O Senhor é meu pastor e nada me
faltará.
Nasci em família católica.
Na infância mesmo
tendo Jesus como meu pastor faltava bastante coisa.
Eu orava
bastante, estava sempre com uma cruz no pescoço só tirava para dormir e tomar
banho.
Na adolescência frequentava
a igreja Bom Pastor, se por algum motivo passasse no centro da cidade não
deixava de entrar na catedral.
Fé não me
faltava, não esperava que nada caísse do céu, mas ficava a espera de alguma
oportunidade e não surgia nada, era só tiro na água.
Na Usimec (empresa
metalúrgica) meu amigo Valmir me convidou para um retiro espiritual em Vinhedo
com a igreja presbiteriana.
Fiquei com muita
dúvida.
Será que
evangélicos tinham uma proteção maior de Deus?
Ser católico até
ali era só osso.
Por mal
conselho de um sindicalista acabei sendo demitido.
Era só uma
mudança de horários.
Eu saía as 16
horas iria passar a sair as 17.
Ficaria um pouco
mais corrido para entrar na escola as 19 horas, mas o tempo seria suficiente.
Era normal ter um
pessoal do sindicato dos metalúrgicos dando panfletos e orientações na entrada
da fábrica.
Comentei o
assunto com um deles, ele me disse que a firma não podia mudar meu horário.
Quando entrei
assinei um contrato de horário e a empresa teria que respeitar.
Falei isso no RH
eles disseram tudo bem.
Oba, viva o
sindicato!
Em menos de 1
semana fui demitido...
Evidente que isso
ferrou minha vida que já era bem ferrada.
O complicador é
que eu estava perto de completar 17 anos, idade de quartel.
Arranjar um
serviço registrado só por milagre.
Será que era um “sinal” para eu mudar de religião?
O convite do
Valmir, o problema inesperado na empresa, o retiro ocorrendo na semana seguinte
a minha demissão ...
Comecei a frequentar assiduamente a igreja
Presbiteriana, gostei.
Era bem mais “fervoroso”
que o catolicismo.
Eu ia de quarta,
sábado, domingo de manhã (escola dominical) e a noite no culto.
A proteção melhorou?
O milagre de um
emprego registrado não aconteceu.
Para conseguir
algum dinheiro fui vender produtos naturais de porta em porta.
Precisava muito
ser dispensado do serviço militar e essa suplica também não foi atendida.
No exército eu
não tinha dinheiro nem para voltar pra casa imagine ir à igreja.
Foi praticamente
um ano sem ir ao culto.
Quando terminou o
serviço militar eu estava super apático.
Tinha muita fé,
orava bastante, mas ir à igreja não era mais prazeroso virou obrigação.
Paralelo a isso no exército tomei um pobre de
leitura.
Eu já lia
bastante, mas no exército sem grana para ir pra casa eu passava na biblioteca
municipal e pegava muitos livros.
Década de 80, sem
Internet, uma TV ruim para dividir com uma porção de soldados.
Ler era o
passatempo que me ajudava a suportar a fase militar.
Muito
conhecimento na cabeça, sentimento de proteção na igreja nenhum, a vida dura de
sempre ... virei aquele católico/evangélico que só vai a templos em
comemorações ou para fazer visitas a convite de familiares e amigos.
Depois de alguns
anos voltei a frequentar assiduamente “igreja”, um Centro kardecista no bairro
Vila Nova, mas essa é outra fase...
O que me provocou
essa meditação foi a frase em destaque, mas com implicações bem mais profundas.
O Senhor é meu pastor e nada
me faltará.
Até que ponto decidimos as coisas ou somos “induzidos”
a um caminho?
Não tem como
saber, mas:
Se eu tivesse uma
infância mais “normal” ... que não faltasse tanta coisa, será que aceitaria o
convite do Valmir?
Arranjar emprego
registrado próximo do alistamento militar realmente é bem difícil, mas ser
dispensado do exército não seria um grande milagre, tantos colegas meus foram
dispensados por simples “excesso de contingente”.
Quero dizer que a dispensa do exército provavelmente
me manteria na igreja Presbiteriana por um tempo indefinido.
O “Senhor” me
deixou faltar essa “benção” de propósito?
Eu sou o que sou ao acaso ou fui induzido a
isso?
“Decifra-me ou te
devoro!”
Me perguntaram como foi desistir de ter religião?
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.
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