terça-feira, 24 de junho de 2014

Inferno


 

 

  “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?
  O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” 
 
   (Sal. 27:1)



  Evangélicos passam horas em oração, deveriam crer firmemente que serão salvos, não temendo a morte.
  É isso que observamos?

  Não tenho certeza de nada, diante das coisas que observo faço minhas apostas.
  Exemplo.
  Aposto que não existe Inferno naquele sentido de um destino eterno para minha alma onde ficarei sendo cozinhado em água fervente.

  Pela falta de sentido que observo em muitas coisas, considero a vida terrena um tipo de Inferno.

  Deve ter alguns lugares  piores, Infernos mais sofridos, mas nenhum deles é fruto de um “julgamento final” sem possibilidade de recorrer.

  Dante teorizava isto dizendo que há nove tipos de infernos e os localizava no interior da Terra.
  Dante Alighieri é bastante provocativo, recomendo a leitura. 

  Já Jesus dizia que na casa de seu Pai há muitas moradas sem especificar um número.
  Dante era muito teatral, nesse caso fico com Jesus.
  Como há vários tipos de moradas nas proximidades de Deus, deve haver muitas moradas longe de Deus.

  Talvez fique mais fácil captar a mensagem se pensarmos em situações terrenas.

  Pense nos países.
  Não sei de nenhum holandês que seja plenamente feliz, entretanto na Holanda (de maneira geral) a população vive melhor que na Somália.
  Não devemos pensar só na localização geográfica, tem as situações particulares.
  Nesse momento de certo há holandeses sofrendo por motivo de saúde, amor não correspondido, falta de dinheiro…

  A Somália tem cerca de 13 milhões de habitantes (2014), evidente que como em qualquer país tem os ricos, poderosos, saudáveis … que vivem muito bem.

  Além da geografia e situação particular tem os “sentimentos”, a visão de mundo.
  Explico.
  Há pessoas que têm “vida boa” e mesmo assim reclamam, querem sempre o que não tem, parecem buscar motivos para serem tristes ou deprimidas.


 Outras são mais “animadas” até quando não tem muito o que comemorar.

  Enfim.
  Na “hipótese” da nossa consciência existir depois da morte biológica, minha aposta é que as situações podem variar tanto quanto na vida terrena.
  De certo são formas de vida que se organizam de alguma maneira de acordo com as novas características.
  Dependendo das suas ações aqui ou de alguma “predestinação” você vai para um tipo de mundo que pode ser “Holanda ou Somália”, mas as situações celestiais ou infernais não se resumem a isso.

  Vejam o caso clássico de Jesus.
  Segundo a Bíblia ele estava de boa no Céu, por algum motivo Deus achou por bem enviá-lo a Terra passar por perrengues …
  Numa vida “extra corpo” de certo nos organizamos em sociedade com direitos, deveres, necessidades, imposições.
  Situações infernais e celestiais.




 

   Outra possibilidade que aposto é a ANIQUILAÇÃO, acabou, acabou, a máquina biológica se decompõe, é o fim de tudo.

  Quem lê meus textos e conhece a minha rotina percebe que claramente vivo como penso,  cubro minhas apostas.
  Cuido bem da minha vida terrena sem me preocupar se vou ou não para algum inferno ou céu depois de morto.
  Temo mais a “passagem”; como será minha morte.
  Se for rápida e indolor … tudo bem.
  Mas sabemos que raramente é.


  Não entendo a pessoa ter certeza da salvação, apostar que irá para um lugar maravilhoso com Jesus, Maomé, Anjos, Santos ou o próprio Deus (dependendo da igreja que frequenta)…e tem pavor da morte!

  Como o suicídio é um pecado “mortal”😏 na maioria das religiões, até entendo que esse tipo de morte deva ser evitado, um religioso não pode se matar.
  Mas a morte natural, por doença ou acidente deveria até ser festejada e desejada.

  Se a salvação é algo tão maravilhoso, porque orar  para permanecer em um lugar tão infernal quanto a Terra!?

  Decifra-me ou te devoro!





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