👩 “Extra, extra, William, eu achei o professor Andros, de
verdade”.
[Nihil]
Andros é o
codinome de um participante do GD Terra onde conheci Nihil e Frank entre tantos
outros debatedores.
Filosoficamente
falando ele era muito fraco, nunca entendi muito bem a admiração da Nihil por
ele sem colocar na equação um grande grau de masoquismo.
Na maior parte do
tempo Andros se comportava como um moleque pichador, xingando a tudo e a todos.
Um daqueles ateus
de baixíssimo nível pregando o fim das religiões.
De vez em quando
trazia alguns textos filosóficos clássicos sem comentários apenas o “copia e
cola”.
Pensadores ateus
eram seus preferidos.
Depois de tanto
tempo, claro que me afeiçoei ao Andros, sua companhia se tornou parte de minha
rotina.
No entanto nunca
achei lógico ter algum tipo de idolatria ao passado, lentamente tudo que
ocorreu no GD Terra foi ficando muito para trás, se transformando em um sonho.
Idolatria ao
Passado
Vamos
meditar um pouco sobre isso.
Certa vez li uma
frase que ficou na minha mente:
“Não falte ao emprego as pessoas podem
perceber que você não faz tanta falta assim.”
Nessa fase eu lia
muitos livros de autoajuda, nesse tipo de livro é sugerido que podemos tudo,
somos tudo ... “querer é poder”.
A frase colocada
no fundo de um pequeno bazar jogou uma humildade até irritante na minha mente.
O patrão deve ter
colocado a frase ali com o objetivo de tornar seus funcionários mais
disciplinados quanto a frequência ao trabalho.
Só sei que a
frase me atingiu violentamente como um tiro na testa, dezenas de frases de
autoajuda não aliviaram meu desconforto mental.
Mais tarde minha
mente entrou em vórtice quando ouvi uma música cantada por Marina:
“As coisas não precisam de você, quem disse que eu tinha
que precisar”.
☛♫♫♫♫
A vida não
precisa de William, Nihil ou Andros.
Olhar
de frente para nossa insignificância
desperta os sentimentos mais variados de acordo com a fase em que nos
encontramos.
Talvez por isso o
PODER fascine tantos homens, todos queremos fazer a diferença, ser alguma
coisa, se destacar diante de outros humanos.
A morte reduz
mesmo um Bill Gates a insignificância, a um pó facilmente confundível com
tantos outros pós.
Entretanto esses
“grandes homens” nem devem pensar no próprio fim, não posso recrimina-los por
isto.
Esses homens que
conseguiram se destacar diante de outros humanos só pensam na morte quando são
acometidos por grave doença ou a decrepitude da velhice chega.
Nós
insignificantes pensamos tanto no fim, porque ainda não tivemos nem um
“começo”.
Como somos tão
pouco nesta vida sonhamos com outra que possamos ser alguma coisa, uma incrível
vida pós morte onde seremos salvos da mediocridade, “sentaremos a direita de Deus Pai Todo Poderoso.”
“Não falte ao emprego as pessoas
podem perceber que você não faz tanta falta assim.”
Essa frase me fez
lembrar um momento de muito “choro contido”, estava lendo na Biblioteca
Municipal de Campinas, o pensamento era mais ou menos assim:
“Todos os dias quando
acordo sei que não sou nada, ontem não fui nada e amanhã não serei nada, mesmo
assim trago em minha alma os maiores e melhores sonhos do Universo e a
esperança de que pelo menos alguns poucos se tornem realidade.”
Todos os dias diante
do nada precisamos acreditar que ainda seremos alguma coisa, é dessa matéria
prima que a esperança se alimenta e faz com que alguns desejos até se tornem
realidade.
Muitos dos meus
desejos se tornaram realidade, tenho uma bonita família, boa casa, alimentação
farta; móveis, eletrodomésticos, veículos ... que me proporcionam um bom nível
de conforto.
Em certos
momentos a ilusão de “importância” me rodeia, mas a realidade é implacável.
Tudo está por um
fio, a qualquer momento pode acontecer uma grave doença, a velhice vai se
instalando inevitavelmente, a morte está sempre ali me lembrando toda minha
insignificância ... a vida não precisa
de mim...
Meus sinceros
desejos de BOA SORTE a todos!
Em vida e quem
sabe após a morte…
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