Não devemos ter o meio que vivemos como medida de todos os outros meios.
[William Robson]
É comum encontrar nos meus debates o comentarista que não tem como
medida nem o meio em que vive, mas o que ele imagina.
Aí fica muito difícil
propor soluções efetivas.
Me
pedem para sair do “meu mundinho pequeno burguês”. (Classe média baixa)
“Acordar para
realidade”.
O interessante é
que “meu mundinho” é o mais próximo da realidade brasileira e talvez mundial.
Moro na cidade:
“Mais da metade dos brasileiros mora em apenas 5,6% dos municípios.
Quando se excluem as capitais, as dez cidades mais populosas são Guarulhos (SP), Campinas (SP) e São Gonçalo (RJ)”
[IBGE- Agosto 2017]
Dependendo do método
de análise nossa população rural varia bastante.
Minha cunhada
Rozeni mora em “área rural” próximo a Jaguariúna.
Tem agua, luz,
internet, carro, telefone...
A distância do
centro de Campinas é grande (uns 20 Quilômetros), as
“ruas são de terra”.
Fiquei sabendo
que alguns bairros sem asfalto são assim porque muitos moradores querem manter
as “características rurais”.
São áreas com sítios
e chácaras.
Logo, você que
está acompanhando essa meditação provavelmente faz parte do “meu mundinho”, mesmo que more em área rural.
A eletricidade
chega a pelo menos 97% dos domicílios.
Praticamente
todos os domicílios que tem eletricidade tem televisão.
Quando você vê
qualquer telejornal, novela, filme, debate ... que não seja uma produção
regional, a mesma programação que passa no Rio Grande do Sul passa no Amapá.
Sem mais
delongas...
Quero dizer que
esses brasileiros isolados de tudo e de todos, que não tem acesso a nenhuma informação é uma “argumentação”
muito usada em debates, mas que não resiste a analise pratica.
Nasci pobre, mas
em casa tinha agua e luz. (quando meus pais
pagavam).
Na infância e adolescência tivemos TVs de péssima
qualidade, mas tínhamos.
Trabalhando
bastante comprei bicicleta, moto, “lata véia”. (carro)
Na maior parte da
minha vida morei de favor no fundo da casa de minhas avós.
Com muito
trabalho eu e minha esposa pagamos aluguel por uns 4 anos até conseguirmos as
chaves do nosso apartamento.
Meu mundinho “pequeno
burguês” é na média a vida da maioria das pessoas no MUNDO.
A miséria extrema
ou grande riqueza NÃO são o que predominam.
E aqui chegamos a
grande provocação dessa meditação.
É natural que “a mídia”
nos traga o que foge da rotina.
Se você atravessa
a rua sem problemas não é notícia, é rotina
Se você é
atropelado vira pelo menos uma nota no jornal.
Sabiam que em um cálculo bem
pessimista “apenas” 7% da nossa população vive em favelas?
Nas favelas tem
água, luz ;em muitos casos até de “graça”. (pago por
todos nós)
(Rede de esgoto no
Brasil é um grande problema a ser enfrentado, mas não vamos complicar ainda
mais esse texto.)
Eu vivo como a
maioria dos brasileiros vivem.
Tenho acesso as
informações que a maioria dos brasileiros tem.
Nos debates na Internet “decretam” a falência total
do Brasil, uma massa isolada sem acesso a "informação de qualidade".
Quando escrevo
que eu vivo bem ... me chamam de frio, insensível, alienado, alguém egoísta que
só olha para o próprio umbigo.
Pergunto se o
comentarista vive na miséria e até agora não li um sim.
😠 “Eu vivo bem, mas e os milhões que estão na miséria?”.
A impressão que
nos passam é que temos 9% de pessoas bem, 1% de pessoas extremamente bem e 90%
de terra arrasada.
É como se 10% da
população estivesse na Internet e 90% ... moram isolados na zona rural ou favelas, sem nenhum acesso a saúde, educação, segurança, informação...
* O garoto que se
envolve com a marginalidade não teve acesso a informação, é um excluído da
sociedade.
* O cidadão que vota em corrupto vive em “curral
eleitoral” isolado de tudo e de todos.
Eu sou um “privilegiado”
que faço parte dos 10% de exploradores que vivem no mundinho pequeno burguês?
Tem certeza que a extrema pobreza e extrema
riqueza predominam no Brasil?
Ou você apenas "imagina essa realidade"?
😒 “Qual seria a solução para acabar com a pobreza?
(Comentarista)
Não sei como pode existir uma sociedade só de ricos!
Eu sou pobre e vivo bem.
Quanto a miséria (pobreza extrema) ...
Não existe fórmulas magicas.
A principal medida, na minha opinião, é insistir na paternidade responsável.
O casal que planeja com responsabilidade a vinda de um filho não vai deixar que ele nasça na miséria.
Pode ocorrer alguma tragédia familiar, morte do pai ou da mãe, desastre natural.
Nesse caso fraternalmente podemos ajudar a família a se recompor.
Tem o caso de viciados em drogas, jogos, bebidas ... esses que se autodestroem não dá pra fazer muita coisa além de um albergue, comida e tratamento caso se disponham.
Dê qualquer forma, o número de famílias a serem socorridas seria bem menor
A paternidade responsável dá certo até em países “socialistas”.
►Repense
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