segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Partido Willianista

  "Posso não concordar com nada do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo."

  Esse é um dos pensamentos que mais impactou minha vida.
  Deparei com ele quando lia Voltaire.

  

 "Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio, é uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana.
   Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos.
 
  Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse.
  Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo."
 
[Wikipédia]


 

 Quem escreveu foi Evelyn Beatrice Hall, uma biografa do escritor, que resumiu brilhantemente a essência do pensamento de Voltaire.

  Eu concordo com o pensamento, consigo defende-lo, isso o tornou um dos pilares da Filosofia que pratico.

  Qual o limite da Liberdade de Expressão?

  Para mim não "deveria" ter limite, eu ou qualquer um poderíamos falar absolutamente o que quisermos.

  Mas tem outro pensamento que me marcou:

                                                    

  “Não há excesso de liberdade se aqueles que são livres são responsáveis.
  O problema é a liberdade sem responsabilidade.”

  [Milton Friedman]

 

  Vou dar um exemplo bem direto, pratico.
  Você "tem seus motivos" para não gostar de negros.
  Eu defendo seu direito de expô-los.

  Entendo que não é porque você é obrigado por uma convenção social a gostar de algo que isso vai acontecer de fato.
  Para não ter problemas você vai manter as "aparências", mas na hora de "agir" a discriminação vai estar ali, disfarçada ou escancarada, de acordo com as possibilidades.

  Eu acho mais eficiente socialmente as pessoas terem grande liberdade de expor seus pensamentos.
  Se uma pessoa ou grupo não gosta de negros (judeus, índios, asiáticos, estrangeiros, cristãos, árabes...) deve se sentir segura para pelo menos expor seus argumentos. 

  Acredito que o dialogo é melhor método para chegarmos ao BOM SENSO. 

  E aqui entra a questão da responsabilidade.

  Você "cria um partido" para valorização do "homem branco".
  Você homem branco se acha o ápice da espécie e se sente injustiçado nas histórias contadas na escola.
  Não tenho como ser contra isso.

  Acho até bom que essas pessoas coloquem seus sentimentos para fora e me deem uma chance de entender (e questionar) seus posicionamentos.

  O mesmo serve para o grupo que idolatra a "Mãe África", como se o homem negro fosse o ápice da espécie que só não esta melhor porque foi sufocado pela "selvageria branca".



  Sintetizando essa meditação...

  Nenhuma liberdade tem como ser plena.
  Você criar uma organização que defenda sua ideologia ... tudo bem.
  Desde que no seu estatuto não pregue a "eliminação" das ideologias contrárias.

  Você é um cristão fervoroso?
  Tudo bem.
  Prega morte a todos os islâmicos?
  Daí já complica, e muito.

  Eu sou muito aberto ao dialogo, mas se tudo que o "outro lado" quer é minha eliminação ... é melhor eu eliminá-lo primeiro...

  Se um partido ou organização defende explicitamente algo que consensualmente é crime, "essa parte" deve ser proibida.
  O que for só uma questão de opinião deve ser permitida (tolerada).


  Numa ditadura você pode falar tudo desde que não seja contra o regime.
  Isso pode acabar em prisão ou morte.
  Se na Democracia não poder falar contra a Democracia ... fica estranho.

  Essa lógica entra em sua mente?






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3 comentários:

NIHIL METILENE disse...

Não há o que preste no Nazismo.
A "essência" dele é eliminar as minorias.
Para ele ser "recriado" e ficar sem essa "parte", então o que passaria a existir seria um "partido fascista"; o que já não seria pouco.

Recomendarei para o senhor a leitura do romance "Ascensão e queda do terceiro Reich" do seu xará Sr.William Shirer, em quatro volumes.
[O senhor vai encontrar em algum sebo].

Tampouco é útil haver alguma agremiação que pudesse praticar o racismo à vontade.
Isso facilmente levaria ao crime e à deterioração do Direito.

Conviver não é fácil.
Civilização muitas vezes, é repressão.
Ou a vida em sociedade seria só uma miragem.

NIHIL METILENE disse...

Melhorando a gramática;

"Alguma agremiação onde se pudesse praticar o racismo à vontade".

William Robson Anakin disse...

É sua opinião e defendo o direito de expressa-la.
Mas não espero que entenda isso... o meu direito de expressar a minha.
Se entendesse nem estaríamos debatendo...