sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Filosofia em Números

 “Os números não mentem, mas os mentirosos forjam os números.”

  A primeira preocupação com qualquer número apresentado é o quanto podemos confiar em sua procedência.

  “No Brasil tem 30 milhões de meninos de rua”.

  Lula e sua turma falavam isso na década de 90, quando nossa população era de 150 milhões.
  Se esse número soa absurdo hoje que somos 200 milhões imaginem há 30 anos.
  Tá, Lula estava errado em mentir, mas o europeu que formava sua opinião sem conferir se o número apresentado procedia era muito “ingênuo”.
 (Para não escrever otário)

  Em verdade vos digo, que essa meditação é uma preparação para o próximo texto que já está escrito, mas ficaria “ininteligível” sem conhecimentos básicos de médias e estatísticas.
  O IBGE usa números “verdadeiros” (tanto quanto possível), mas com uma leitura ... questionável.
 


  “Se torturarmos os números por bastante tempo, eles acabam por admitir qualquer coisa.”

  Se os números estão corretos eles simplesmente fundamentam “pontos de vistas”.
  Cabe a nós, diante da melhor compreensão das opiniões, ajuizarmos quais estão melhor fundamentadas em argumentos.

  A média aritmética ponderada é bastante similar à média aritmética comum.
  A diferença, entretanto, é que na média aritmética todos os valores contribuem com peso igual, enquanto que no cálculo da média aritmética ponderada se leva em consideração a contribuição (peso) de cada termo, uma vez que existem termos que contribuem mais que outros.

 Variância e Desvio Padrão
 Variância é uma medida de dispersão e é usada também para expressar o quanto um conjunto de dados se desvia da média.

  Não é fácil explicar isso (para quem só estudava matemática por obrigação), vou tentar...

  Vamos separar classes sociais por ganho diário, usarei o número 10 só para facilitar a visualização.
  As porcentagens são uma estimativa minha.

William Miséria ganha 10 reais por dia.
Mara Miséria 20
[10% da população]

Carlos Pobre 30
Carla Pobre 40
[50% da população]

Roberto Classe Média 50
Roberta Classe Média 60
[28% da população]

José Rico 70
Josefa Rica 80
[10% da população]

Astolfo Milionário 90
Astolfa Milionária 100
[2% da população]

  Não vou explanar os cálculos senão fica muito longo, quem tiver algum questionamento apresente nos comentários.

  A riqueza total dessa nação (soma de todos os salários) seria 550 reais por dia [PIB]

  A renda per capita seria 55.
 (550 dividido pelos 10 habitantes).

  Notem que a renda per capita é um número interessante, mas que não reflete a realidade do William Miséria nem da Astolfa Milionária.

  Quando você ler alguma notícia que compara renda per capita entre países é preciso pesquisar mais para descobrir como a riqueza está distribuída e qual é a qualidade de vida.

  Em cima desse modelo que eu montei dá para analisarmos os mais diversos termos econômicos, mas vamos ao que me interessa para o próximo texto...

  Se você pegar os extremos da tabela a “concentração de renda” é enorme.

  A Astolfa Milionária ganha 10 vezes mais que o William Miséria.
  Mas se você ignorar os extremos...
  A Josefa Rica (80) não chega a ganhar 3 vezes o que ganha o Carlos Pobre (30)

  Acontece que os extremos são 12% da população.

  Enquanto a “massa” representa 88%.

  Não, não estou pedindo para ignorar os extremos.
  Mas se você entendeu que as análises do IBGE priorizam os extremos ... está preparado para o próximo texto...


  É como fotografar a mulher quando está acordando ou quando está bem produzida e só colocar esse tipo de imagem no Instagram.
  Evidente que as duas fotos são da mesma mulher, mas se você vai se relacionar com ela na maior parte do tempo não será a “sapa nem a princesa.”


 

  😒 “Qual seria a solução para acabar com a pobreza?

      (Comentarista)
 
    Não sei como pode existir uma sociedade só de ricos!
    Eu sou pobre e vivo bem.
 
    Quanto a miséria (pobreza extrema) ...
 
    Não existe fórmulas magicas.
 
    A principal medida, na minha opinião, é insistir na paternidade responsável.
 
  O casal que planeja com responsabilidade a vinda de um filho não vai deixar que ele nasça na miséria.
  Pode ocorrer alguma tragédia familiar, morte do pai ou da mãe, desastre natural.
  Nesse caso fraternalmente podemos ajudar a família a se recompor.
 
  Tem o caso de viciados em drogas, jogos, bebidas ... esses que se autodestroem não dá pra fazer muita coisa além de um albergue, comida e tratamento caso se disponham.
 
  Dê qualquer forma, o número de famílias a serem socorridas seria bem menor
 
  A paternidade responsável dá certo até em países “socialistas”.

  



  Mais de 101 mil pessoas vivem nas ruas em todo o Brasil, sendo mais de 14 mil só no Estado do Rio de Janeiro.
[IPEA 2016]

Brasil tem 24 mil crianças e adolescentes em situação de rua.
[Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – 2012]       



  A VIDA A GENTE PLANEJA, NÃO CONTROLA.

  Muitas coisas são possíveis.
  Quem acordou cedo hoje e tem CERTEZA ABSOLUTA que vai estar vivo e com saúde até o final desse dia?
  Para grande maioria de nós a probabilidade é que estejamos e em função disso planejamos nosso dia.
  Ter “bom senso” é decidir pelo mais provável que ocorra.
  Senão vamos decidir tudo “jogando dados” aqueles de jogos.
  Em geral preferimos decidir “analisando dados”.
  Pesando prós, contras e estatisticamente observando o que mais acontece.


  Mas cuidado, nada é tão simples.

  “Muitos usam a estatística como os bêbados usam postes, mais para apoio do que para iluminação.”
[Andrew Lang]










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