sábado, 13 de abril de 2019

Mimimi Profissional

  
  Quem estuda para ser enfermeiro, policial, soldado, médico, padre, pastor, cabeleireiro ... tem uma boa ideia das características de cada profissão.
  Se fez o curso de bobo alegre ... não vem dar uma de esperto querendo aposentadoria melhor que todo mundo.

[Texto Anterior]

 

 Poucas pessoas trabalham por prazer e mesmo para elas tem o lado chato da coisa.
  Pense naquele ator de teatro que já tem uma vida estável.
  Me veio à cabeça Antônio Fagundes.
  De certo ele atua por prazer, mas tem os custos das peças, se não se preocupar com algum retorno financeiro pode ir a falência rapidamente.
  Decorar textos é trabalhoso, em geral ele é um dos personagens principais o que significa muita atuação e também muitas falas.
  Como qualquer ser humano, Antônio Fagundes tem seus problemas pessoais e físicos, não é sempre que está disposto a atuar, mas tem o contrato, tem quem pagou o ingresso.

  Eu trabalho por necessidade.
  Quando aceitei o atual emprego foi me orientado o que deveria fazer.
  Passei por longo probatório, conheci bem o serviço.
  Era e sou livre para sair a qualquer momento.
  Desde o início soube que não teria necessariamente Sábados, Domingos e feriados livres, tudo dependeria da escala.
  Atendo centenas de pessoas, falo centenas de vezes a mesma coisa.
  Lidar com público não é fácil, já tive discussões feias, já fui ameaçado de morte.
  Por vezes a pessoa se revolta com alguma demora e quem tem que dar conta sou eu que humildemente estou fazendo a parte que me cabe...

  Meu trabalho não é tão “importante” quanto o de um médico, mas também não ganho tão bem quanto um médico, nem estudei tanto quanto esse profissional.

  O trabalho de médico é melzinho na chupeta?
  No geralzão ele tem os mesmos problemas que eu.
  Repete palavras e procedimentos a exaustão, atende várias pessoas, lida com o público ... o diferencial é que sua responsabilidade é bem maior, dependendo do que ele faz pode significar a vida ou morte, mas ... já pensou que o mesmo podemos falar do mecânico de automóveis?
  Um procedimento errado no conserto do carro pode resultar em grave acidente, tirar vidas.
  Os carros modernos evoluíram bastante, mas quem faz curso de mecânica sabe que vai lidar com graxa e óleo, assim como o enfermeiro vai lidar com vômitos e sangue.
 
  Sem mais delongas...

  Estou cansado do mimimi de tantos profissionais.

  O militar se acha um profissional diferenciado e por isso merece melhores benefícios previdenciários e muita ajuda de custo além do salário.
  O agricultor, enfermeiro, professor, juiz, promotor, político, policial, vigilante... o mesmo mimimi.
  Os políticos conseguem se dar benefícios e vemos que é um poço sem fundo.

  Defendo que não devemos mais dar ouvidos a tanto VITIMISMO.

  O que regula os salários são a oferta, demanda e competência profissional de cada um.
 (Nessa meditação vamos ignorar a sorte)

  A previdência deve ser igual para todos de acordo com a contribuição feita.
 
  Pensão por doença ou invalidez deve seguir as mesmas regras gerais para todos que ficam doentes ou inválidos, é o óbvio.
  
  Exemplo:
  Um indivíduo é gerente de uma confecção, ganha 10 mil por mês, entenda que a empresa paga esse salário a ele em contrapartida a um trabalho prestado.
  O cidadão sofre acidente de moto fica invalido.
  É uma enorme infelicidade, mas a empresa vai continuar pagando sem receber a contrapartida produtiva?
  Nós enquanto Governo/Sociedade vamos manter os 10 mil de pensão em nome de que?
  Precisamos ficar mais realistas, por vezes coisas ruins acontecem e nossa vida muda para pior.


    

  Não sei de onde vem a ideia que governos e empresas “tem obrigação” de manter o padrão de vida das pessoas mesmo quando elas deixam de ser produtivas.
 (Não estou falando de situações onde cabe indenizações)

  Lembram do tenista Guga?
  Ganhou competições e dinheiro jogando tênis.
  Infelizmente sofreu grave lesão e teve que interromper a carreira mais cedo.
  É lamentável, mas o atleta deixou de ser altamente produtivo na profissão que escolheu.
  Alguma empresa ou governo tem a obrigação de garantir a Guga os mesmos rendimentos com base em que!?
  De onde vai sair o dinheiro?

  Vamos supor que Guga ficasse invalido para qualquer tipo de trabalho e de acordo com suas contribuições previdenciárias sua pensão seria de 3 mil por mês.
  Defendo que é isso mesmo que deve receber.
  Se ele nos tempos de gloria fez boa poupança, parabéns pra ele, foi ajuizado.
  Se não fez ... seja bem vindo de volta a pobreza ... tamo junto.

  Defendo que nós enquanto sociedade tenhamos uma “rede de proteção” para os menos adaptados ou “azarados”.
  Em nome da fraternidade/solidariedade.
 
  Para evitar a miséria haverá outros tipos de auxílios com as mesmas regras para todos que estiverem na miséria, óbvio.
  Sem o Estado gastar mais do que arrecada.
  Bolsa Família por exemplo ou pensão por idade para idosos necessitados, mesmo que não tenham contribuído.
  Combate a fraudes deve ser intenso e constante.

  Fechando essa meditação.

  Entenda que se você é policial, enfermeiro, professor ... NÃO FOI OBRIGADO A ISSO.
  Se não aguenta pede pra sair, aliás não deveria nem ter entrado.

  Todo profissional deve lutar por boas condições de trabalho, cada um deve buscar o melhor para si.
  Mas vamos parar com essa coisa de:

 😭   “Ninguém sofre mais do que eu, por isso tenho que me aposentar mais cedo e com benefícios mais altos.”

 

  Se não está satisfeito com sua profissão mude para outra.
  Quer melhorar as condições atuais de trabalho, é aceitável, sempre buscamos alguma melhora, assim evoluímos.
  Ficar com essa choradeira querendo aposentadoria especial porque “você acha” que sua categoria profissional é melhor ou sofre mais que todas as outras ...

  “Não me faça pegar nojo!”

 (Antigo bordão de um programa humorístico que vem bem a calhar - YouTube)
 


Trabalho e Sentimentos









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