quarta-feira, 2 de março de 2022

Passado Paralelo



  Uma das minhas dificuldades em interagir com as pessoas é o "rumo ineficiente" que as conversas tomam. 
   Não é que 100% da conversa tenha que ter um propósito, por vezes é só distração para passar o tempo, no entanto, dependendo do rumo, o silêncio é bem mais reconfortante. 
   É como quando ligamos a TV em busca de distração e acabamos desligando, o silêncio estava melhor.
   Não dá para desligar as pessoas. 
   Se a gente tem alguma intimidade dá para ser direto, mas em encontros sociais a "sinceridade" nos faz ser vistos como grosseiros.

  Um dos rumos chatos que as conversas tomam  (pra mim) é esse das pessoas se perderem em eternos "se". 

  "Se eu ganhasse na loteria."
  "Se eu tivesse casado com fulana."
  "Se eu tivesse feito tal curso."

  Quando é apenas um comentário passageiro tudo bem, é quase um vício de linguagem.
  Mas quando a pessoa viaja na maionese fica entediante.
  Exemplo: 

  😏 "Se eu ganhasse na loteria compraria uma casa na praia."

   A pessoa não indo muito além disso, tudo bem. 
   Mas quando começa a falar de detalhes ... caraca, ganhar na loteria é difícil, a pessoa fica falando como se fosse com certeza ganhar na próxima semana.

  E se eu tivesse casado com a Fulana e não com Maria? 

  Caraca, eu casei com a Maria, o tempo não vai voltar.   
  Não acho lógico desperdiçar pensamentos.
  Prefiro pensar no que é, do que no que poderia ter sido. 

  O que posso fazer para manter meu relacionamento com Maria satisfatório? 

   Essa é uma linha de meditação útil. 
   Ficar viajando na maionese de como seria meu relacionamento com Fulana ... é perda de tempo.

  Entendam que há infinitas variáveis. 
  Na nossa imaginação podemos tudo, mas a realidade não é tão elástica e é cheia de "imprevistos".

  Você pode ficar imaginando uma vida maravilhosa com Fulana. 
   Mas quem garante que depois de alguns meses ela não daria o fora em você? 
   Ou até coisas mais graves como sofrer um latrocínio ou desenvolver uma doença grave. 
   Tantos casamentos acabam em divórcios onde um desteta o outro.
   Não há garantias que ao morar com Fulana algumas características dela se tornassem insuportáveis para você como ciúmes, desleixo, algum vício que se torna excessivo.

  Mudando para algo maior...

 
E se Hitler tivesse ganho a guerra?

  Assisti uma série com essa proposta, foi uma diversão agradável.
  O autor fez especulações interessantes.
  E ligando a trama tinha "viajantes entre dimensões".
  Estão vendo? 
  A imaginação pode tudo.

  Não sei como seria se Hitler tivesse ganho a guerra, para um entusiasta da democracia igual eu seria terrível. 
   Mas talvez eu nem tivesse nascido, meus pais seriam atingidos por algum bombardeio. 
   Ou eu sofreria alguma "reeducação" e seria mais um "Heil Hitler".

  Ficar conversando sobre o que poderia ter sido é uma tediosa perda de tempo.
  É mais produtivo analisar os fatos do presente e planejar o futuro.

  O que aconteceu no passado serve como experiência para analisarmos o que deu mais certo.
  O que "poderia ter acontecido no passado" é viajar mentalmente por dimensões paralelas que nem sabemos de fato se existem.

  Não gosto de perder "meu" tempo com isso, para quem gosta ... não tenho nada contra, divirta-se.
  Eu prefiro ficar em silêncio.


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