Mentalização Espiritual

  A “religião” que fiquei mais tempo foi o Espiritismo porque eu evitava ler a D.E. -Doutrina Espirita.

  Em números absolutos fui por mais tempo católico.

  Porem até os 13, 14 anos foi por tradição familiar.

  Na adolescência comecei ir à Igreja Bom Pastor e Imaculada Conceição sozinho, as duas no bairro São Bernardo.

  Não sei precisar exatamente,  por vontade própria foram mais ou menos:

  Quatro anos católico.

  Três anos evangélico.

  Dez anos Kardecista.

  Estudar a Bíblia profundamente dificultou minha permanência no Catolicismo e Evangelismo.

  Pelo pouco que lia a D.E. já supunha que analisa-la profundamente inviabilizaria minha permanência no Kardecismo tamanho eram as incoerências.

  Meu principal objetivo ao participar das religiões era conseguir proteção contra más interferências.

  Tinha “fé” que isso podia ser conseguido estando reunido com mais pessoas em louvor e oração, além das minhas próprias orações individuais.

  Por esse ponto de vista, não importava tanto a religião, mas sim fazer parte de um grupo de “mentalização espiritual”.

  As palestras eram tipo “um preço a pagar”.😏

  Evidente que no começo tudo foi maravilhoso, aceitava as explicações do padre depois do “pastor”.

(Na igreja Presbiteriana não tem propriamente a figura do pastor.)

 Saí da Igreja Católica justamente porque não estava percebendo grande proteção, quem sabe como evangélico minha “sorte” melhoraria.

  Na fase evangélica o contato com a Bíblia aumentou exponencialmente, para mim foi impossível não refletir melhor sobre o que o palestrante falava.

  É muito chato quando ouço uma palestra em que a mediocridade do sermão é facilmente identificável e no final tenho que dizer amém e aplaudir.

  Vou dar um exemplo acessível a todos.

  Zapeando a TV ouvi RR dizer que não devemos beber absolutamente nada de álcool, pois não é coisa de Deus e sim do mundo.

  Ele é um excelente palestrante sabe contar suas historinhas apelando para o emocional.

  Antes que alguém pensasse em Jesus transformando água em vinho habilmente ele se antecipou.

  Disse algo mais ou menos assim:

 “Jesus nunca bebeu vinho como conhecemos nos nossos dias.

  Historiadores comprovam que Jesus bebia um suco de uva não fermentado”.

   (RR Soares)

   Gostaria muito que RR citasse o nome desses “historiadores”.

  Fora da Bíblia Jesus é um desconhecido ... “documentalmente” falando.

  Josefo (importante historiador antigo) descreve em único parágrafo um personagem que “poderia” ser Jesus ou qualquer outro “ativista religioso” daqueles tempos.

  Vamos deixar de lado historiadores, nos concentremos na Bíblia.

  Há histórias de porres homéricos como no caso de Noé, aquele que construiu a arca.

  Noé, que era agricultor, foi o primeiro a plantar uma vinha.

  Bebeu do vinho, embriagou-se e ficou nu dentro da sua tenda.

  [Gênesis 9:20,21]

  Para você que não conhece a Bíblia saiba que Noé veio muito antes de Jesus.

  Se vinho já não era suco de uva no tempo de Noé imagine no de Jesus!

  Ló (outro personagem bíblico) transou com as filhas sob efeito de suco de uvas!?

  Voltando a doutrina espírita...

  Um dos pontos mais incoerentes é a “fé” que “espíritos superiores” planejam com perfeição nossas existências.

  Cada vez que você morre biologicamente, com ajuda dos espíritos mais evoluídos, percebe tudo que fez de errado e volta numa situação de reencarne que permita corrigir seus erros.

  Meu questionamento é simples, acredito que qualquer um vai conseguir me entender.

  Segundo a doutrina Kardecista somos espíritos, é esse tipo de situação que conta.

  Enquanto encarnados somos “cegos”, não sabemos de onde viemos, imaginamos para onde vamos, e naturalmente temos dúvidas se tudo não passa de ilusão.

  Se no intervalo entre as encarnações possuímos uma consciência tão melhor a ponto de perceber claramente nossos erros e junto com “mentores” planejar situações para nos corrigirmos e/ou resgatarmos dividas...

  Porque perdemos tempo encarnando!?

  Percebem que a vida biologia fica totalmente sem sentido?

  Uma inutilidade que não precisaria acontecer.

  É como se eu nascesse nos Estados Unidos, fosse passar a eternidade nesse país que tem toda infraestrutura para meu desenvolvimento.

 (Vida espiritual)

  Mas sou constantemente mandado para o país mais pobre da África, um lugar que não é meu de origem e nem onde devo habitar.

 (Vida Biológica)

  É algo como fazer faculdade de medicina tendo talento para ser engenheiro e querendo ser engenheiro.

  Sou espirito, gosto de ser espirito, evoluo melhor sendo espirito, vou viver como espirito ... me preparo para isso sendo primata!!??

  Vou morar na Alemanha, me preparo morando na Arábia Saudita!?

  Kardec quer nos convencer que o Espiritismo é o Cristianismo em seu estado puro, um “suco de uvas não fermentado”.

  Sei lá!

  Observo que o suco de uva de Kardec há muito já foi fermentado, é um porre como todas as demais religiões …

  Mas por um tempo (coincidência ou não) consegui coisas importantes no tempo de Kardecista, minha almejada proteção.

  Quando percebi que a proteção se foi ... só sobraram as palestras entediantes.

  Parei de participar.

  Fé é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão.

[Wikipédia]

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