“Escrevo para não falar sozinho!”
[Cazuza]
Imagine que assim que aprendeu a ler ficou “viciado”
em ciência e filosofia.
Aconteceu comigo.
Qualquer livro que detalha-se o funcionamento
de qualquer coisa me interessava, não conseguia parar de ler.
A ciência era basicamente o funcionamento das
coisas.
A filosofia era basicamente o funcionamento
das pessoas.
Minha imersão era quase que total, tudo sumia
a minha volta, era eu e o livro, eu e o “conhecimento”.
É como se as teorias e leis cientificas
aparecessem na minha frente, nunca foi um processo de simples aceitação, era a
busca do entendimento.
Não me bastava Albert Einstein (ou qualquer outro famoso) ter formulado uma teoria,
me importava compreender do que se tratava, verificar se concordava ou não.
Com a Filosofia a imersão era ainda maior,
pelo motivo obvio que a vida e as pessoas são muito mais complexas.
Exemplo:
Eu me interesso pelo alumínio.
Fico conhecendo sua história, o processo de
fabricação, características.
É tranquilo, um método cientifico previsível “entendível”.
Eu quero entender as escolhas da minha mãe
... complicado.
O que uma mulher procura em um homem?
Porque
um homem se apaixona por outro homem?
Porque pessoas seguem cegamente um líder?
Ser ou não ser (espirito) eis a questão.
Na sociedade política é fundamental, porque tantos simplesmente a detestam!?
Vejam que entender o alumínio nunca pareceu
tão fácil. 😊
Ao ler “grandes
pensadores” era como se estivessem na minha frente, eu os interrogando,
trocando ideias.
Qual a opinião dele(a) sobre amor, esperança,
trabalho, fé, economia, politica, sexo, casamento, família...
De posse da biografia comparava o que falavam
com suas atitudes.
A grande maioria já morreu então chamo de meus amigos
mortos.
De certo (sobre problemas existenciais/comportamentais)
conversei mais com eles do que com vivos.
(A Internet é uma ferramenta recente.)
É difícil falar de Platão, Benjamin Franklin,
Confúcio, Sócrates, Blaise Pascal ... com pessoas do seu cotidiano.
É assim os textos gritam para serem escritos.
Eu busco o silêncio porque mesmo estando
sozinho o barulho é imenso.
Tudo me provoca meditação.
Vejo uma situação, o lado cientifico geralmente
é tranquilo, mas lembro de alguma coisa que alguém escreveu isso dá um start
nos meus próprios pensamentos tudo alcança uma tal intensidade que ... escrevo para
não falar sozinho.
Me vendo sentado sozinho um colega
perguntou:
👨 “Você está
sempre sozinho, não tem amigos?”
- Meus amigos estão mortos, converso com
eles.
👨 “Kkkkk, você e
suas piadas.”
- É,
eu e minhas piadas...
Mas escrever nem sempre é suficiente, por
vezes me pego e me pegam falando sozinho então finjo que estou cantando, o
difícil é explicar os gestos, que dança estranha!
“E aqueles que foram vistos dançando foram
julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.”
[Friedrich Nietzsche]
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