segunda-feira, 10 de junho de 2013

Cumplicidade

  

 “Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há certa cumplicidade vergonhosa.”
  (Victor Hugo)

  Para muitos "cientistas políticos", o indivíduo é praticamente isento de qualquer responsabilidade sobre o que acontece nos governos.

  Tem a questão do "curral eleitoral" onde querem nos convencer que todos os indivíduos de uma região são obrigados a votar em algum "coronel".
  (Se o voto é secreto como o coronel sabe quem votou em quem!?)

  Tem a questão da "mídia que manipula e desinforma."
 (Toda mídia unida apoiando o mesmo grupo politico!?
    Em regimes autoritários acontece, mas no Brasil ainda não chegamos nesse ponto.)

  Tem a questão onipresente da falta de investimento em educação.
 (O cidadão vê evidências que o prefeito esta fazendo mal uso do dinheiro, mas como não tem "escola de excelente qualidade" prefere ignorar a incompetência ou corrupção!?)

  Justificam qualquer acontecimento condenável atual como fruto de alguma opressão do passado.
  Aquele povo do Maranhão que elege políticos corruptos é isento de qualquer culpa, pois votam assim devido ... a colonização portuguesa.
 (Ou qualquer teoria do tipo)

  O interessante é que já vi em reportagens o cidadão sem nenhum pudor dizer que troca o voto por algum beneficio.

 Eleitor: “Se você me conseguir 2 sacos de cimento toda minha família vota em você.”
  
  Lembrei agora de um fato do passado quando uma funcionaria que veio de Pernambuco não estava gostando da época eleitoral aqui em SP.
  Ela dizia que em Pernambuco se conseguia tanta coisa e aqui em São Paulo nada.
  Eu disse a ela que conseguíamos outras coisas, estradas, escolas, postos médicos, policiais na rua. 
  Camisetas e bonés preferimos comprar nas lojas.

  Sei que alguns já irão dizer que a moça foi “condicionada” a isso, mas eu observei que ela OPTOU por isso. 

  Muito bonita se envolveu com um vereador e soube muito bem se aproveitar disso.
  Apareceu com uma moto “paga” muito facilmente em relação ao salário que ganhava na empresa.

  O eleitor daquele político corrupto não sabe de suas falcatruas? 
  Claro que sabe, mas o importante é alguma ajuda individual que recebe no período eleitoral.

  Porque os Deputados Federais ficam pouco em Brasilia?
  Quem consegue ser eleito quer ser reeleito.
  Em Brasília deveriam fazer seu trabalho de lutar pelo bem comum de todos os brasileiros representando a região pela qual foram eleitos.
  Mas descobrem rápido que esse nobre trabalho parlamentar não rende votos na maioria dos Estados. 
  O importante para muitos eleitores é conseguir alguma vantagem imediata. 

    Se o político quer se manter em Brasília com todas as mordomias tem que comprar o voto da BASE com um emprego, auxílio médico, tijolos para algum muro, dentadura... emenda parlamentares direcionadas para aliados...

  Isso tem que ser feito presencialmente porque comprar voto é crime.
  O politico sabe disso, o eleitor sabe disso.

  Entendam o óbvio:
  Só é possível comprar voto se alguém estiver disposto a vender.
  Essa história de "politico diabólico" e "eleitor angelical" não resiste a menor analise lógica.

  Antes das eleições de 2010, conversando com um advogado que queria me convencer a votar no grupo que ele apoiava, percebi que ele estava totalmente ciente da ineficiência administrativa e ideológica de seu grupo, no final da conversa ele me disse:

Advogado:  “Eu sei William que você está certo, mas é esse grupo que tem me trazido bons clientes, preciso que eles continuem no poder.”

  
  Fica claro que enquanto a maioria do nosso povo tiver essa postura de se achar “santo” e demonizar o “politico eleito” como se ele tivesse vindo de outro país e fosse nos imposto pela força, a qualidade dos governantes vai se manter baixa.
  Não tem como ser diferente.

  Na Democracia os governantes são reflexo do povo que os elege.

  Essa lógica entra em sua mente?




 

Izadora: Não é compra de votos como você está fingindo entender e como era comum décadas atrás.    Mudaram a estratégia mas não transfere culpa.  

  Aquele que se aproveita da carência de um povo, nunca será inocente, muito pelo contrário.

  O mesmo vale para várias questões sociais.

 

William:  É aquele mesmo escapismo de roubar porque é pobre.

  A grande maioria dos pobres não são ladrões e tem muitos ladrões ricos.

  "Vendi meu voto porque sou pobre" ... acredita quem quer.


  


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  Na Democracia os governantes são reflexo do povo que os elege.
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https://filosofiamatematicablogger.blogspot.com/2013/06/cumplicidade.html

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