“O homem é feito visivelmente para pensar; é toda a sua
dignidade e todo o seu mérito; e todo o seu dever é pensar bem.”
[Blaise Pascal]
Hoje em dia as
pessoas não são mais reconhecidas por ficarem bastante tempo em uma empresa,
pelo menos foi o que percebi ao sair de uma a qual fiquei vários anos.
Antes era
considerado um funcionário/pessoa estável.
Agora é alguém
"com pouca iniciativa/acomodado".
São os modismos
que acontecem em qualquer parte, até no RH.
Quando eu
entrevistava candidatos a estabilidade tinha peso significativo pra mim.
Os serviços em
geral apresentam inúmeros detalhes que só o tempo e a experiência podem trazer.
Com a
diversificação dos produtos e serviços hoje mais que nunca cada empresa é um
Universo a parte.
A escola/faculdade boa consegue dar uma noção
para seus alunos, mas só o dia a dia dentro da empresa é que fará o indivíduo
conseguir uma boa profissionalização.
Até pouco tempo
era comum um funcionário ganhar presentes por tempo de serviço, era comum até
bonificação, não, eu não peguei esta época, apenas ouvi histórias de parentes e
colegas mais velhos.
Eu trabalhei anos
em uma empresa e só consegui um bom aumento depois de ocupar cargo de chefia e
mesmo assim não foi aquelas coisas.
Esse é um assunto
complexo, não estou dizendo que uma pessoa deve ganhar mais só porque é “velha”
de empresa, mas se é um bom funcionário naturalmente acumula conhecimento sobre
o produto que vende ou fabrica então deveria ter um diferencial salarial.
O rodízio de
funcionários atualmente é muito grande e credito como um dos motivos à falta dessa “diferenciação/reconhecimento”.
Exemplo:
O vendedor de eletrônicos está ficando
experiente, percebe que está muito mais eficiente que seus companheiros
novatos, mas as empresas preferem nivelar todo mundo por baixo, o cara fica
desmotivado e prefere forçar a demissão, mudar de ares sacando seu FGTS.
A culpa não é só
das empresas, existe uma complicação jurídica onde dois balconistas realizando
o mesmo serviço devem ter isonomia salarial.
O empresário não
pode pagar mais para um funcionário mais experiente e eficiente sem correr o
risco de receber um processo daquele que ganha menos.
Se o funcionário que se destaca conseguir chegar
a chefia pode ter até um alento, mas como não dá para todos serem chefes esse
funcionário antigo e experiente está sem espaço na agenda de nossos
departamentos de RH, não ganha nem uma placa de agradecimento, quando muito
ganha retrato de funcionário do mês.
Mas para gente
que é pobre o importante mesmo é dinheiro ou algum premio interessante.
Enfim.
A loja de
eletrônicos podia ter vendedores experientes, conhecedores do produto, mas sem
reconhecimento nenhum, nem oportunidade de progresso, vão respirar outros
ares... agora ele é inexperiente em outra loja vendendo um outro produto, isso
se permaneceu no comércio e não foi para indústria ou serviços.
Como resolver essa
questão? NÃO SEI!
Ou melhor, eu
tenho sugestões, não sei como convencer as pessoas a adota-las.
Se eu tivesse uma
empresa de certo aplicaria uma diferenciação salarial ou alguma premiação
interessante.
As sugestões são
até bem simples, o difícil é convencer as empresas, juízes e sindicatos, até os
próprios trabalhadores.
A Empresa
deveria ter liberdade para pagar melhor quem faz o serviço com
mais eficiência, reconhecer que este funcionário mais experiente deveria ser um
modelo a ser perseguido pelos mais novos e dar incentivos para que ele se sinta
fazendo parte da empresa e não apenas mais uma peça descartável.
Já comentei em
algum lugar que acho incrível como as Empresas fazem de tudo para conseguir
novos clientes e não se preocupam muito em manter os que já tem.
Para você adquirir a assinatura fazem um monte
de promoções, depois só lembram de você se decidir cancelar assinatura pela
insatisfação com o serviço prestado...
Bons funcionários
são difíceis de conseguir acho incrível que as empresas não se preocupem em
mantê-los!
De repente chega
um diretor e diz:
“Precisamos de sangue novo!”
Nisso bons
funcionários são colocados na rua e a qualidade dos produtos e serviços cai lá
em baixo e só voltam a melhorar quando o “sangue novo” adquiri a experiência
dos “sangues velhos” dispensados!
Eu entendo que “se”
é o caso de mudar a “cultura” da empresa ... funcionários antigos são em geral
uma pedra no sapato.
Mas em geral também
são trabalhadores dedicados.
Não gosto quando
a “reengenharia” se limita a:
"Mudar todos esses que estão aí"
Acredito no diálogo,
fazer uma reunião, deixar claro que o objetivo não é demitir, mas que essa é
uma grande possibilidade caso o funcionário dificulte a nova direção.
Tornar nossas relações
de trabalho uma guerra entre patrões e empregados sinaliza que não estamos
pensando bem.
Tenho esperança
que isso mude.
“Por
princípio sou contra a isonomia salarial.
Não somos iguais nem realizando as mesmas
funções.
Porém entendo a dificuldade em fazer
diferenciações salariais para indivíduos que exercem a mesma função.”
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário