domingo, 4 de junho de 2023

Vem Pra Rua

 


  “A única coisa que mete medo em político é o povo na rua".


  Não encontrei exatamente quando Ulisses disse isso, mas de certo foi antes de morrer.😏
  Viram a data?
  1992

  Acredito que o maior temor de um político nessa época era cobertura negativa da mídia em qualquer questão, principalmente nas TVs abertas (poucos tinham TV a cabo), em especial a Globo que até hoje é líder de audiência, mas nas décadas de 1980 e 1990 era sem dúvida a principal mídia do Brasil.
  Assistir o Jornal Nacional virou tradição.
  Quem não assistia Fantástico ficava de fora dos assuntos da próxima semana.
  As matérias apresentadas no Domingo eram discutidas em todos os lugares, começava na segunda no transporte para o trabalho e ia até sábado nas “danceterias”.😏

  O que passava na TV influenciava fortemente a opinião da população e isso refletia nos votos.

  Aqui chegamos ao que na prática mete mais medo em qualquer político.
  Perder votos, perder apoio da “sua base”.
  De repente sua base é o voto do funcionalismo público (só um exemplo) se começar defender privatizações e isso chegar na "mídia" vai perder votos, se pretende se candidatar a alguma coisa não vai ser eleito, se já está em algum cargo pode não conseguir permanecer na carreira política.

  A opinião pública, muito influenciada pela TV, chegava a criar manifestações, eram um termômetro para o político de quais causas deveria apoiar ou se distanciar.
  Vejam o caso histórico das “Diretas Já”.
  O político que fosse contra corria o risco de perder sua base de apoio.
  Claro que esse movimento foi bom, o destaquei justamente por isso.

  A mídia não está sempre errada, também não está sempre certa.

  Com a divulgação da “narrativa” concentrada em duas ou três emissoras ficava mais fácil “manipular”, “direcionar” a opinião do eleitor seja lá para que causa fosse, a favor ou contra um político, isso refletia “nas ruas” e "urnas".

  E hoje?
  Através da Internet a "mídia" somos todos nós.
  Não lembro a ultima vez que assisti Fantástico ou Jornal Nacional.

  Evidente que grandes plataformas de notícias alcançam maior número de pessoas, mas  com elas vem os comentários feitos quase que automaticamente.
  O jornal apresenta uma narrativa e por vezes é contestada pela maioria.

  Enfim.

  A “voz das ruas” é o que vemos, lemos, ouvimos na Internet.

  Quem gosta de manifestações de rua, que “civilizadamente” participe.
  Mas é uma coisa fora de tempo e lugar.




  O que importa mesmo é você se inteirar dos assuntos, hoje em dia temos várias fontes e acesso às opiniões (narrativas) mais diversas.

  É difícil um político ou celebridade que não esteja em alguma Rede Social.
  Você não precisa fechar ruas para se fazer ouvir.

  E o mais importante, se alguém não te representa, não vote na pessoa.
  O que o político mais teme é perder votos na sua base.
  Qualquer um sabe que é impossível agradar a todos.
  Tendo votos suficientes para se eleger para o cargo pretendido é o que conta.

  Essa lógica entra em sua mente?



    

  Não considero a Joyce má pessoa.
  Mas “para meus padrões” deixou a desejar, até decepcionou.
 
  Não critico ninguém por TENTAR um político novo se a ficha dele é limpa e parece competente, honesto.
  Crítico quando o eleito claramente não passa no “teste do poder” e as pessoas continuam votando.
  Desafia qualquer lógica.
 

  






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