quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Poder de Compra

  


  

   Michel Medeiros

  -29 de Maio de 2020-


  "Sabe a diferença entre essas duas notas???

   R$50 reais do Brasil e 50€ euros da Europa! 

   Ambos tem o mesmo valor em seus receptivos países, porém o poder de compra é o que difere ambas.

   50€ euros é equivalente a R$294,50 reais do Brasil e R$50 e equivalente a 8,48€ euros. 

   Uma pessoa que ganha 1200€ euros mensais na Europa, paga 6 salários no Brasil para 6 pessoas!

  Incrível a diferença e o poder de compra entre uma moeda e a outra.    Sabe por que existe essa enorme diferença???

  Na Europa a economia e os seus governantes, trabalham para dar resultados a sua população, e não para colocar seus habitantes uns contra os outros.

   O Brasil tem econômica mais que suficiente, para ser país de primeiro mundo!

  Porém, a população é fraca, e os seus governantes se apoderam disso para ficarem mais ricos, e tornar a população Brasileira cada dia mais MISERÁVEL."


 

  Cuidado com esses textos simplistas.
  Para chegar ao poder de compra não basta a conversão da moeda, o cálculo é bem mais complexo.


  (Nesse tipo de assunto, para o texto não ficar longo demais, o jeito é destacar alguns pontos principais.)

  Salários: tem que ver o grau de produtividade, brasileiros são menos produtivos que alemães.
  Se em uma fabrica alemã de canetas cada funcionário produz em média 100 canetas por dia enquanto em uma brasileira são produzidas 70 ... não dá para os salários serem os mesmos.
  Se a caneta alemã é tão boa que pode ser vendida por dois dólares e ninguém pagaria  mais que 1,5 dólar pela caneta brasileira ... os salários não tem como serem os mesmos.
  Para a empresa pagar mais para o funcionário, não basta querer, tem que poder.



  Impostos: a incidência varia muito de país para país.
  Mesmo que brasileiros produzam canetas em quantidade e qualidade tal qual os alemães, tem que ver o peso da carga tributaria sobre o produto.
  Vejam o caso dos automóveis.
  Aqui é tanto imposto que fica difícil calcular exatamente o peso deles.
  Nos Estados Unidos o peso no "valor final" gira em torno de 7%.
  No Brasil é cerca de 28% nos modelos mais simples... 
  

  Outra coisa importante que não leio muito nas analises são questões culturais.
  Vejam o caso do feijão, é um costume alimentar nosso.
  Preço alto ou baixo do feijão não afeta muito o hábito alimentar de um alemão
  Assim como o preço alto ou baixo da salsicha não nos afeta tanto.
  Quero dizer que para chegar ao poder de compra é preciso comparar produtos muito similares nos países o que é bem restrito.


  Índices são pontos de referência, sempre cabe meditação.

  Vamos a uma interessante.

  Tenho colegas muito revoltados com o preço das coisas, desconfiam de tudo principalmente dos cálculos da inflação.
  É que o aumento dos preços afeta muito o grupo do qual faço parte.
  Funcionários públicos do Estado de São Paulo.
  Não lembro a ultima vez que tive algum aumento salarial.
  Exemplo prático.
  Em 2020 eu enchia o tanque da moto com 30 reais, hoje não fica menos de 50.
  Gasto em média um tanque por semana, são cerca de 80 reais a mais por mês só com combustível.
  Confesso que é desagradável o preço, mas não tenho dificuldades financeiras por conta disso.
  É um dinheiro que iria para poupança ou lazer e agora vai para um produto de primeira necessidade ... pra mim.
  A empresa tem fretado, mas a moto é bem mais prática, economizo muito tempo.

  Por outro lado...
  O salário mínimo vem tendo reajustes.
  Logo, eu venho perdendo bastante poder de compra, quem ganha o mínimo não.


  
  Os demais salários médios e altos estão sem espaço para fazer pressão.

  Tem muita gente desempregada.
  Porem a medida que formos superando a pandemia a economia vai aquecendo e governadores são pressionados a dar algum aumento.
  O mesmo acontece com a iniciativa privada.
  É o de sempre, oferta e demanda.
  O governo cuida de garantir algum reajuste para o salario mínimo e o resto são "leis de mercado".

  Numa mesma família o poder de compra varia bastante.
  Minha filha conseguiu um emprego razoável (para idade dela) durante a pandemia.
  Ela não tem gasto com moradia, eletricidade, internet, supermercado...
  "Crise" para ela é coisa de noticiários.

  Dentro de uma mesma família a realidade não é igual para todos, imagine países.
  O índice do poder de compra dá "alguma" noção de onde estamos e aqui entra a parte mais importante dessa meditação.
 


  Existe muito empenho dos mais variados grupos em passar que o governo atual é o pior do mundo e que vivemos um caos.


 

   A lista mais atualizada do FMI sobre poder de compra não mostra isso.


  Numa lista com 185 países estamos na posição 65.
  A nossa frente estão os  35 países da OCDE e alguns outros, alguns cheios de petrodólares.

  Podemos escolher o próximo presidente sem essa visão desesperadora  de  caos absoluto.

  Bolsonaro é péssimo em diplomacia, mas o grande estrago foi provocado pela pandemia que afetou o mundo todo.

  Luís ... prefiro nem comentar...

  Sergio Moro é a oportunidade que temos de alguém mais "refinado" no poder, isso é importante para nossa imagem internacional.
  É alguém que pelo menos se compromete em combater a corrupção, boa parte do dinheiro dos impostos some em "usos indevidos".




  Esse é o tipo de meditação que não tem fim, os comentários são livres...

  





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