Karma

 

 “O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo.

  Isso é, ou deveria ser, a mais elevada forma de arte.”

  (Charles Chaplin)

   Essa é a arte que persigo, consegui grandes avanços.

  Através de muitas experimentações cheguei a uma maneira de expor as ideias que a grande maioria entende o que quero transmitir.

  (Entender não significa necessariamente concordar.)

  Acreditava que ao ficar eficiente na arte de comunicar ideias complexas em textos curtos aconteceriam dias maravilhosos.

  As ideias se espalhariam como um rastilho de pólvora culminando em uma explosão altamente transformadora da cultura vigente.

  Não riam é sério.😏

  Na minha percepção aconteceu o contrário.

  As pessoas passaram a entender.

  Eu tinha esperança que repensassem suas opiniões, a maneira de agir, mas NÃO!

  As animosidades, xingamentos, exclusões ... só aumentaram.

  Quando não me entendiam me classificavam como louco.

   Agora que consigo me fazer entender melhor, sou considerado idiota, ignorante, fora da realidade ...

  Por favor, sem vitimismo e generalizações.

  Evidente que há pessoas que gostam da minha filosofia.

  Os "elogios" não predominam, mas acontecem.

  Toda essa introdução é porque o tema é "audacioso" no sentido de ser bastante teórico.

  Vamos a ele:

                                           

  Karma significa ação.

  É um termo vindo das religiões budista, hinduísta e janista.

  Apesar de muitas religiões e filosofias da Índia não incluírem o conceito de culpa, castigo, remissão e redenção, o Karma funciona como um mecanismo essencial para revelar a importância dos comportamentos individuais.

  No budismo, Karma é usado para mostrar a importância de desenvolver atitudes e intenções corretas.

  (Significados)

 

   O conceito de Karma (reduzido ao mínimo possível) cabe naquela frase bem conhecida da maioria:

"Colhemos o que plantamos."

  Você pratica boa ação recebe boa ação.

  Pratica má ação ... terá infortúnios.

  O conceito de Karma não elimina a crença de uma vida única, nesse caso tem outra frase que define bem:

"Aqui se faz, aqui se paga".

  Porem fica fácil observar que na pratica isso não é uma "lei" com a qual possamos contar.

  Muita gente boa sofre terríveis infortúnios enquanto "problemáticos" tem vida longa e próspera.

  Assim sendo, o conceito de Karma tem mais peso em crenças reencarnacionistas.

  Por alguma ação praticada nessa existência você pode receber bênção ou maldição em outras existências.

   Vamos a uma ilustração "hipotética".

   Em outra existência fui muito preso a minhas crenças e com isso prejudiquei muitas pessoas.

   Nessa existência sou prejudicado por pessoas muito presas as suas opiniões, um tipo de resgate e/ou aprendizado.

  As pessoas são tão avessas as minhas deduções que até parece uma questão "Kármica".

  Lembrei de um de vários casos.

  Tive um patrão que confiava em mim, tanto que me deu cargo de chefia, mas era incrivelmente estressante convence-lo de qualquer coisa.

  E quando convencia, não raro ele distorcia tanto a ideia original que eu até me arrependia de ter falado alguma coisa.

  Nosso relacionamento foi ficando cada dia mais silencioso, ele falava eu ouvia, vinha uma sugestão em minha mente, mas eu reprimia, deixava pra lá.

  Exemplo:

  Certa vez ocorreu greve na alfândega.

  Ficamos com estoque limitado de peças, a produção estava quase parando, meu patrão fez uma reunião e as propostas eram férias coletiva ou demissões.

  Eu disse que as férias eram muito fora de hora, atrapalhariam todo o cronograma do ano, (Férias coletivas sempre ocorriam em Dezembro, mês de vendas fracas para a indústria) e as demissões eram algo muito radical, pois a greve na alfândega poderia acabar a qualquer momento.

  Ele disse que sabia dessas coisas mas não tinha outra solução, o que todos os presentes concordaram.

  Sugeri que podíamos ganhar algum tempo e dinheiro lançando 4 modelos fazendo composição com peças que tínhamos de sobra, não vou descrever em detalhes a operação, pois seria tedioso.

  A princípio (como sempre) minha ideia foi pessimamente recebida, parecia que eu tinha falado uma grande besteira, a reunião foi encerrada sem conclusão definitiva.

  No final da tarde meu patrão disse que iria fazer o que eu tinha sugerido e já tinha composto 21 modelos!!!

  Isso mesmo, ao findar a reunião ele pegou o estoque de todos componentes que tínhamos disponíveis (era uma fábrica de óculos) e planejou a execução de 21 modelos.

  Como cada modelo era lançado pelo menos em 3 cores ficaríamos com 63 itens para serem produzidos.

  Numa quantidade mínima de 50 peças por item o total ficaria em 3150 unidades.

  Com todos os dispositivos prontos, fabricar essa quantidade em 2 ou 3 modelos não seria difícil.

  Mas partir do zero e entregar 21 ... complicado.

  (Precisava ter o mostruário pronto e algum estoque.)

 

  Meus cálculos não estavam errados.

