“Se não comer feijão vai ficar doente!”
Nunca gostei do “terrorismo
mental”.
Já escrevi muito
sobre isso, essa é mais uma meditação com essa base.
Considero terrorismo mental
quando alguém dá como certo uma consequência negativa que não passa
de suposição.
“Se não converter
vai para o inferno eternamente.”
Diante de certas ocorrências
coletivas ou experiência pessoais supomos que haja outras formas de vida
que chamamos de espíritos.
Mas determinar
com certeza que existe um inferno eterno para quem não se converter a
determinada doutrina é terrorismo mental.
É mais eficiente
nos atermos a situações terrenas uma vez que tudo sobre vida pós corpo biológico
é especulação.
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Minha
esposa me irritava quando queria obrigar nossas filhas a comer algo que não era
do gosto delas.
Sempre saía em
defesa das meninas, minha esposa em menor número tinha que ceder
😆
Igual a qualquer
um, eu detesto comer algo que não gosto, só como se estiver com muita fome e
não tiver outra opção.
Algumas coisas
nem com muita fome eu como, pimentão é uma delas, é comer e passar mal depois.
Minha esposa
tinha esse PADRÃO da essencialidade do feijão (só
um exemplo fácil) para a “boa” alimentação baseada nos livros da boa
nutrição infantil e na “tradição brasileira” do caldo de feijão.
Evidente que
conheço o suficiente de nutrição para determinar cientificamente que feijão é
um bom alimento.
O que questiono é
sua essencialidade.
Criança que não come feijão fica
doente?
Isso é fato,
tem relação direita?
Claro que não.
Feijão é uma
planta que se adapta bem ao clima brasileiro, sua produção é grande o que o
torna “geralmente” um alimento eficiente e barato.
Nossas crianças
gostarem de feijão é ótimo.
Ficam bem
alimentadas e reduzem a despesa com comida.
Sei, sei minha
esposa e outras mães pensam no bem da criança e não na redução de custo.
Só quis sugerir
pra vocês de onde veio a tradição.
As “tribos”
comiam preferencialmente o que era mais abundante na região que viviam.
Lembro de ter
dado a minha esposa um exemplo bem convincente.
Meu sogro é
descendente de italianos, parece que sua mãe quando embarcou para o Brasil já
estava gravida.
Para quem se
recusa terminantemente a ir ao médico ele está até bem de saúde, cuida com
disposição de uma horta.
(Texto escrito em 2012)
É pouco provável que
aquela família italiana recém chegada tenha abandonado repentinamente sua
tradição alimentar.
O trigo é
bastante abundante no continente europeu, pão e outras massas se tornaram o “arroz
e feijão” dos italianos.
Passei cerca de
um mês na Itália (a trabalho) posso
assegurar que lá os caras não comem feijão com frequência.
A mãe do meu
sogro sem comer feijão gerou uma criança muito forte,
Não consta que
italianos sejam um povo doente por não comerem feijão.
Entretanto na
minha curta estadia na Itália a falta de feijão foi bem desagradável.
Como eu “me acostumei” a comer
feijão todos os dias, se não como parece que não almocei.
Na segunda semana
na Itália, caraca, que vontade de comer feijão!
Parecia um
drogado sendo afastado do seu vício, eu nem sabia que me importava tanto com
feijão. 😆
Lá pela terceira
semana fomos a um restaurante nas montanhas (chique
hein?), no cardápio tinha “feijones”, claro que foi o que eu pedi, me
foi servido uns feijões gigantescos, dava uns quatro dos nossos, era uma
salada.
Não sei se minha
“abstinência” era tão grande que mesmo como salada achei aquilo maravilhoso,
sim, tinha gosto do nosso feijão.
Hoje minha esposa
pega mais leve com as meninas, elas comem o que lhes dá prazer, feliz delas que
podem escolher.
Não proponho as
meninas nenhum tipo de “educação alimentar” que não seja se comportar bem a
mesa, prefiro a “educação elementar” de falar-lhes da importância de comerem
diferentes tipos de alimentos.
Continuam não
gostando muito de feijão (comem de vez em quando), mas comem vagem, cenoura, salada de repolho, alface,
lasanha, batata frita, frango carne, frutas… só coisas que lhes dão prazer.
Minhas filhas não
tomam muito refrigerante, preferem suco.
Mas vou
aproveitar essa meditação para falar do terrorismo mental contra a “Coca Cola”.
Dizem que beber
refrigerantes “pode” provocar osteoporose na terceira idade.
Gosto de refrigerantes,
Coca Cola não falta em casa.
Principalmente
nos dias quentes me dá muito prazer.
Não bebo em
excesso, não faço nada em excesso, mas se fosse possível contabilizar tudo que
já bebi de Coca Cola tenho certeza que seria um número espantoso.
Nem penso em cortar refrigerante das minhas
compras no super mercado.
Sou pragmático.
TODOS VAMOS
MORRER UM DIA.
Não me parece lógico trocar
um prazer da infância por uma doença a menos na velhice.
Com bom senso,
sem “gulodice”, dá pra comer tudo que gostamos.
É isso que passei
para minhas filhas e de certa forma convenci minha esposa.
Mulherada, sabem
como é, sempre tem aquela preocupação com o excesso de peso e isso já é por si
só um incentivo a moderação.
Minhas filhas tem
infância alegre, sem terrorismos mentais, isso é o que me importa.
Uma coisa que
gostam muito é batata frita, eu também.
Viva a batata
frita!
Viva
com PRAZER!
.