terça-feira, 15 de outubro de 2013

Sobre Atenuantes

  “Champinha levou a estudante até o matagal, onde tentou degolá-la.
   Depois, golpeou a cabeça de Liana com uma peixeira.
   Quando a estudante caiu no chão, o adolescente ainda desferiu diversos golpes nas costas e no tórax da menina.”

  

  No nosso sistema legal temos atenuantes de pena e agravantes de pena.
  Explicando de forma bem tosca...

  Você cruzou o sinal vermelho, atropelou uma pessoa, cometeu um crime grave.

  Se o semáforo apresentava defeito é uma atenuante.
  Se estava levando para o hospital sua esposa em trabalho de parto (ou coisa do tipo) é uma atenuante…

  Se o atropelado vier a falecer é agravante.
  Se você estava alcoolizado é agravante.

  Em um processo de “individualização da pena” o juiz procura circunstancias que ocasionaram o acontecimento, procura por atenuantes e agravantes.
  Sem esquecer o principal.
  Um delito foi cometido, passar no sinal vermelho.
  Teve consequência, uma pessoa foi atropelada.

  Pois bem.

  Observei que o "psicologismo" dos nossos dias torna o delito e as consequências detalhes menores, o que conta são as atenuantes!
  O foco é o que levou o marginal a cometer o crime e não o crime em si.

  Champinha ter matado Liana é um detalhe menor, a ponta de um iceberg.
  Para psicologia nascemos folha em branco.
  Um rapaz de 16 anos que comete um crime só pode ter algum problema mental ou ter sido “estragado” pela sociedade.

   Já não importa a morte de Liana, temos que descobrir o que levou o pobre Champinha a esse ato de loucura e tentar ajuda-lo.
  Liana e Felipe já estão mortos mesmo, “e nada os trará de volta”, esqueçamos deles e socorramos quem realmente precisa de ajuda .... o marginal!

  O Juiz busca a individualização da pena.

  O psicologismo/freudianismo busca a coletivização da culpa.

  Li muito sobre esse caso, encontrei as mais diversas opiniões e argumentações.
  Selecionei as mais recorrentes.

👱 Se ajudarmos/entendermos Champinha resolveremos todos os casos de cidadãos como ele.”

  Uma espécie de “jurisprudência terapêutica” !?
  Uma fórmula mágica que vai identificar e curar um criminoso antes que ele cometa algum delito?
  Tudo bem, é uma proposta interessante.
  Podemos investigar a fundo sua vida pregressa, mapear o funcionamento do seu cérebro, colocar tudo isso em um banco de dados.
  Feito isso ... um crime bárbaro foi cometido ... no caso de Champinha pelo menos os 30 anos em regime fechado sem saidinhas deveria ser cumprido.
  (Evidente que eu preferiria a pena de morte)

🙎 “Champinha vem de uma família muito pobre, seu pai teve um derrame, e certa vez Champinha teve convulsões.”

  Eu e milhões de crianças nascemos em famílias bem pobres, meu pai abusava da bebida, batia na minha mãe.
  Nunca tive convulsões, mas uma de minhas irmãs tinha muitas na adolescência.
  Convulsões podem ter inúmeras causas, minha filha com febre alta já teve convulsões, o Ronaldo jogador teve convulsões, quem não conhece alguém que já teve convulsões?

  Percebem que filosoficamente não encontramos nenhuma atenuante conclusiva?

  A “meu ver” Champinha matou Liana e Felipe porque TEVE VONTADE, SENTIU PRAZER EM MATAR.

  Pode ser algum distúrbio neurológico no sentido de má formação do cérebro?
  Até onde consegui pesquisar nada desse tipo foi identificado.
  Os psicólogos da intuição onde Champinha foi recolhido atestam que seu comportamento é exemplar.

  Me veio à mente agora que:

  Fosse Liana filha de um Zé Ruela igual eu “talvez” o caso não tivesse tomado maiores proporções e com certeza Champinha estaria livre.

  É comum lermos nos jornais o encontro de corpos
mutilados, mas como não chama a atenção da mídia, não viram prioridade para polícia e com pouca investigação são engavetados.
  Será que foi esse o primeiro crime cometido por Champinha?

  Enfim.

  Fundamentados no DOGMA psicológico que uma pessoa menor de 18 anos não pode ser responsabilizada por seus atos, esses menores, por pior que seja o crime cometido, saem da Fundação Casa com a ficha limpa.
   
  É proibido por lei um civil investigar os delitos desses menores, nem seus nomes podem ser publicados.

  Pesquisei um pouco e fiquei horrorizado com a capacidade que certos indivíduos tem de serem cruéis desde a adolescência.
  Gostaria de poder publicar aqui algumas histórias terríveis, mas a identidade dos menores obrigatoriamente deve ficar oculta, logo, seriam apenas historias deprimentes sem nem ao menos poder apontar o monstro.

  Descansem em paz Liana, Felipe e todas as vítimas cujo caso não ficou famoso e permanecem apenas como meros detalhes, uma nota no jornal, acidentes de percurso na vida de monstros…
  O mal venceu mais uma vez.

  Como desarmar o psicologismo que tomou conta da nossa cultura? 

  Confesso que não sei.

  Virou tradição as pessoas não questionarem a Psicologia.
                      😟

 
  

  Champinha confessou os crimes à polícia, disse que era o mentor do sequestro e afirmou, sem remorso:

 “MATEI PORQUE SENTI VONTADE DE MATAR."



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