segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Reforma na Espanha


  “Espanha revoga reforma trabalhista que precarizou trabalho e não criou empregos.”
   [Brasil de Fato - 03/Jan/22.]

 

  Essa frase foi copiada do site Brasil de Fato que nem vou colocar o link para não divulgar “manchete enganosa”.


  Pesquisei em outras fontes, fiz um resumo do que encontrei na BBC.


  (Também é um site com tendência a exaltar a “esquerda”, mas pelo menos tentam aparentar “neutralidade”, eles tem um compromisso com a verdade coisa que o Brasil de Fato não tem.)


                                            

   

    “A Espanha foi um dos países europeus mais afetados pela crise financeira que assolou o mundo em 2008.

  Em 2012, o desemprego era de mais de 20% — ou seja, atingia quatro milhões de espanhóis.

 

  A economia espanhola voltou a crescer dois anos após a aprovação das reformas trabalhistas, tendo se expandido mais de 2% em média em todos os anos até a chegada da crise da pandemia.

 

  Em 2013, um relatório a OCDE destacou que a reforma "promoveu flexibilidade interna, reduziu custos de demissão para trabalhadores permanentes, aumentou a contratação com contratos permanentes e levou a uma queda nas demissões coletivas".

 

 BBC – 14/Jan/22


 

  Observem que tudo que foi projetado aconteceu.
  Podia ter dado errado ou não ter mudado nada, mas os números mais "confiáveis" atestam que ocorreu uma melhora.

                                               

 

 

  “No fim de 2021, o governo espanhol anunciou um consenso para revisar as reformas de 2012, após nove meses de negociações entre governo, sindicatos e entidades patronais.

 

   A revisão modificou um tipo de contrato conhecido na Espanha como "por obra y servicio", onde trabalhadores eram contratados para um projeto ou serviço específico.

 

  Este é o modelo que vinha sendo usado para contratações fraudulentas, com empresas emitindo e renovando contratos temporários em vez de garantir um vínculo permanente, com melhores condições.

 

  Agora, contratos desse tipo só podem ser renovados por até seis meses, ou um ano se houver um acordo coletivo específico.

 

   BBC – 14/Jan/22


 

   Por enquanto foi feito  ajustes apenas em um item: "Por obra y servicio".
   E não acabaram com a medida, apenas fizeram um ajuste nos prazos.
  
  Isso é normal, sempre tem os que acham brechas para poderem se aproveitar de uma situação.

  A matéria do Brasil de Fato passa a impressão que a reforma foi um total fracasso, que será plenamente revogada e refeita pelo governo "mais a esquerda". 
  É previsível o que irá acontecer.

  Sim, eles podem reverter totalmente a reforma feita em 2012 e voltar com todos ao antigos problemas.
  A solução "romântica" do atual Governo é qualificar melhor a mão de obra.
  Como se a reforma feita em 2012 impossibilitasse isso... acredite quem quiser.

  A flexibilização dos horários (só um exemplo) possibilita justamente o individuo adequar um horário para estudos, se qualificar melhor em algum profissão ou adquirir mais conhecimentos.

  O mais provável é que façam alguns ajustes necessários ou "cosméticos".
  Como a essência da reforma será mantida continuará dando bons resultados.
  Dai irão alardear que o "Governo mais a esquerda" salvou a Espanha de um colapso.
  Essencialmente não fizeram nada de "revolucionário", apenas se "apropriaram" do mérito que era para ser do Governo mais a direita.

  (Que com mudanças cosméticas passou a chamar Bolsa Família.)

  

 Outro detalhe é que a reforma demorou cerca de 2 anos para surtir efeito.
  Foi até rápido, estamos falando da mudança de uma estrutura de décadas.
  Dai veio a Pandemia que afetou as economias do mundo todo.
  Imaginem se espanhóis não tivessem feito as reformas!
  Tudo sugere que a situação ficaria ainda mais complicada.

  Espanhóis fizeram a reforma trabalhista em 2012, começaram a colher frutos em 2014.
  Nós fizemos em 2017.
  Em 2018 teve eleições o que dificulta a implementação de qualquer medida estrutural.
  (Esse ano (2022) temos eleições, quem acredita que alguma coisa significativa pode ser aprovada no Congresso!?)

  Em 2019 tudo ia "mais ou menos" bem, até foi aprovado alguma reforma na Previdência.
  2020 todos sabem o que aconteceu.
  2021 foi pior.
  2022 internações em alta...

  No nosso caso NÃO temos a menor condição de fazer uma analise do resultado da Reforma Trabalhista.
  É preciso "torcer" por uma trégua significativa da pandemia e acompanhar o que acontece.
  Sair mudando atabalhoadamente o que foi tão duramente construído é mais um daqueles discursos políticos vazios, que infelizmente "hipnotiza" muitos.

  É mais uma daquelas promessa para "trouxas".
  O candidato critica o que foi feito, diz que se for eleito vai revogar, mas deixa tudo vago.
  Não diz especificamente o que vai mudar e porque.

  Ao invés de ficar aplaudindo e compartilhando discursos vazios, comece a cobrar respostas claras.

  O cidadão diz que vai limpar todos os nomes do SPC/SERASA (só um exemplo da eleição passada).
  Pergunte como isso será feito.
  E quem com muito esforço pagou as dividas em dia?
  Vai ter ressarcimento ou tem direito a dar calotes nas próximas compras?





 

   😒“Eu conheci um pouco do trabalho formal até 1999. Naquela época você precisava ir até a empresa presencialmente, botar o cartão para registrar os horários de entrada e saída, e geralmente você recebia um vale até o dia 15 e até o quinto dia útil do mês subsequente você recebia o salário.
  Hoje não faço a menor ideia, não vejo como regulamentar o trabalho virtual conhecido como Home Office,”

[Frank Hosaka 17/Jan/22]


  Minha filha faz trabalho remoto e é tudo muito bem regulamentado.
  Apesar dos pesares até que o Governo Temer foi razoável.
  Se tivéssemos continuado com ele teria sido um bom negócio.
  Mas as intenções de voto eram muito baixas e havia a expectativa que o “Homem Bolsonaro” fosse melhor que o “Personagem Bolsonaro”.
  Não, não era... ele nasceu assim, cresceu assim, e vai ser sempre o errático Bolsonaro...


 

 


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