terça-feira, 12 de novembro de 2019

Bolívia

  

 

 "Após 13 anos no poder, Evo Morales renuncia à Presidência da Bolívia."
 


BBC – Novembro 2019

 

  


  Tirar Evo Morales foi um grande passo, mas para qual direção?
  Esquerda ou direita, democracia ou autoritarismo?

  Não tem porque ficar muito animado com a nova situação da Bolívia.
  Em geral latinos trocam 6 por meia dúzia.

  E se tiver eleições e alguém tipo Macri ou Bolsonaro vencer?

  Conhecendo os bolivianos é pouco provável que isso aconteça.
  Talvez cheguem a um "Ciro Gomes".
  Mesmo que alguém mais à direita vença...

                                               

"Em 13 anos de governo, Morales conseguiu manter o nível de crescimento da Bolívia e controlar a inflação, que vem desacelerando e ficou perto de 2% em 2018. 
  O desempenho de alguns indicadores, entretanto, acenderam sinal de alerta.
  Um deles são as contas públicas, que estão no vermelho desde 2014 e vêm se deteriorando.
  Em 2018, o déficit chegou a 8,3% do PIB — para efeito de comparação, no Brasil, o déficit foi de 1,7% do PIB no mesmo período.”



 ► BBC

 

  Observem que a festa acabou.
  Evo Morales foi distribuindo benefícios, evidente que o povo gosta desse tipo de coisa e vai apoiando o governante.
  Mas uma hora o dinheiro acaba.
  Desde 2014 a Bolívia vem gastando bem mais do que consegue arrecadar.
  O próximo governo pode manter a gastança por mais uns 4 anos tipo primeiro mandato de Dilma.
  Depois vai faltar dinheiro para salários, aposentadorias, benefícios, máquina estatal ... se cobrir um santo descobre outro.
  (Quanto mais demorar para fazer ajustes, mais duro os ajustes serão lá na frente.)

  Latinos não lidam bem com essa coisa de "acabar o dinheiro do governo".
  É só aumentar os impostos dos ricos, dizem.
  
  Vai acontecer na Bolívia o que costumeiramente acontece na América Latina.
  Os cortes/ajustes nos benefícios virão por bem ou por mal.
  Foi o que aconteceu com Dilma em 2015 quando assim que ganhou a eleição dificultou as regras para o seguro desemprego (só um exemplo dos ajustes).

  Dilma fez por maldade?

  Claro que não, fez porque precisava e mesmo assim o déficit já havia virado uma bola de neve.
  Mas a massa não vê assim.
  Lula foi o bom administrador e Dilma a bruxa malvada ... pelo menos depois de 2014
 
  Temer (também sem dinheiro) virou o vampiro.

  A falta de dinheiro persiste no Governo Bolsonaro e os "contingenciamentos" só faz aumentar seus críticos.

  É fácil fazer uma aposta para o futuro.

  A economia boliviana vai ter que passar por ajustes, a população vai ficar saudosa da quantidade de benefícios do governo Evo Morales, vai pedir sua volta e ele pode até voltar, mas vai ser igual a volta da Cristina na Argentina, nem o mundo nem os argentinos tem o que comemorar.

  A economia vai continuar patinando, vendendo o almoço pra comprar a janta.

  É mais ou menos o que acontece no Brasil.
  Somos latinos também.
  Tem dois tipos que adoram Lula.

1 - Aquele esquerdista mais fanático, inegavelmente ele é um ícone da esquerda mundial.

2 – Aquela pessoa que viveu um bom momento econômico de 2004 até 2010.
  Ignora que isso foi fruto da bolha econômica mundial que estourou em 2008 e credita tudo a boa administração Lula.
  Se olhasse para o mundo veria que  antes da explosão da bolha a maioria dos países “progrediram” mais ou igual ao Brasil.
  Venezuela, Bolívia, Portugal, Estados Unidos, China, Índia, Grécia...



😠 “Que julgamento tendencioso particular quanto da Bolívia. 
  E outra coisa errada falada foi que o sucesso do governo Lula foi uma bolha de prosperidade no mundo, esqueceu da maior crise mundial refletida da economia americana em 2008?”
[Comentarista]    

 
  Não esqueci, foi exatamente o que eu disse.
  Até 2008 o mundo cresceu muito e o Brasil surfou na onda.
  Lula subestimou o ocorrido (mais um erro dele) disse que era uma marolinha.
  Veja como ele começou a pedalar a partir de 2009:





  Porque venezuelanos gostaram tanto do Governo Chávez?

  “Entre os principais pontos, assegurou o dirigente internacional da maior central venezuelana:

A) Proibição da terceirização e da precarização das relações de trabalho.

B) Ampliação de direitos como as licenças maternidade e paternidade.

C) Redução da jornada para 40 horas sem diminuição de salário”.

  Ao assinar o documento, Chávez destacou que a lei, com 554 artigos, é um instrumento que permitirá construir uma “nova cultura do trabalho e de responsabilidade”




  Latinos adoram receber direitos o problema é que o dinheiro tem que vir de algum lugar.
  O governo não pode dar nada que não tenha retirado da sociedade primeiro.







  Atualização em 2022:

  O grupo de Evo voltou e agora a perseguição é implacável.
  Prende “opositores”.


  

 Ex-presidente da Bolívia, Áñez é condenada a 10 anos de prisão
 Ela é acusada de ter realizado um golpe contra seu antecessor, Evo Morales, em 2019.





                                         
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