“Se
tivesse levado a sério minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido
verdades que insisto em dizer brincando.
Muitas vezes falei como palhaço, mas nunca
desacreditei na seriedade da plateia que sorria.”
[Charles Chaplin]
Já conversei e converso com muita gente
séria, lúcida, muitas mais inteligentes e estudiosas que eu.
Não apresentam argumentos coerentes para
defender suas idéias, mas continuam com as mesmas idéias!
Por esses dias um colega muito sério e
inteligente me disse que tenho que aceitar Jesus e tudo fará sentido.
A
Bíblia se tornará totalmente inteligível para mim que estarei tomado pelo
Espirito Santo.
Suponho que esse colega esteja tomado pelo
Espirito Santo e entenda todo sentido da Bíblia, logo deveria ter argumentos
excelentes para defender o que está escrito nela.
Se estar sobre o poder do Espirito Santo
acarreta em um distúrbio mental onde as coisas mais absurdas são transformadas
em corretas tudo fica muito preocupante.
Sei por observação e estudos científicos que
a cocaína desorienta a mente levando ao vício e a agir inconsequentemente.
Alucinógenos em geral levam a atos que em
estado lucido o indivíduo tomaria maiores precauções.
Quero
dizer que um viciado me diria que só vou entender a cocaína se experimenta-la
ignorando toda realidade que se apresentar a minha volta.
É parecido quando me pedem para aceitar o
Espirito Santo de Deus e não pensar em mais nada.
A pessoa se entrega totalmente ao culto, a
pregação do pastor, as músicas, mantras repetidos a exaustão ... uma “lavagem
cerebral” CONSENTIDA.
Já li a
Bíblia pedindo pela iluminação do Espirito Santo, quem crê nessa entidade
cristã, como pode afirmar com certeza que ela não me concedeu o entendimento!?
Estou aberto para debates.
O cristão que crê que tem melhor entendimento
da Bíblia que eu, basta apontar meus equívocos.
Nas redes sociais adiciono pessoas que se
dizem extremamente conhecedoras da Bíblia.
Tenho contato pessoal com indivíduos que se
dizem cheios do Espirito Santo de Deus.
Para falta de argumento deles a “solução” é sempre
a mesma:
“Vem visitar minha igreja.”
Na igreja do cidadão encontrarei as respostas
que ele por algum motivo não quis me dar na nossa conversa?
Não, lá não me darão respostas, não me trarão
alguém que contra argumente, simplesmente querem me envolver em um ambiente de
fanatismo religiosos onde quem sabe o “demônio” saia do meu corpo.
Ou que eu também fique “viciado” naquele tipo
de ritual.
Lembrei agora.
Uma vez fui convidado para uma comemoração
“evangélica de B’nai Mitzvá!” 😊
Para quem entende o surreal da coisa deve
estar rindo.
B’nai Mitzvá é uma celebração JUDIA de quando a menina faz 12 anos e o
garoto faz 13 anos, idades em que na tradição judia o judeu passa a ser
RESPONSÁVEL POR SEUS ATOS.
Assim que cheguei me senti pouco à vontade.
Pensei que seria uma confraternização com
nome “engraçadinho”, mas a proposta era mesmo realizar o ritual judaico.
Deu vontade de fingir uma dor qualquer e sair
correndo, mas diriam que eu estava endemoniado 😊 então fiquei mais um pouco para não constranger minha
família.
No judaísmo ao terminar a cerimonia a menina
passa a ser chamada de Bat Mitzvá que significa filha do mandamento.
A criança (de 12 anos) sentada em uma cadeira
firme é levantada várias vezes com todos desejando-lhe “mazal-tov”, algo como
boa sorte.
Fiquei preocupado com a segurança no final da
cerimônia.
A aniversariante homenageada não era uma
garotinha e sim uma mulher alta de 30 anos!
Levanta-la em uma cadeira não seria fácil.
Me tranquilizei quando a pastora introduziu
na cerimônia uma boneca, isso mesmo uma BONECA!
(Sinal
que a cerimônia não seguiria seu curso normal).
Ela deu alguma explicação sobre simbolizar o
renascimento, mas confesso que estava gargalhando por dentro, nem consegui
acompanhar a explicação.
Em meio toda aquela plateia de “adultos”,
olhando para aquela boneca de plástico, careca, com olhinhos azuis pensava:
“O que
estou fazendo aqui!?”
“Felizmente” minha mãe passou mal e desmaiou.
(Lembrem
do texto anterior, como tudo acabou bem, virou comédia).
Tive a desculpa ideal para cair fora antes de
terminar todo aquele teatrinho sem sentido.
Minha mãe virou a suspeita de estar
endemoniada. 😊
Por essas e outras fui ficando cada vez mais
recluso.
Eu saía de casa, aceitava convites, para
agradar as pessoas.
Hoje me dispenso de fazer coisas só para
agradar os outros.
Ainda
bem que minha esposa é compreensiva e não insiste para eu ir em nenhum lugar
que eu não queira.
Lá fora sou um peixe fora d’água, um idiota
debochado ou um chato entediado.
Entendo o que as pessoas fazem, mas não porque
fazem.
Fico lá tentando não rir ou (na maioria das
vezes) angustiado
para voltar a minha casa.
Nesse texto há “verdades” que preferi
escrever brincando.
Se vai levar a sério ou simplesmente ignorar
... é só com você.
MAZAL-TOV!
Para todos.
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