sexta-feira, 9 de maio de 2014

Levanta!

 

 
 “As pessoas que sobem neste mundo são as que levantam e procuram o que querem, se não encontram, fazem.”

 (Bernard Shaw)


  Muitos livros de autoajuda “pregam” isso.
  Por muito tempo acreditei.
 
   Suponhamos que seu desejo era ser diretor na empresa.
   Tem 50 anos, isso não está nem perto de acontecer.
   Conseguiu algum progresso, percebe que é o limite.
   Com certeza não se esforçou o bastante, não levantou, não procurou, não construiu essa situação.
   Não importa os obstáculos, não importa as limitações, se você quisesse realmente ser diretor faria isso acontecer…
   Acredita mesmo nisso!?
   Que tudo pode ser conseguido com esforço, determinação, força de vontade?

  Não precisei chegar até os 50 anos para perceber que essa pregação inspira, mas não é nenhuma lei natural da vida, uma fórmula para o sucesso.
 (Ou pelo menos para atingir nossos objetivos.)

  Ali pelos 22 entendi que tudo é bem mais complexo.
  Nessa idade estava em “esforço máximo” para seguir a carreira de modelo.
  Tem o detalhe que trabalho desde os 11 anos, comecei na feira livre.

  Quero dizer que apesar da idade já tinha conhecido muita gente, ouvido inúmeras histórias.

  Vi muito guerreiro ser derrotado pelas circunstâncias da vida.
 
  Vamos a um experimento empírico comum a todos.
  O amor é um bom sentimento para avaliarmos o quanto a “dedicação, força de vontade” muda as coisas a nosso favor.
  Ainda não conheci alguém que chegou aos 30 anos sem se apaixonar profundamente por alguém.
  Lembrei da minha irmã.
  Se apaixonou pelo vizinho, ficava horas ouvindo Morris Albert e chorando.
  Eu achava aquilo entediante e engraçado.

  Meu primeiro amor aconteceu aos 11 anos, nem lembro direito o rosto da menina, mas estranhamente lembro seu nome Ângela M. Ferreira.
  Era uma das meninas mais bonitas da escola e estava entre as que tiravam melhores notas na classe, beleza e inteligência sempre me atraíram. 😏

  Do alto dos meus 11 anos entendi a dor no peito de minha irmã, “caí nos pés do vencedor para ser o serviçal do samurai”, mas diferente da música do companheiro Djavan eu não estava nada feliz...

                        


  Aquela “maldita” Ângela não me saía do pensamento.
  Um momento muito desagradável da minha vida foram as férias da quinta série.
  Dois meses sem ver Ângela. 😩
  Não cheguei a chorar igual minha irmã, mas caraca, como aquilo doía, era angustiante.

   “Um vazio se fez em meu peito e de fato em meu peito um vazio eu sentia”.

Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio.
Procuro afogar no álcool
A tua lembrança
Mas noto que é ridícula
A minha vingança
Vou seguir os conselhos
De amigos
E garanto que não beberei
Nunca mais
E com o tempo
Essa imensa saudade que sinto
Se esvai. 
[Cartola]




  Maldito Emílio Santiago, maldito Lionel Richie, maldito Roberto Carlos … malditas músicas românticas!

                                             


  Como podem perceber meu primeiro contato com o amor não foi nada agradável.
  O amor subverte a lógica isso me incomoda demais.
  Não aconteceu absolutamente nada entre mim e a Ângela, eu era tímido ao extremo.
  Éramos muito amigos.
  Olhando para trás com a experiência atual, ela gostava de mim, fez a parte dela, mas minha timidez era inacreditável.
  Ainda bem que quando conheci minha esposa já tinha superado o medo da “rejeição”.


  O ponto é que esse sentimento forte que chamamos de AMOR em algum momento atingiu 100% das pessoas que conheço.

  Se o pensamento proposto por Shaw fosse observável dificilmente ocorreriam desilusões amorosas, porque levantaríamos, procuraríamos ou faríamos acontecer o relacionamento com a pessoa amada.
  Pouquíssimos casamentos acabariam, pois é muito raro um casal que dê esse passo do casamento sem desejar e esperar que tudo dê certo, que vivam felizes para sempre.

  Se induzidos pelo amor somos movidos por sentimentos e ações tão poderosas e nem sempre conseguimos o que queremos então talvez você não ser diretor da empresa não seja necessariamente por falta de determinação ou empenho.
  Você deseja fortemente uma coisa, luta por ela, faz grandes sacrifícios, mas ela não acontece ou fica bem abaixo das expectativas.

  NÃO!
  Não pare de lutar, de correr atrás de seus sonhos apenas adquira essa CONSCIÊNCIA que o grande sucesso é uma exceção e não a regra.

  Valorize mais o “sucesso parcial”.

  “Não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho.”

  E o fracasso?
  Ah, o fracasso!
  Assim como o sucesso não há fórmulas magicas para lidar com ele.
  Que tal uma cerveja bem gelada?
  (Pra quem gosta)
  Uma feijoada caprichada?
  Um gostoso sorvete ou simplesmente caminhar em uma bela manhã, naquela hora que o friozinho faz nossa pele desejar intensamente o Sol.
  Se sentir vontade de chorar ... chore.

  Tudo isso são apenas sugestões o importante é que mesmo que deite por algum tempo enquanto houver vida…NÃO DEIXE DE LEVANTAR!

 Um forte abraço!
 Boa sorte!

  CARPE DIEM!
​​
  Vamos dançar gente...



“Eu quis lutar
 Contra o poder do amor
 Cai nos pés do vencedor
 Para ser o serviçal
 De um samurai
 Mas eu tô tão feliz!
 Dizem que o amor
 Atrai...”  






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