sábado, 28 de janeiro de 2017

Espertos


   

“Nosso coeficiente de inteligência nunca esteve tão alto.  Por que não estamos mais espertos!?”

[BBC] - Matéria Completa 

 

 

  Não gosto das narrativas das matérias da BBC.
  Mas gosto de frequentar lugares onde as pessoas pensam diferente de mim, o choque de opiniões sempre foi útil para melhorar minha filosofia, meditar sobre outros pontos de vista.
  A BBC é confiável na apresentação dos fatos, a interpretação deles é que parece obedecer uma "linha de raciocínio" que raramente concordo.
  


  É muito subjetivo afirmar que “não estamos mais espertos”.

                                             

  Esperto = Sagaz, vivo, hábil; que tem facilidade para perceber e compreender as coisas; que se comporta ágil e eficientemente. 

 

  Qual o critério usado para medir quanto éramos mais espertos há mil ou quinhentos anos atrás!?


 
O aumento do QI é mais ou menos óbvio.
  Com a universalização do ensino (pelo menos o básico) mais crianças foram expostas desde de cedo a algum sistema educacional.
  Era de se esperar que o cérebro humano submetido a muito mais informações se adaptasse a essa nova condição melhorando suas conexões neurais.
  É a mesma coisa de uma criança começar a fazer balé com 5 anos e outra com 11 anos.
  Evidente que tem muitas variáveis genéticas.
  A criança que começou com 11 anos pode ter um grande talento e se destacar, mas no geral a que começou com 5 anos leva uma grande vantagem.
  Mesmo que a criança que começou aos 5 anos não tenha boa herança genética para dança, com tanto treino, vai desenvolver boa técnica.

  Quanto a “esperteza” em função do aumento do QI acredito que também aumentou o problema é como medir isso.
  Temos menos guerra, menos fome, menos escravidão, vivemos mais e com melhor saúde ... minha aposta é que estamos mais espertos.


   

  "James Flynn (82 anos) está preocupado em deixar o mundo nas mãos de seus alunos.

  Professor da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, ele regularmente se depara com estudantes de enorme potencial, mas descobre que muitos deles não têm noção da história complexa do mundo que os cerca."

[BBC]


 

  Será que lá pelos 20 anos de idade James Flyn tinha "noção da história complexa do mundo que o cercava."

  Eu sempre li bastante, com 20 anos tinha muito mais conhecimento histórico que a média da população.
  No entanto minha visão de mundo era bem diferente.

  Dois exemplos destacados nos meus blogs.

a) Na adolescência fui evangélico de frequentar a igreja 3 vezes por semana.
  Com minha mentalidade daquela fase os textos que escrevo hoje ... seriam muito diferentes.


b) Na adolescência eu era mais "romântico", a mesma visão mais complacente com o cristianismo era observada com relação a Karl Marx (por exemplo).

  Acredito que é natural sermos mais "sonhadores" quando jovens.
  Todo nosso conhecimento é muito teórico.
  Principalmente a medida que vamos saindo da proteção dos pais, a realidade vai se impondo.
 
  O problema da analise dos mais jovens feita pelos mais velhos é que a adolescência deles já foi há tanto tempo que não se lembram mais como foi ... "ter muita teoria e pouca pratica".

  O tempo vai ajustando os sonhos a realidade.






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