Josiane: Dinheiro é a ficção coletiva mais eficiente já criada, imprimimos um símbolo, combinamos que vale e a terra muda de dono.
Quanto mais papel, mais poder sobre o chão que te sustenta.
Inteligente?
Sim, organiza o jogo e evita o escambo.
Mas é a grande pegadinha, trocamos água, comida e solo por tinta em papel.
Se o essencial acaba, o símbolo compra o quê?
Rafael: Tá começando a entender o básico no final, dinheiro não é riqueza.
Mas ele não é uma ficção.
Seria impensável uma economia com o nível de complexidade como a nossa baseada no escambo.
Como fazer se eu produzo A e desejo B, mas quem produz B quer C e quem produz C quer D?
O dinheiro entra como um intermediário por ser um facilitador das trocas.
Nem precisa ser papel ou metal, basta ser um meio de troca universalmente aceito.
Em tempos de guerra, até munição e medicamentos circulam como dinheiro.
Olivia: Se o essencial acaba, acabamos nós.
A pergunta deve ser, então:
Se o símbolo acaba, como lidaremos com o essencial, já que grande parte do que somos também é simbólico e ficcional?
O que, de fato, é real? O corpo.
Mas o nome dado a este corpo é simbólico.
Os símbolos que compõem as roupas e os gestos deste corpo (individuo)…
Toda a narrativa na qual este corpo confia – e na direção da qual se movimenta
Tudo isso é ficcional.
Porque nós somos seres simbólicos – e o dinheiro é apenas consequência inevitável do que somos.
William: A principal causa da inflação (no geral) é a EXPANSÃO MONETÁRIA, o Estado gasta constantemente mais do que arrecada e emite títulos ou imprime dinheiro mesmo.
Josiane: Lastro em produção não é mais lei.
Na prática, o mundo abandonou o padrão-ouro em 70.
William: Lastro em ouro é uma coisa, lastro em produção (PIB) é outra.
Mas vamos para algo mais “moderno”...
Josiane: Lastro em PIB é só nome bonito pra mesma ficção, confiança.
O dinheiro não está preso à produção, está preso à narrativa de quem emite e de quem aceita.
Cripto prova isso, nasceu do nada, virou “reserva de valor” só porque acreditaram.
No fim, seja ouro, PIB ou blockchain, tudo é consenso.
William: Não é bem assim.
A crença que bastaria imprimir dinheiro para pagar as contas é antiga e sempre se mostrou "matematicamente inviável" ao longo do tempo.
Na minha mente tudo é muito lógico, nem entendo porque é tão difícil outros entenderem.
Lastrear a moeda no PIB é uma das melhores ideias de todos os tempos.
Se ... os governos não gastarem mais do que arrecadam e não elevarem a carga tributária mais que 30%.
Josiane: “Matematicamente inviável” não é o ponto, o problema é político.
“Lastrear no PIB” vira regra de bolso, não lei da natureza, depende de quem mede o PIB, de quem emite, de quem aceita e de como se distribui crédito/juros.
A tal âncora some quando convém.
E esse “30%” é número mágico, sem mecanismo crível, vira só mais uma narrativa.
No fim, confiança continua sendo o lastro, e ela oscila conforme o poder.
William: “o problema é político. “Lastrear no PIB” vira regra de bolso,”
Se fosse assim não haveria problema.
Bastaria o governo decretar inflação zero e isso ocorreria.
Veja o caso do Brasil.
Lula e Haddad tiram “no papel” alguns gastos.
Isso engana os que querem ser enganados, mas a economia real não está nem ai para maquiagens...
Quanto aos 30% não é nenhum número mágico.
Sou centro direita, defendo um "Estado Forte" no entanto "mínimo possível".
Não consigo imaginar o Estado sem a cobrança de impostos, portanto NÃO sou do time do "imposto é roubo"😉
Por outro lado, todos concordamos que a cobrança de impostos é uma das maiores intervenções do Estado na economia.
Minha proposta é limitar essa intervenção em "no máximo" 30% da carga tributaria total.
"Por mim" (teoricamente claro) se "todos" pagassem, 15% seriam suficientes, as igrejas funcionam com 10%😉.
Josiane: Sou burra de mais para interpretar... não entendi a sua lógica
William: Reduza tudo só a pão.
Imagine que cada pão tem custo do agricultor ao balconista da padaria de 1 real.
O Brasil produz 1 milhão de pães e consome 1 milhão de pães.
Em circulação tem 1 milhão de reais.
Essa é a situação de equilíbrio total.
Se o Banco Central imprimir 1milhão e cem mil.
Enquanto o país continua produzindo 1 milhão de pães.
Esses 100 mil não tem lastro, isso gera inflação.
Mas não pense só em impressão de dinheiro em si, quando o governo contrai empréstimos ou amplia o crédito ... tem o mesmo efeito de imprimir dinheiro.
Governo (e população) gasta uma grana que ainda não tem, mas “acha” que vai ter geralmente aumentando impostos.
Enfim:
Tudo se resume em manter em circulação a quantidade de moeda de acordo com o PIB, (total de bens e serviços produzidos no país.)
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A crença que bastaria imprimir dinheiro para pagar as contas é antiga e sempre se mostrou "matematicamente inviável" ao longo do tempo.
Na minha mente tudo é muito lógico, nem entendo porque é tão difícil outros entenderem.
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