“Boa parte dos casamentos
que conheci terminaram com as mulheres dando fim a eles.
Os homens empurram com a
barriga, se adaptam a níveis crescentes de desconforto, vão ficando.”
[Ivan Martins]
Assisti ao filme Comer, Rezar,
Amar.
Muitos de vocês devem ter visto; bonito
filme.
Me fez pensar sobre um monte de coisas,
algumas boas e outras más.
Entre as más, está um fato bem conhecido
pelas mulheres, a incapacidade dos homens de ir embora.
Na biografia
de Elizabeth Gilbert (autora do livro que deu origem ao filme) há dois
casamentos com homens totalmente diferentes, que terminam exatamente do mesmo
jeito: em farrapos, sem sexo e sem amor, mas com um sujeito que se recusa a
admitir a realidade.
É ela quem tem de arrumar as malas e ir
embora.
Boa parte dos casamentos que eu conheci
terminaram assim.
As mulheres dão fim a eles.
Os homens empurram com a barriga, se adaptam
a níveis crescentes de desconforto, vão ficando.
Sofrem
o apodrecimento diário da intimidade, a privação física e afetiva do amor que
acabou, mas não rompem.
Isso vale para maridos, namorados e até
amantes.
Todos esperam que as mulheres ponham fim às
relações, saindo da vida deles ou pondo eles para fora da vida delas.
São acomodados, pusilânimes.
Essa crônica é
muito provocativa, bem escrita.
Tão bem escrita
que ao final pensamos: “Esse cara só pode estar certo”.
A vida não é
exata, não vou dizer para vocês que ele está errado, mas também não tenho como
dizer que está certo na “essência da raiz do problema.”
Vejam o conselho
do Ivan para que as mulheres evitem esses relacionamentos que “terminam em
farrapos”.
“Para evitar esse tipo de relação – e o tipo
de separação da história de Gilbert – é melhor escolher um homem independente, que não
precise ser cuidado, tutelado ou aplacado como um bebê.
Nem fique fazendo estripulias para chamar sua atenção.”
[Ivan
Martins]
As próprias mulheres
se assumem mais “passionais”, mais “coração”.
Observo que em
geral são mesmo.
É possível para uma mulher “escolher
amar” um homem “independente”.
Não escolhemos o
que sentir, escolhemos como agir.
A mulher em geral
vai preferir casar por amor que por uma praticidade.
E se ela não
gosta de homem muito independente?
Vejam meu caso.
Sou esse tipo de
homem muito independente, ☛já nasci assim.
Lembro que minha mãe fazia o maior drama
porque devido ao futebol minha roupa vinha muito suja da escola, cansado da
histeria de minha mãe e percebendo que ela tinha razão no aumento de seu
trabalho doméstico, por volta dos 10 anos comecei a lavar minha própria roupa.
Percebi uma
dualidade de sentimento em minha mãe, um lado adorava a ajuda o outro ficava
meio constrangido em ser “posta de lado”.
Minha independência
de certa forma a machucava.
“Como assim ele
não precisa de mim!”
“Tenho que ser a
mulher mais importante da vida dele, ele não pode viver sem mim.”
Já falei aqui sobre o ciúme e quanto foi difícil domesticar este sentimento,
neste caso eu digo que as mulheres detestam que não demostremos ciúmes (dependência)
delas, se sentem sendo “postas de lado”.
Descobri o quanto
irrita as pessoas tirar o PODER delas sobre nós, isto me trouxe muitos
problemas.
Não acho que as
pessoas não gostam de mim, mas surge uma antipatia gratuita que elas nem sabem
de onde vem.
Minha mãe ficava
grata por ter seu fardo diminuído ao mesmo tempo que ficava ressentida de
perder seu PODER sobre mim.
Mais tarde vi o
mesmo padrão nos namoros.
A mulher não quer
perder um milímetro do poder que tinha no início da relação quando por um
simples beijo o homem é capaz de muita coisa, com o passar do tempo um beijo é só
um beijo.
Na lógica/racionalidade
um beijo é só um beijo mesmo, depois de vários é natural que este carinho perca
aquele “encantamento de contos de fadas”, mas a maioria das mulheres não querem
que o encanto da “primeira vez” seja quebrado.
Acontece que a primeira
vez só tem uma, é “matemático”, a segunda é a segunda e depois de centenas de
vezes um beijo é só mais um beijo.
Os homens lidam
melhor com a realidade as mulheres fantasiam demais.
O homem geralmente
sabe que aquela princesa vai virar uma perereca e se prepara para isso, a mulher
quer sempre um príncipe…
Que conselho eu
daria as mulheres?
Ajustar suas expectativas.
Se você se
apaixonou por um homem “independente” (a não ser em caso de grave doença)
ele sempre será assim.
Se você é estilo
mãezona e se apaixonou por um homem mais carente/dependente ele sempre
será assim.
O namoro tem essa
função de proporcionar conhecer o que se está levando pra casa.
Depois que casar
vai ocorrer o que?
Em geral o tempo
é inclemente, todos envelhecemos.
Tanto para homens
quanto mulheres o rostinho bonito e as belas formas vão se perdendo, a pele
já não tem aquele frescor.
É natural
que a atração física diminua bastante.
“Quem casa quer casa, quem quer
casa quer criança, quem quer criança quer jardim, quem quer jardim quer flor...”
A vida vai
seguindo uma sequência natural a todos com poucas variações.
“Homens esperam que as mulheres ponham fim às
relações, saindo da vida deles ou pondo eles para fora da vida delas.
São acomodados, pusilânimes.”
[Ivan Martins]
Sei lá!
Homens são mais
realistas.
Aquela gatinha de
20 e poucos anos não está mais ali, o que ele deve fazer?
Fingir que está!? Viver de mentira, ilusão?
Terminar o casamento
e ir atrás de uma gatinha de 20 anos?
Aquele gatinho de
20 anos que o homem era também não existe mais, será que uma gatinha de 20 anos
vai se apaixonar por ele?
“Ah, mas não
devemos pensar só no corpo.”
Então é isso.
Você escolheu uma
pessoa pra casar, pra ter um projeto de vida, sabendo de todo desgaste que isso
acarretaria.
Não é uma questão
de “se acomodar” é uma questão de aceitar a vida como ela é.
Não vou alongar
mais esse texto.
Deixo pra você
uma última provocação.
Envelhecer é possível, se não
morrer jovem, é inevitável. (Juntos ou separados)
Ficar para sempre jovem é impossível.
(Juntos ou separados)
Homens acham mais
racional envelhecer junto de alguém, mulheres preferem se arriscar a viverem solitárias
na velhice.
Se for por uma
praticidade/comodidade ... não vejo problemas.
Mas se for para
reviver emoções da juventude ... é uma péssima aposta “unissex”.
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