ler incontáveis livros: Rousseau, Marx, Confúcio, Platão, Emerson, Benjamin, Smith, Hegel, Freud, Maquiavel ... analisar inúmeras revoluções ... a Gloriosa foi a que mais me chamou atenção.
  Ler inúmeras biografias, analisar a história de diversas nações ... lá pelos meu 20 anos eu já pensava:
  Porque me fez nascer no Brasil Deus!😉
  O povo à minha volta tem tão pouco a ver comigo.

  Entretanto poderia ser pior, sei de nações que seriam um inferno pra mim.
  O Brasil esta mais para purgatório.






 


Sérgio: Mas não pode ser normalizada a tomada ou depreciação de recursos de alguém para que ele continue pobre.

 

William: Isso depende da cultura dos povos.

   Nas culturas mais “civilizadas” está normalizado ser classe média.

   Nas “selvagens” … Venezuela e nações do tipo, é complicado.

  

 


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