Nas poucas nações em que
ateus chegaram ao poder instituíram o culto ao Estado ou a personalidade.
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Foi assim com
Lenin, depois Stalin e em diversos países que formavam a União Soviética.
Fora desse grupo temos o exemplo da Coréia
do Norte.
Lá a religião é “desestimulada” e o culto ao
grande líder obrigatório.
Imagens e estatuas de Kim Il-Sung estão por
toda parte.
Vejam que matéria interessante:
1 – O próprio Kim Il-Sung, fundador
da Coreia do Norte e avô do atual ditador Kim Jong-Un, nasceu de família
cristã, mas passou a perseguir o cristianismo para garantir o próprio poder
absoluto.
Com o apoio da União Soviética, ele seguiu o modelo ateísta impositivo
dos regimes comunistas e proibiu todas as religiões, fechando igrejas e templos
e destruindo livros sagrados.
2 – Em 1955, Kim Il-Sung começou a
impor aos norte-coreanos uma ideologia chamada “juche“, que consiste num culto
a ele próprio e que exige fidelidade irrestrita e até mesmo alguns rituais.
Na prática, a juche
funciona como uma religião em que o próprio Kim Il-Sung é um deus a ser
adorado.
3 – Kim Il-Sung é apresentado e
reverenciado até hoje, mesmo depois de morto, como o “Eterno Presidente” da
Coreia do Norte.
4 – Venerado à força como um ser
divino e infalível, ele conta com nada menos que 40.000 estátuas em sua homenagem,
espalhadas por todo o país e às quais a população é obrigada a oferecer flores
no início de cada ano.
5 – Aliás, a contagem dos anos, na
Coreia do Norte, parte justamente do nascimento de Kim Il-Sung. 2017, por lá, é
o juche 106, porque esta seria a idade do fundador caso ele estivesse vivo hoje
em dia.
“Fundador da Coreia do Norte não se teletransportava, mídia admite.”
Se ninguém avisasse ... 😆 😆
Assim como temos nações cristãs com os mais
diferentes resultados, o mesmo aconteceria se tivéssemos diversas nações ateias.
Tudo depende de como é a CULTURA vigente na
nação e como ela se adapta as “ideologias”.
Vejam o
caso de Cuba.
Essa matéria de 2001 tem dados interessantes.
Uma pesquisa do
Departamento de Estudos Sociorreligiosos de Cuba indica que cerca de 85% dos
mais de 11 milhões de cubanos têm "algum tipo de sentimento
religioso".
Os 15% restantes se
declararam ateus.
Dos entrevistados, 70%
assinalaram a opção "religiosidade popular" e 15% disseram ser
adeptos de uma religião institucionalizada.
A santeria tem origem
africana e se assemelha ao candomblé.
Está muito presente em Cuba,
sobretudo entre a população negra (majoritária).
Perseguida pelos espanhóis,
foi também reprimida após a revolução de 1959 e era praticada clandestinamente.
Nos últimos dez anos, a
santeria foi revalorizada e terreiros da capital e das praias do balneário de
Varadero passaram a funcionar como uma espécie de apêndice do Ministério do
Turismo.
As religiões afro-cubanas
teriam sido estimuladas pelo Estado como forma de conter a Igreja Católica e
levar turistas e divisas ao país.
O Partido Comunista de Cuba (PCC, governista), que até o início dos
anos 1990 fazia prevalecer o "ateísmo científico" na sociedade, abriu
as portas aos religiosos.
A Constituição cubana foi
alterada, em 1992, para abolir qualquer tipo de discriminação por motivos de
crença e converter o Estado de ateu em laico.
Lembremos que a queda do muro de Berlim e
dissolução da URSS foi em 1989.
Antes disso a
pressão do Estado Cubano era pelo Ateísmo.
Porém latinos são
historicamente muito religiosos, não lembro de nenhum povo em nenhum momento da
história da América Central ou do Sul dando muito
espaço ao ateísmo.
O tímido destaque é
Cuba.
Mas nem Fidel
"me parecia" ateu.
Ele tinha muita
admiração por jesuítas, isso deve ter pesado.
"A influência soviética sobre
Cuba fez com que Estado e partido cubanos se tornassem oficialmente ateus, o
que impedia cristãos de se filiar ao Partido Comunista e de exercer profissões
como filósofo, psicólogo, professor.
Já em 1959, Fidel não se
considerava mais cristão."
Não ser
cristão é uma coisa, se declarar ateu é outra.
Povo latino com
forte tradição religiosa e um líder não muito convicto do ateísmo ... deu no que
deu.
Apesar da pressão
soviética o ateísmo não se desenvolveu significativamente em Cuba.
Fidel tinha outra
característica que o diferenciava, não gostava de fotos e estátuas em sua
homenagem o que dificulta o culto à personalidade.
Ele se concentrava mais no ufanismo, seu exército
ganhou a guerra e reescreveu os livros de história como achou melhor.
Che Guevara não ficou muito tempo em Cuba,
partiu para outras aventuras, mas ficaram suas estatuas e imagens por diversos
locais.
Por ironia, ele que era ateu, até hoje tem
ares da “santidade”.
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