sábado, 22 de junho de 2013

Textões

 “Toda propaganda tem que ser popular e acomodar-se à compreensão do menos inteligente dentre aqueles que pretende atingir.”
[Adolf Hitler]


   Tento simplificar meus textos o máximo possível.

  Acostumado a ler bastante desde cedo, não me importava com a linguagem rebuscada dos livros de filosofia.
  Entretanto notei o mesmo padrão nos livros religiosos e de economia.
  Não há uma preocupação em tornar a ideia ou fato mais compreensível ao "menos inteligente".

  Quando pessoas por algum motivo se interessam por um assunto, não entender o que esta ESCRITO as torna mais propensas a buscar o que FALAM sobre ele.
   
  Se hoje com a maioria alfabetizada é assim, imagine no passado quando o analfabetismo imperava.

 ORATÓRIA é a arte de falar em público de forma estruturada e deliberada, com a intenção de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes.
  Na Grécia Antiga a oratória era estudada como componente da retórica.
  RETÓRICA é a técnica de uso da linguagem para se expressar bem e ser persuasivo.”

  O individuo obviamente se interessa em saber se há vida após a morte, vai ler o "livro sagrado" e não entende nada, o padre passa a ser seu interprete, quanto mais "bonito" for o discurso do padre, mais parece com a pura verdade.
 (Nada contra padres, foi só um exemplo fácil)

   Dizem que Sócrates era contra a retórica, no meu entendimento ele era contra o sofisma.

    “A questão principal do discurso e do conhecimento não é a persuasão, um orador não deve ter o propósito de persuadir, isto é, de conseguir a concordância de todos, o seu único propósito deve ser a verdade.”

  Sofismar é dar “aparência” de verdade a um argumento.
  Porem se esmiuçarmos esse argumento observamos que ele não corresponde a uma realidade observável.

  Mas sem boa capacidade de leitura é difícil esmiuçar argumentos.
  O individuo lê e não entende nada.
  O discurso quando bem feito tem apelo emocional muito grande, o individuo sai comovido do culto, palestra, apresentação e a ultima coisa que pensa é "esmiuçar" o que foi dito.

  Hitler fazia seus discursos, repetia "suas verdades", ameaçava quem se atrevesse a contesta-lo e assim "mentiras" ou "teorias questionáveis" foram se fixando como a "verdade da maioria".

  Hitler, Karl Marx, Lenin ... e tantos outros devem ter sido bons oradores, se comunicavam bem com a galera.

   Não sou bom orador, não me sinto a vontade falando em publico.
  Não consigo me ver gravando videos no YouTube.
  Escrevo de maneira despojada, facilitando ao máximo o entendimento, mas fico em desvantagem evidente sobre bons oradores.

  Falar e ouvir a grande maioria da população consegue e pratica bastante.

  "Ler e escrever" é bem menos usual ... deixa eu explicar melhor.

  A não ser que sua profissão exija é pouco provável que no dia a dia você passe mais tempo escrevendo que falando.
  No meu emprego escrevo pouco e falo bastante.
  No meu dia a dia escrevo bastante devido a esse meu passatempo de filosofar, não fosse isso escreveria bem pouco.

  Ler a maioria lê, mas há um diferenciamento no que tange a interpretar textos.
  No Brasil há estatísticas apontando que 27% da população é de analfabetos funcionais, só entendem frases curtas e se o exposição estiver bem clara.
  "Feche a porta", "Não pise na grama", "Entrada só para funcionários"... 

  Um texto como esse ... chamam de "textão" e não passam do titulo.

  Há um outro tipo que pode fazer parte do grupo de analfabetos funcionais ou não e que a meu ver é ainda maior, alcança uns 50% de "brasileiros".
  (Não sei como é em outros países).


  O individuo simplesmente não tem o habito/costume de ler.

  Ele pode até ser bem alfabetizado, ter facilidade para compreender textos pequenos ou grandes, mas prefere falar/ouvir que escrever/ler.
  Tem uma placa escrito "Saída".
  "Letras" não atraem a atenção, passam despercebidas para o cidadão.
  Se ele olhasse para placa, leria com facilidade e entenderia a solicitação, mas por algum motivo, não tem o habito de ler informações ao seu redor, prefere a informação oral.
  Não preciso dizer que esse habito é socialmente bastante ineficiente.
  Uma placa deveria ser suficiente para organizar o ambiente, passar informações relevantes, mas no Brasil precisa de uma pessoa (funcionário) falando...😡

  Se você não tem o habito de ler informações no ambiente ... comece a fazer isso, ensine seus filhos ... um "Brasil melhor" surge dessas pequenas mudanças culturais.

  


  Fechando essa meditação...

  Já fui muito criticado por escrever dessa maneira despojada, evitando palavras pouco conhecidas e "brincando" com "assuntos sérios".

🙎“Para quem diz ter lido tantos clássicos seu jeito de escrever beira o ridículo.”

  Já me acostumei a escrever assim, não acho que é tarde para mudar, mas eu NÃO QUERO MUDAR.
  Gosto de escrever de modo simples de forma que qualquer um possa entender a ideia mesmo que não concorde com ela.

  Observei que muitas pessoas não leem os “clássicos” por não entenderem nada do que está escrito e não por desprezarem a Filosofia.
  Vez ou outra encontro conhecidos que me dizem: “Só sei que nada sei.”
  É legal perceber que eles sabem quem disse isso e conhecem toda a profundidade filosófica da frase.

  Outro coisa que me dá esperança é o contado de nossas crianças desde cedo com as redes sociais.
  A linguagem escrita esta se equiparando a falada.
  Não é difícil encontrar pessoas que passam mais tempo digitando/escrevendo que falando.
  Minha teoria é que as "letras" naturalmente chamarão mais a atenção das pessoas.
  Boa parte dos brasileiros vai continuar a não se interessar por textões, mas se ler e seguir informações simples no ambiente ... já será um grande avanço...

  Meus textões são uma coleção de informações simples e deduções lógicas.
  Se o cidadão entende o básico/simples fica mais fácil apresentar-lhe questões complexas.

  "Ser ou não ser, eis a questão".

  




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