No HC da Unicamp há muitos mendigos profissionais.
(Fevereiro de 2019)
A Constituição de 1988 tirou da
sociedade qualquer forma de controle sobre eles.
Nos tornou reféns dessa situação de
estelionato.
Não estou pedindo a volta da criminalização da vadiagem
ou da mendicância, mas alguma coisa precisa ser
feita.
Veja um caso entre tantos.
Tem um pedinte famoso no HC, o chamamos de
Mudinho.
Estou na empresa
há 8 anos, ele já frequentava quando
cheguei.
Passa nos locais de espera
entregando um pequeno papel impresso dizendo da sua deficiência e pedindo ajuda
financeira.
Tem pessoas que dizem que já o ouviram
falando, desconfia-se que nem mudo é, mas digamos que seja.
O Mudinho é alto (1,80 aproximadamente),
forte, saudável.
Se ele é mudo mesmo não teria grande
dificuldade para conseguir emprego.
No comércio é complicado porque tem a
necessidade de comunicação rápida, mas na indústria se o funcionário não falar é até melhor.
Já operei muitas máquinas
geralmente você não precisa
ficar conversando.
Como há lei que obriga a contratação de
uma porcentagem de deficientes, um cara igual o Mudinho é objeto de desejo.
A empresa cumpre a cota escapando de alguma
multa e ainda contrata alguém com uma deficiência que não limita nada o
desempenho.
Entendem agora
porque usei a palavra estelionato?
“Em conformidade com o Código Penal brasileiro o estelionato é capitulado como crime contra o patrimônio, sendo definido como "obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."
O cidadão há mais
de 8 anos consegue dinheiro passando as pessoas uma situação de miserabilidade
que não se observa na pratica.
Mas basta se
dizer mendigo e ... tudo bem.
Nas “sociedades
modernas” mendicância não é infração penal, muito menos crime.
A maioria das
pessoas são “otárias”
(no sentido de ingênuas/tolas), vão abrindo a carteira por
conta de qualquer historinha triste.
Por isso a “profissão
mendigo” é tão rentável no Brasil e no mundo.
Porem tem as pessoas “indignadas”.
Como se trata de
um hospital, muitos pacientes passam meses, anos frequentando o local e
percebem a atividade desses “mendigos profissionais”.
Tem um cara que há
8 anos (só que eu sei) conta a historia que a esposa está com câncer “terminal” e ele
tem 3 crianças “pequenas” para cuidar.
Essas crianças já
devem ser no mínimo adolescentes...
Tem outros que
nesse mesmo período estão precisando "completar a passagem' para voltar para sua
cidade ...
O fato é que pessoas indignadas com os “estelionatários”
querem que a segurança faça alguma coisa.
A boa pergunta é:
O que é permitido fazer com mendigos?
Chamar a polícia
não adianta, não vem, não há legalmente absolutamente nada que o policial
possa fazer.
Se encostar a mão
no pedinte ou mesmo falar de maneira mais dura o policial é que pode se dar
muito mal, principalmente se tiver alguém filmando.
Se nem a polícia investida
do poder do Estado pode fazer alguma coisa imagine o segurança do hospital.
😡 “As pessoas aqui no hospital estão em uma situação de fragilidade emocional, doentes ou com familiares doentes, e vocês ainda permitem que indivíduos se aproveitem dessa situação para extorquir!”
Esse é um resumo
do que já ouvi dezenas de vezes.
Dá vontade de
mandar a pessoa para os quintos dos infernos, mas eu respiro fundo, aciono algum
segurança, ele conversa com o pedinte que se afasta por alguns minutos ... depois
volta.
Ninguém pode
fazer nada com ele.
O pedinte “faz o
favor” de dar uma pausa.
Ficamos assim.
Brasileiros
tornam a mendicância altamente lucrativa.
Condenam qualquer
ação que “fere a dignidade” do mendigo.
E se espantam com
o crescimento dessa atividade, creditam tudo a uma “injustiça social”.
Quando acontece a necessidade de uma atitude
mais firme (como conduzir o individuo para fora do local) as única imagens que aparecem é o segurança “agredindo”
a pobre “vitima”.
A pessoa está lá toda civilizada, de bem com
a vida, tratando outros com respeito e amor, quando um troglodita segurança, do
nada imobiliza ou arrasta a pessoa pra fora... todos acreditam nisso.
Até as pessoas que pediram a intervenção da segurança não dão apoio.
Elas chamaram só para “assustar” ou “dialogar”, em hipótese alguma pode se quer encostar no indivíduo.
É aí que muitos "malandros" se aproveitam da
situação e conseguem o que querem.
É ai que tantos seguranças apenas fazem de
conta que trabalham, se trabalharem de fato o risco é imenso.
O resultado disso é que deveríamos tirar a
palavra “ordem” da nossa bandeira.
Aqui é um paraíso para ladrões e estelionatários.
Pedintes fazem rodízio para abordar passageiros do metrô.
Pedintes e ambulantes não respeitam os funcionários do metrô.
Só saem das estações, ou respeitam minimamente as abordagens, quando aparecem seguranças.
Folha UOL
Só saem das estações, ou respeitam minimamente as abordagens, quando aparecem seguranças.
Folha UOL
Nota: Em 2021 o acesso ao interior do Hospital foi tornado mais difícil.
Foram colocadas catracas e a pessoa só entra se estiver com o papel de agendamento em mãos.
Foi limitado a 1 acompanhante por paciente.
Com um pouco de “ordem” a ocorrência de roubos e estelionatos diminuiu bastante.
Acabar é difícil, esse pessoal é muito criativo e não tem muito a perder, a impunidade continua garantida.
Foram colocadas catracas e a pessoa só entra se estiver com o papel de agendamento em mãos.
Foi limitado a 1 acompanhante por paciente.
Com um pouco de “ordem” a ocorrência de roubos e estelionatos diminuiu bastante.
Acabar é difícil, esse pessoal é muito criativo e não tem muito a perder, a impunidade continua garantida.
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