domingo, 20 de outubro de 2013

Onésimo


  😠 “Onde você viu escravidão no Cristianismo??”
         (Comentarista no Face)

  Certa vez Paulo mandou que um escravo voltasse para seu dono.

  Onésimo, antes de se tornar cristão, foi escravo de Filemón, que era proprietário de escravos na cidade de Colossos.
   A tradição religiosa cristã conta que Onésimo roubou seu amo e fugiu para Roma.
   Ali, recorreu ao apóstolo Paulo, que o perdoou e o converteu.
   O apóstolo Paulo enviou-o de volta a Filemón com uma carta recomendando de volta o escravo fugitivo.
   Onésimo foi perdoado e passou a trabalhar corretamente.

  Filemón 1


   

   Entre os apóstolos não encontrei nenhum discurso abolicionista.
   Nos sermões que ouvi na Igreja Presbiteriana foram feitos elogios para o procedimento de Paulo, mas ... porque ele não pediu a liberdade de Onésimo a Filemón?

  Em um debate foi me dito que era preciso respeitar as leis romanas.


“A escravidão era uma realidade econômica e social aceita no mundo romano.
  Um escravo era propriedade de seu mestre, e não tinha direitos.
  De acordo com a lei romana, os escravos fugitivos poderiam ser severamente punidos e mesmo condenados à morte.
  Às revoltas dos escravos no séc. I resultaram em proprietários temerosos e suspeitos.
  Mesmo a igreja Primitiva não tendo atacado diretamente a instituição da escravidão, ela reorganizou o relacionamento entre o mestre e o escravo.
  Ambos eram iguais perante Deus (Gl 3.28), e ambos eram responsáveis por seu comportamento (Ef 6.5-9)”
   [Leitura Bíblica]
 

  Jesus e os apóstolos visivelmente infringiram a lei Mosaica ao trabalhar no Sábado (só um dos inúmeros exemplos), porque tanto cuidado com as leis Romanas!?
  Ainda mais com respeito a algo tão “desconcertante” como a escravidão.

  E antes da vinda de Jesus?

  Segundo a Bíblia os Judeus ficaram escravos no Egito por 400 anos.
  Deduzimos que a escravidão não foi uma invenção do homem contra a vontade do Deus Bíblico.
  Abraão tinha escravos.
  O ponto é que o “cristianismo” que questionou tantas tradições, deixou de fora a tradição da escravidão.

  Tudo isso me induziu a seguinte meditação...

  Dos 12 aos 30 anos a Bíblia não fala absolutamente nada a respeito de Jesus.

  Tem uma lenda/teoria que o tempo que Jesus passou “sumido” estava viajando pela Índia e Tibete.
  É especulação?
   Sim, mas muita coisa na história antiga da humanidade é especulação/dedução, não há fatos bem registrados confirmando detalhes.
  


  Apenas vi coerência em fazer uma correlação da atitude de Paulo com o sistema de castas na Índia.

  A lenda indiana diz que os Párias vieram da poeira do pé de Brahma, nasceram para serem servos?

  Para os Indianos se um Dalit aceitar todas as suas provações sem reclamar poderá reencarnar em uma situação melhor.

  Para Paulo se o escravo aceitar todas as suas provações sem reclamar terá um lugar no céu, mesmo tendo nascido para ser servo, esse é o caso de Onésimo?

  Para os Hinduístas se uma pessoa nasceu Dalit fez por merecer esse castigo em existência passada.
  Como fica o Cristianismo que prega uma única existência, porque Onésimo mereceu nascer escravo e Filemón senhor?

  Vou ficando por aqui, lembrei de uma frase que solta não faz sentido, mas se encaixa como uma luva nesse texto.

  “A maior parte das pessoas prefere morrer a pensar; na verdade, é isso que fazem.”
  (Bertrand Russel)


  A maior parte das pessoas preferem morrer que pensar e é o que fazem, caminham para a morte sem nem ao menos tentar entender o que é a vida, não questionam suas crenças.
  É assim porque é assim...

  


 “A sociedade moderna se mantém hoje como se manteve no passado graças a escravidão.”
 Link







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