sábado, 1 de agosto de 2020

Dai a César





 

   “Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.
  Dize-nos, pois, que te parece?
  É lícito pagar o tributo a César, ou não?”

 
   Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse:
 
 - Por que me experimentais, hipócritas?
    Mostrai-me a moeda do tributo.

 
   Eles lhe apresentaram um dinheiro.
    E ele diz-lhes:

 
- De quem é esta efígie e esta inscrição?
 
   “De César.”
 
 - Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
 
  E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.
 
  (Mateus 22:16-22)

 

 



😒“Neste contexto Jesus não estava dizendo que é devido pagar o imposto, mas disse como uma forma de agredir sem a força aqueles que o questionavam.”
    (Comentarista no Face)
                             

  Deparo muito com esses contorcionismos que as pessoas fazem para justificar suas opiniões.
  Vou contra argumentar a opinião do comentarista, o leitor pode julgar qual interpretação lhe parece mais correta.

  Em verdade vos digo que o objetivo desse texto é mostrar que quando não concordamos com uma dedução devemos apontar exatamente o que não concordamos e dizer o porquê, contra argumentar.

  Sou muito acusado de escrever sofismas, de "desonestidade intelectual", de distorcer acontecimentos históricos...
  Basta o acusador expor onde isso acontece e contra argumentar.


  A pergunta feita a Jesus foi simples:

  É lícito (justo) pagar o tributo a César, ou não?

  Se Jesus dissesse que sim iria desgostar a muitos do seu povo.
  Lembremos que era um território ocupado pelos romanos.
  Ninguém paga impostos feliz da vida , ainda mais em um território dominado por povo estrangeiro.

  Se Jesus dissesse que não, iria ficar encrencado com Roma, ele já reunia muitas pessoas, se posicionar contra o pagamento de impostos, caberia acusação de incitar rebelião.

  Os romanos permitiam liberdade religiosa.
  Jesus podia pregar o quanto quisesse sobre "seu deus", "sobre a doutrina judaica", podia até criar uma nova seita desde que não incitasse pessoas a questionar o poder de Roma.

  A pergunta dos cidadãos tinha razão de ser.
  Nas profecias o "Messias "libertaria o povo judeu de qualquer opressão, pagar imposto a um exército invasor é opressão.
  Jesus (segundo a Bíblia) viu nessa pergunta uma armadilha.
  Mas convenhamos, a maioria de nós faria esse tipo de pergunta.

  Como não pedir a orientação de alguém que consideramos grande mestre sobre um assunto que nos afeta tanto?

  Jesus considerado "puro amor" já vai xingando de hipócritas!

  Segundo o comentarista Jesus agride com palavras para não usar a força.
  E a coisa de oferecer a outra face!?
  A pergunta (maliciosa ou não) foi feita educadamente, deveria ser respondida na mesma medida ou com mais gentileza ainda.

  Jesus naquele momento "aparentemente" preferiu não se encrencar com os romanos.
  Fala sério, sugerir que a cobrança de impostos era justa porque a face de César estava na moeda ... é difícil até comentar.

  Moeda é só um instrumento para troca de mercadorias e serviços.
  Exemplo rápido.
  Você trabalhou na padaria fazendo pão, recebeu 100 reais por seu dia de trabalho.
  Roma desconta 35 reais como imposto.
  Entenda que na prática você trabalhou 35% do seu tempo para Roma.
  A moeda/dinheiro é só uma maneira que nós humanos encontramos para quantificar as trocas.

  Garoupa é o peixe que estampa a cédula de 100 reais.
   O dinheiro é do peixe!?
  "Ave Garoupa"!
  "Dai a Garoupa o que é da Garoupa".😏



   











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