  Tínhamos componentes para fazer não mais que 4 ou 5 modelos diferenciados.

  Meu patrão mudava detalhes mínimos na armação e chamava de “novo modelo.”

  Tentei explicar que em alguns a diferença era tão pequena que era melhor não lançar como novo item, sem contar que a produção ficaria congestionada de serviço, caso a greve acabasse nossos modelo mais vendáveis não poderiam deixar de ser fabricados.

  A greve afetou o Brasil inteiro, os compradores estavam tolerantes com a falta de produto, mas em se encerrando a greve não teríamos desculpas aceitáveis.

  Meu patrão ficou irredutível, ele havia decidido e seria daquele jeito, até porque já tinha comunicado a decisão a todos, eu fui o último a saber que "minha ideia" seria colocada em pratica.😏
  O resultado foi que saímos do devagar, quase parando,  para uma correria alucinada.

  Tempos difíceis, tive que dar nó em pingo d’água, não existe nada mais estressante que administrar o caos...

   Evidente que por mais que reflita sobre as coisas não estou sempre certo.

   Mas no geral tenho ideias boas, o problema parece não estar nas ideias, mas em mim.

   Por algum motivo (“kármico” talvez?) as ideias não podem chegar as pessoas por meu intermédio, tem que chegar por outros.

  Os pensamentos são coerentes, mas quando descobrem que sou eu que os proferi inexplicavelmente são desacreditados, como se eu não fosse digno de tê-los concebido.

  “Você pensa que sabe tudo, mas não sabe nada.”

  “Você é arrogante e prepotente.”

   “Você não é dono da verdade.”

  “Você não tem a mínima ideia do que está dizendo...”
  "Vai estudar mais!"

  E por aí vai, nem perdem tempo em analisar o que estou dizendo, como se qualquer coisa que saísse da minha mente não fosse digna de crédito.

  Se eu questionar algum pensador conhecido ... é o fim do mundo.

  Não entendo porque há tanto descrédito com as coisas que escrevo.

  Nem parece coisa desse mundo.

  Qualquer um percebe que tenho grande conhecimento de muitas coisas.

  É comum perguntar aos meus críticos se tem alguma informação errada e raríssimas vezes apontam algo na informação, apelam para corrigir a gramática coisa que reconheço não ser bom.

  Tinha um histórico de eficiência, meu patrão me viu resolver tantos problemas a contento, mesmo assim era uma incrível batalha convence-lo de qualquer coisa.

   Certa vez fiz experiências pedindo para que um colega levasse a ideia e não deixasse ninguém saber que era minha, ele era uma pessoa muito honesta e as poucas vezes que fez ficou muito constrangido, mas nem ele podia negar o que estava ali tão estampado, o problema não está nas ideias, o problema sou eu.

  Poderia ser racismo?

  Meu colega de chefia é branco, eu sou negro.

  Tinha outros negros na empresa, nunca percebi nenhum sinal de racismo no meu patrão.

  Afinal ele me promoveu a chefe, não foi nenhum sistema de cotas.

  Nós jogávamos dama na hora do almoço, surgiu uma amizade, ele me achou competente e me promoveu.

  Precisa alguma teoria muito surreal para admitir a hipótese de racismo, eu não consigo formular nenhuma.

  Uma coisa fascinante.

  Meu relacionamento com esse patrão foi quase que idêntico ao com minha mãe.

  Evidente que minha mãe gosta de mim, mas é uma pressão e desentendimento constante.

  Sei lá, parece que por mais que eu faça sempre está abaixo da expectativa.

  Vamos supor que eu andasse sobre as águas.

  Minha mãe e meu patrão reclamariam de alguma coisa.

  Andei depressa demais, andei devagar demais, molhei o chinelo ... 😏

  Minha mãe e esse antigo patrão são os exemplos mais interessantes, mas eu poderia escrever sobre várias outras pessoas

  Sinto que tem carinho por mim, mas é uma cobrança, como se eu devesse algo a elas.

  Nessa vida não lembro de ter uma grande dívida moral ou financeira com ninguém.

  As maiores rejeições são com relação às coisas que falo/escrevo.

  O que já encontrei de pessoas me desejando todo mal do mundo, rogando pragas, amaldiçoando...é de perder a conta.

  Uma das maiores alegrias que dou as pessoas é quando cometo algum erro ou sofro algum infortúnio ... 😏

  Chega a ser engraçado, já não me incomoda mais, se esse “meu Karma” é um aprendizado espero estar sendo um bom aluno.

  Se for alguma punição...quem sabe na próxima existência eu me livre dessa pena.

   Vou vivendo cada dia, tentando melhorar a qualidade das minhas argumentações e ações.

  Independente de qualquer teoria ... é o que me parece mais LÓGICO fazer.

                                            

   “É um erro tentar ver muito longe no futuro.

    A corrente do destino somente pode ser puxada um elo por vez.”

    (Winston Churchill)

 

   Para o bem ou para o mal, para aprendizado, resgate ou auxilio ... será que há pessoas predestinadas a fazer parte de nossas vidas?

  “Aluno de 10 anos atira em professora e se mata no ABC Paulista.”

☛ “Decifra-me ou te devoro!”

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