segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tirar Deus da Equação

 



  “Para cada mil homens dedicados a cortar as folhas do mal, há apenas um atacando as raízes.”
  (Henry David Thoreau)




     

   “Não me decepcionei, mas eu estava errada, por ter julgado depressa que o “primeiro passo” para “reduzir o mal nas pessoas” havia sido da Psicanálise.

   Na verdade, está sendo, ou tentando ser, da medicina psiquiátrica.”


    (Orquídea Nihil)

 

  

  Provocativo esse comentário.
  A Nihil acreditava que o primeiro passo da humanidade para reduzir o mal nas pessoas foi dado pela Psicanálise.
  Depois por algum estudo/debate passou a acreditar que foi dado pela Psiquiatria.

  Sei lá, a percepção do mal na humanidade deve ter ocorrido desde o início, não acredito que demoraríamos tanto para fazer algo quanto a isso.



No antigo Egito já existiam médicos cirurgiões que operavam o cérebro e na antiga China, 30 séculos antes da Era Cristã, já existiam alguns conhecimentos de farmacologia e farmacoterapia.


 A psiquiatria "surgiu", no século XVIII (1800), Phillippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, que teve o mérito de libertar os doentes mentais das correntes. Os asilos foram substituídos, então, pelos manicômios, estes somente destinados aos doentes mentais. Desenvolveram-se com isso várias experiências e formas de tratamento.

 A psicanálise surgiu em 1890 através do médico SIGMUND FREUD que centrou seus trabalhos nos pacientes com sintomas neuróticos e/ou histéricos.

(Google)


  Uma pergunta interessante que vai fundamentar todo nosso entendimento dessa meditação:

  Todo ser humano é naturalmente bom; se faz algo reprovável denota alguma doença mental a ser curada ou controlada?

  “Eu” defendo que todo ser humano já nasce com o bem e o mal dentro de si.
  O que terá maior vazão depende de inúmeros fatores externos e internos.
  Logo, NÃO concordo que o fato de alguém praticar maldades ou esquisitices seja necessariamente uma doença a ser tratada, pode ser uma opção do indivíduo.

  Se a Nihil tivesse dito que a psiquiatria foi a primeira tentativa de desenvolver um método cientifico para tratar transtornos mentais ... ficaria mais plausível.
  Entretanto “o mal” é um conceito muito mais abrangente.

  Filosoficamente eu defendo que o primeiro passo da humanidade para tentar reduzir ou eliminar o mal nas pessoas foi dado pela RELIGIÃO.

  Como muitos indivíduo não eram dotados de uma boa “consciência social” (respeito ao próximo) desenvolvemos duas consciências externas.


 Leis Através de punições tentamos induzir o indivíduo a agir de acordo com um consenso social do que achamos adequado/certo.

 ReligiãoConsciências em situação superior à da humanidade estão de olho em tudo, se a justiça dos homens falhar ainda existe uma “justiça divina”.


   Observem que é todo um esquema gigantesco para evitar a pratica do que for considerado mal.

  As teorias de Phillippe Pinel e Sigmund Freud animaram a todos no século 18.

  Quem sabe no século 20 não haveria mais necessidade de presídios e religiões.

  Tiraríamos o mal do indivíduo com cirurgias, remédios, terapias.
  Cortaríamos o mal pela raiz.
  😏
  Lembrei das diversas notícias no Fantástico (e outros telejornais) falando de drogas maravilhosas que acabariam com câncer, Aids, alcoolismo, dependência química, depressão...
  Evidente que houve avanços, mas se apenas 10% das grandes descobertas promissoras da ciência se concretizassem nós já estaríamos em uma sociedade futurista avançadíssima.

  Estamos no século 21.

  Vejam o caso da Nihil, super fã da psiquiatria e psicologia, mas não dispensa o Budismo...
 


  A doutrina Budista é muito antiga surgiu cerca de 500 anos antes do nascimento de Jesus Cristo.
  Quem a segue se compromete com a busca do equilíbrio, bom senso ... "se harmonizar com o Universo".
  Se isso não é buscar reduzir ou eliminar o mal em nós ... então não sei o que é.

  Voltemos aos problemas mentais.

  A Psicologia trata a ocorrência do mal como uma psicopatia (doença mental).
  E aqui começa as semelhanças com as religiões.

 Os sete pecados capitais:

 Gula.
 Avareza.
 Luxúria.
 Ira.
 Inveja.
 Preguiça.
 Soberba.

