[Sean Wilhelm]
Suicídio é um tema bem complexo.
Pode ser “covardia”, para conquistar uma vida
satisfatória (no sentido de suportável) a pessoa se depara com um desafio tão
grande que assusta, é melhor desistir de tudo.
Boa parte dos suicídios é por amor ou
dinheiro.
O indivíduo acredita que perdeu o grande amor
da sua vida, se acovarda diante do desafio que será viver sem esse amor e
prefere a morte.
O indivíduo tinha um padrão razoável de vida,
perde quase tudo, se acovarda diante do desafio de reconquistar o padrão
perdido, prefere a morte.
Porém, em geral NÃO vejo como covardia, é
mais um cansaço da vida.
Aliás é preciso muita coragem para se matar,
o instinto de sobrevivência é muito forte.
Minha provocação hoje é:
Se o indivíduo pode evitar a morte, mas
corre pra ela, é suicídio?
(Tome cuidado com o que vai responder,
qualquer pensamento pode ser usado contra sua crença.)
Sócrates foi condenado a morte por ingestão de cicuta.
Os delitos de Sócrates eram leves, as
autoridades gregas tinham intenção apenas de cercear sua liberdade de expressão
dando um susto nele com a possibilidade de prisão.
Acredito que nem seu pior desafeto esperava
que o julgamento terminasse com a pena de morte.
Sócrates habilidoso na oratória que era
poderia escapar facilmente, mas aparentemente CANSOU DE VIVER.
Os delitos de Jesus eram leves, na pratica
nunca falou diretamente contra o Império Romano.
(Pelo menos nos registros bíblicos que temos.)
Nem contra o pagamento de impostos ele se
posicionou:
“Dai a Cesar o
que é de Cesar”.
Os romanos permitiam liberdade religiosa,
cada um adorava o deus que quisesse.
Logo, Jesus se declarar filho do Deus dos
Judeus, para Roma não significava grande coisa.
Na Bíblia não tem nenhuma passagem de Jesus em
ato de rebelião contra o império.
As intrigas de sacerdotes judeus não eram
suficientes para levar Jesus a algum julgamento.
Então o que Jesus fez?
Atacou fisicamente comerciantes nas
proximidades do Templo.
(Alguns dizem nas escadarias, de qualquer forma, não é dentro do Templo)
Isso daria cadeia até hoje.
Imagine que você chegue naquela feirinha
perto de alguma igreja e literalmente chute as barracas.
As pessoas pensam que os comerciantes estavam
dentro do templo, mas não.
O Templo atraia muitas pessoas como acontece
com o Santuário de Aparecida (por exemplo) e naturalmente em volta surge um
comércio.
Jesus propositadamente cometeu um ato que
obrigaria a justiça romana a alguma reação.
Pilatos visivelmente não queria condena-lo a
nada mais pesado, mas Jesus se recusou até em se defender.
Jesus habilidoso que era na oratória poderia
ter saído do julgamento com pena leve.
Se não tivesse agredido comerciantes, nem a
julgamento iria.
Jesus podia evitar a morte, mas correu pra
ela.
Provocar a própria morte é suicídio?
.
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