quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Pobreza no Brasil

 

  Extrema pobreza atinge 13,5 milhões de pessoas e chega ao maior nível em sete anos.

 

  Em 2011, o valor de R$ 70 para o Bolsa Família era compatível com o valor global da época, de US$ 1,25 por dia.

  “Por falta de correções monetárias, hoje o valor de R$ 89 é abaixo do valor global indicado pelo Banco Mundial”.

 

  Em 2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza. 

 

  ►Agência IBGE


  


  Em geral as pessoas só leem as manchetes e baseadas nelas formam suas opiniões.

  A manchete tem duas funções básicas.

1 – Chamar a atenção para matéria, induzir a pessoa a ler o “textão”. 

2 – Influenciar a opinião pública a favor do que acredita o autor da matéria. 

  No meu caso a manchete me induz a ler o textão, gosto de analisar sob quais dados está baseado o título e se procede.
  Dessa forma é difícil manipular minha opinião porque eu me fundamento nos dados e argumentos.

 “Extrema pobreza atinge 13,5 milhões de pessoas e chega ao maior nível em sete anos.”

  A impressão que dá é de catástrofe generalizada, “nunca estivemos tão mal.”
  Mas entenda que só de “Republica” temos 130 anos.
  É preciso uma pesquisa bem mais profunda para “opinar” se pioramos ou melhoramos.

  Entretanto, para não transformar isso em um “textão” que ninguém vai ler, destaquei um ponto que você leitor deve prestar atenção.

  Notem que a “régua” do Banco Mundial subiu de US$ 1,25 por dia em 2011 para U$S 1,9 por dia em 2018.

  O Dólar em 2011 estava em 1,85.
  O Dólar em 2018 estava em 3,85.

  Quero dizer que são muitas variáveis ao longo do período.
  Não só subiu a régua como a variação do dólar foi enorme.
  Veja um exemplo mais fácil de visualizar:
  Digamos que em 2011 você ganhasse mil dólares, seriam 1850 reais.
  Os mesmos mil dólares em 2018 seriam 3850 reais.

  Resumindo:

  Os números do Banco Mundial são importantes, devem ser respeitados, mas há ponderações a fazer.

  Para nos enquadrarmos no critério do Banco Mundial temos que dolarizar o Bolsa Família!?😕

  Enquanto o dólar estiver "alto" o caboclo vai ficar feliz da vida, mas e se o dólar baixar?
  A massa “maranhense e alagoana” vai aceitar a redução do benefício?



  Manipular os índices não é difícil.
  Em texto anterior eu disse que devemos fiscalizar bastante o programa Bolsa Família para que ele chegue a quem realmente precisa e aumentar seu valor.
  Mas isso deve ser feito com RESPONSABILIDADE FISCAL.

  O Governo não deve ignorar “réguas internacionais”, mas também não pode apenas se guiar por elas.
  É preciso conhecer a realidade de cada Estado para decidir qual o melhor caminho para reduzir a miséria.

  E você leitor, antes de fazer comparações, tente ver o quadro geral da coisa.
  Se a matéria não tem dados suficientes, procure em outras fontes.

  Outra coisa a considerar é que o numero de trabalhadores informais é muito grande.
  Essas pesquisas tomam por base a "renda oficial registrada".
  Quero dizer que oficialmente a família pode ter só o Bolsa Família como renda, mas fora isso tem outra fonte de renda que prefere nem tornar oficial justamente para não perder o beneficio.

  A pessoa pode trabalhar de ambulante, pedreiro, faxineira, vendas e serviços diversos.  

  Vejam o caso dos "mendigos", oficialmente podem ter como renda apenas o Bolsa Família, mas sabemos que muitos tem renda maior que muito trabalhador formal.

  E os "flanelinhas"?
  Se a atividade é tão frequente nas grandes cidades deduzo que alguma rentabilidade tem.
  Não consigo imaginar um cidadão passar 6, 7, 8 horas por dia em uma calçada só para "ajudar a população"...


Obs: Por favor NÃO estou negando que há pessoas com dificuldades para alimentação básica.
  Minha família já esteve nessa situação por anos e não existia Bolsa Família.
  A gente ia se virando como podia, só quero acrescentar a informação que:

  "Nem só de Bolsa Família vivem os mais pobres".






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