  Qualquer "excesso" traz o mal para você ou para outras pessoas.

  Na maioria das religiões é sugerido que esse excesso é provocado por entidades atraídas por sua forma de pensar.

  Na Psicologia são distúrbios mentais com as causas mais diversas.
 (Em geral traumas da infância.)

  Na Psiquiatria "médica" são más formações cerebrais e/ou desequilíbrios químicos.

  A Psicanálise é o “Fala que eu te escuto”.
   😏
  Depois de 10, 20 ... 30 anos o cidadão irá descobrir o trauma de infância que o fez ficar doente/desequilibrado.

  Não lembra a confissão na igreja católica?


  Na igreja é mais rápido, conta seu pecado, faz umas rezas e é perdoado, depois faz mais pecado ... e assim vai por anos até a extrema unção. 😏

 
 O "Psicologismo” nada mais é que pegar ideologias (ou terapias) religiosas e tirar “Deus” da equação.
  (Entidades espirituais de qualquer tipo)


  Somos apenas maquinas biológicas, nosso cérebro em seu estado normal é justo e bom.

  Na religião (cristã) Deus é justo, se praticamos o bem estamos em comunhão com ele.

  Tirando deus da equação ... nosso "deus" passa a ser o cérebro, o senhor de todas as coisas até da criação do deus da religião.

   Tanto para religião quanto para psicologia somos naturalmente bons, maldade é uma influência de entidades más ou doença psíquica.

  A pergunta que me fiz em uma meditação foi:

   E se o “mal” for tão natural em nós quanto o bem?

  Sou preguiçoso.

  Em um plano de pensamento cristão “Deus” não quer que eu seja assim, não criaria alguém com o mal da preguiça.
  Na minha fase de religiosidade orei muito, tentei 3 religiões, a preguiça não desapareceu, sinto que ela faz parte de mim.😏

  Se tomasse anfetaminas ("psiquiatria") a preguiça desapareceria, mas parando de tomar ela voltaria, ou seja a anfetamina não é a cura só altera um sintomas pelo tempo que eu estiver a utilizando.
  Essa alteração não é segura é algo como colocar gasolina de alta octanagem em um veículo não preparado para ela, o desempenho por algum tempo irá surpreender, mas a vida útil do motor ficará comprometida.

  Ou seja ficarei viciado em anfetaminas e estarei sujeito a todas consequenciais do uso prolongado.


  Não sou religioso, psiquiatra ou psicólogo, apenas li e meditei muito sobre essas coisas.
  Meu campo de maior interessa é a FILOSOFIA.
  Vamos fechar o texto com ela.

   O mal é natural em nós, elimina-lo acabaria com nossa “identidade própria”.
  (Isso é muito complexo, fica para outro dia.)

  Vamos pular para parte em que a grande maioria de nós quer uma sociedade justa e boa.

 Como é possível fazer isso sem eliminar o mal em nós?

  Minha sugestão é que cada um procure uma utilidade para o "seu mal".
  Vejam o caso da minha preguiça.
  Todo mundo sabe que não gosto de trabalhar, mas quem trabalha comigo sabe que minha parte eu faço.
   Entendo a necessidade social do trabalho.

  Para termos tantos bens e serviços cada um deve fazer a parte que lhe cabe.
  Onde entra minha preguiça nisso?
  Em casa ou no trabalho estou sempre pensando um jeito de fazer as coisas com menos tempo ou esforço sem perder a qualidade.
  A preguiça me desperta grande criatividade.

  Você tem o mal da gula?
  Geralmente o acompanha um paladar apurado, pode se transformar em um bom cozinheiro.

  Nem todo mal é possível transformar em algo útil, mas só a percepção que você tem esse mal já ajuda a mantê-lo sobre controle.
 
  Vamos supor que você se reconheça violento.
  Não seria civilizado sair por aí agredindo as pessoas.
  Participe desses campeonatos de luta, tem inúmeras modalidades.
  Faça por “diversão”, vai que você fique muito bom em bater pode até ganhar dinheiro com isso.
  Muito melhor que bater na esposa, filhos ... arrumar confusão na rua.

  “Quando pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal.
   Eis a minha religião.”
  (Abraham Lincoln)

  O problema é que muitos se sentem bem praticando o mal, daí socialmente mantemos leis, religiões e a psiquiatria.

  (A Psicologia corre por fora em um nível bem inferior.)










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