segunda-feira, 20 de junho de 2022

Barrettelândia



 

  “Os tolos pensam que anarquia é a desordem e que sem o governo, a sociedade sempre acaba em caos.
  Eles não concebem outra ordem que a imposta do exterior pelo terror das armas.”

 ►[Rafael Barrett]



  Claro que “nós tolos concebemos” viver em paz e harmonia.
  Podemos verificar isso no trânsito.
  A maioria não quer bater no carro de ninguém e muito menos que alguém bata no seu.

  Eu e bilhões dirigimos com cautela e responsabilidade.

  Porém, é facilmente verificável que alguns humanos não estão nem aí com o mínimo de civilidade no trânsito, só pensam nos interesses deles.

  Param em fila dupla, estacionam em lugar não apropriado, dirigem em velocidade incompatível com o local, colocam aparelhos de som ensurdecedores...

  Outros dirigem embriagados ou drogados, disputam rachas, fazem isso até com um certo orgulho, atualmente postam até na Internet.

  O que pessoas como Rafael Barrett sugerem que façamos com esses indivíduos?

  A magia da “educação de boa qualidade” !?

  Filhos de endinheirados, no mundo todo, estudam nas melhores escolas.
  Não tem drogados e motoristas inconsequentes entre eles!?

  Tá, você tem uma aldeia pacifica vivendo em paz e harmonia.
  Um Gengis Khan, Hitler, Napoleão ...super bem armados e com desejo de conquista ao ver seu povo vão ficar comovidos e arrependidos de todo mal que fizeram ... sério mesmo!?


  Imagine o trânsito sem sinalizações, sem punições ... “sem governo”.

  Tem lugares que isso acontece na pratica e não temos muito o que admirar, eu particularmente fico pasmo.
  Quando a população é pequena vai bem, até porque todo mundo se conhece.
  Cresceu um pouco, o cidadão já tem algum “anonimato na multidão” e suas selvagerias aparecem.

  Como eliminar esse tipo de comportamento?

  Por enquanto só na cidade imaginaria “Barrettelândia”.


 "Galinhas", do anarquista Rafael Barrett





 

  Estranha ordem no caos:


  “A maioria dos carros que circulam aqui levam os retrovisores recolhidos, para poderem passar mais facilmente por entre os outros na terceira faixa que eles inventam quando o trânsito está entupido e há só duas.   
  Não é que fizesse alguma diferença estarem na posição correta porque nunca olham para eles.
 
   A teoria é ir circulando pelos espaços livres de estrada, ultrapassando pela direita ou esquerda, conforme dê mais jeito e sem verificar se vem alguém atrás porque já se sabe que vem sempre.
  Só não há muitos mais acidentes porque têm uma grande vantagem na maneira de guiarem: não se vê ninguém a fazer movimentos bruscos.
  Os carros, motos e outros triciclos ou carroças que tal vão-se encaixando uns nos outros, como um puzzle, lentamente, de maneira que cada um vai percebendo para onde vai o outro.”
 
Trânsito na Índia


  

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Um comentário:

NIHIL METILENE disse...

O senhor se enganou.
O paraíso dos bons modos fica em Ratanabá, a cidade perdida do Amazonas! 😀