Seis horas e quarenta e cinco minutos.
Sexta-feira, 9 de abril de 2010.
Uma manhã fria em Campinas SP, o céu está azul, o Sol brilha forte como se estivéssemos em uma manhã de inverno.
É o tipo de tempo que eu gosto.
Fui levar minha filha de 10 anos ao colégio, ela me deu um beijo e foi correndo em direção ao portão.
Eu iria pedir para ela ir devagar, mas pensei ... corre filha, corre feliz...
No outro lado da rua sempre vejo um aluno que chega com sua mãe o empurrando na cadeira de rodas.
Eu não serviria para ser Deus.
Em meu mundo não existiria crianças em cadeiras de rodas não importa os pecados de seus pais ou avós ou seu comportamento em existências passadas ... de acordo com a crença de cada um.
Sei que a mãe ama seu filho mesmo deficiente, o que ela não faria para vê-lo correndo para o portão?
Algo tão simples e corriqueiro para mim.
Sete horas e trinta e cinco minutos, a hora que escrevo esse texto.
Um dia lindo, duas filhas saudáveis, no conforto do meu lar.
Ah sim, eu deveria agradecer a Deus e me sentir contente... apesar de estar passando por um momento “econômico” deprimente.
Estou no período de experiência em uma empresa de telemarketing, aquele tipo de emprego que a gente aceita só para trazer algum dinheiro pra casa.
Mas a imagem recorrente daquela criança me invade a mente.
Sabem o que eu mais queria há 50 minutos atrás?
Ser por um minuto Jesus, não para salvar o mundo, mas para simplesmente dizer:
“Levanta criança e anda!”
Por vezes penso que o mundo nunca será salvo em um grande ato de sacrifício, mas por pequenos e inúmeros gestos de amor.
Quem sabe Jesus um dia realmente volte, não para morrer por nós, mas para viver por nós.
Se as crianças não nascerem mais doentes já será o maior acontecimento em toda história da humanidade, é, eu me ajoelharia por isto, eu louvaria a Deus por isso.
Mas aqui nesse momento, continuo um homem sem fé ...
Vinte oito de Março de 2024.
Dezoito horas e alguns minutos.
Resolvi deletar rascunhos antigos que por algum motivo não foram publicados.
Encontrei esse e todo aquele momento/fase voltou a minha mente.
➥ Sou um homem sem Fé, mas não foi sempre assim ...
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