sábado, 19 de outubro de 2013

O Melhor do Brasil

 👱  “Podemos não ter muitos motivos para nos sentirmos completamente felizes por sermos “verde amarelos”, mas se ao menos, inventamos esses motivos, parece que tudo fica um pouco melhor”.
 [Nihil]


  Parece que fica, mas não fica, até piora a maioria das coisas.
  Inventando motivos para nos orgulhar ficamos mais alegres, mas eu chamo isso de alegria de bobo.

  Veja o que acontece na compra de um carro por exemplo:

  “Impostos chegam a 40% do valor do carro
   Tributo no Brasil é quase o dobro da média de países emergentes como Argentina e China.
  Já pensou em pagar por um Volkswagen Gol zero quilômetro o valor de cerca de R$ 16 mil em vez dos R$ 26.530 cobrados nas concessionárias?
  [Matéria de 14/04/2008 – pré crise]
 Não se trata de promoção de montadora, mas sim o que o carro custaria se chegasse às lojas sem os impostos que se somam ao longo da cadeia de produção do veículo.
  Essa diferença de 38% nos carros de até mil cilindradas, mas que chega a 40% para as outras motorizações, representa a carga tributária nominal, que inclui as cobranças sobre venda de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS (Programa de Integração Social ) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
   Essa carga é altíssima.
   Você não encontra nenhum lugar do mundo onde se aplique carga tão alta.
   Os países emergentes aplicam metade disso”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral.
  Segundo Amaral, na Argentina a carga tributária acumulada é de cerca de 24%.
  “Isso porque agora aumentou um pouco, mas já foi de 20%”, observa.
  Nos EUA, a cobrança de impostos também chega a 24% do preço final, na Europa é 30% e na Índia e China, cerca de 20%.
  E quem paga por tanta cobrança é o consumidor, que arca também com os impostos que se somam ao longo da produção, como os tributos sobre insumos, folha de pagamento, lucro etc. “Se for levar em conta a carga tributária real, o valor é ainda mais alto. Se o veículo custa 100 e a carga tributária 40, o custo do veículo é 60.
  A carga sobre o custo é de 67%”

  Vamos um pouco além para amarrar no texto sobre financiamento.

  Suponhamos que você financie um carro de 30 mil e seu valor final chegue a 40 mil.
  Para ficar redondo ficamos com a seguinte aberração:

  O produto, o carro em si, custou 10 mil, este é o valor que fica repartido por TODA a cadeia PRODUTIVA.
  O Estado fica com 20 mil! E os bancos com 10 mil!

  Quando você compra um carro zero, claro que fica alegre…ALEGRE DE BOBO.

  O melhor do Brasil é … seu território magnifico.

  O povo (cultura) é uma triste comédia.
  Como em minha vida a “lógica de Ford” prevalece então até consigo rir de vez em quando, mas gostaria que fosse diferente.
  Queria fazer parte de um povo do qual eu pudesse me orgulhar e não que fosse motivo de piada para qualquer pensador minimamente observador e que conheça matemática básica.

   

  Calma que ainda fica pior, se o problema fosse só impostos já seria ruim, mas achamos “chique” pagar caro, nossa noção de valor é deprimente.

  “O City sai de Sumaré, vai para o porto de Santos, navega 8 mil km num contêiner e chega às concessionárias mexicanas custando R$ 33.500.
  Aqui, o mesmo carro, da mesma fábrica, custa R$ 53.600.
  Você pagaria R$ 6 mil numa geladeira?
  Uma família de classe média até tem como pagar R$ 6 mil numa geladeira – nem que seja financiando e parcelando a perder de vista.
  Mas não. Não paga. As pessoas acham R$ 6 mil demais para uma geladeira. Mas com carros tudo muda de figura.
  O brasileiro típico ainda acha normal hipotecar a vida num carro.
  E com a subida na renda média nos últimos anos, R$ 50 mil, R$ 60 mil já parecem um preço ok por um carro razoável.
  Mas não. Isso é preço de Mercedes lá fora.”


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